Publicado em 15/04/2021, às 12h38 - Atualizado às 12h39 por Letícia Mutchnik, filha de Sofia e Christiano
Segundo o laudo de Henry Borel, de 4 anos, o menino já estava sem vida há pelo menos 1 hora antes da mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, Dr. Jairinho, levarem o corpo ao hospital. A conclusão dos peritos veio a partir das imagens do elevador, que marcam 4h09min do dia 8 de março.
Na imagem, segundo a Folha de SP, a criança aparece de pijamas, envolvida em uma manta no colo da mãe, com os olhos revirados e pálida. O vereador aparece ao lado da mulher segurando uma bolsa. Segundo o relatório, o menino sofreu 23 lesões, produzidas mediante ação violenta entre as 23h30 e as 3h30 daquela noite. Entre elas estão escoriações e hematomas em várias partes do corpo, infiltrações hemorrágicas em três regiões da cabeça, laceração no fígado e contusões no rim e no pulmão à direita.
O laudo mostra que as marcas no corpo de Henry vem de várias “ações contundentes e diversos graus de energia, sendo que as lesões intra-abdominais foram de alta energia”. As hemorragias nas três regiões da cabeça do menino, por exemplo, teriam acontecido em momentos distintos.
Sendo assim, os peritos descartaram o que Monique e Jairinho disseram como causa da não resistência do pequeno. Segundo o casal tudo isso teria acontecido porque o garoto estava pulando na cama, se desequilibrou em uma cadeira e caiu no chão. “Uma queda de altura não produziria tais lesões [sangramentos na cabeça]. A quantidade de lesões externas não pode ser proveniente de uma queda livre”, escreveram.
“As lesões observadas eram algumas mais avermelhadas e outras mais arroxeadas, o que nos impede de afirmar se as lesões foram provocadas no hospital ou pré-hospitalar”, escreveu o perito Leonardo Tauil em resposta ao delegado Henrique Damasceno em 9 de março. Apontando que as lesões poderiam ter acontecido de 14h a 48h da análise que ocorreu por volta das 18h do dia 8 de março.
O relatório indica que a causa do óbito foi hemorragia interna e laceração hepática (lesões no fígado) causadas por “ação contundente”. Henry chegou ao hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro) já morto, conforme confirmaram as médicas que o atenderam.
O casal está preso temporariamente, por 30 dias, desde a última quinta (8), sob suspeita de homicídio duplamente qualificado —por emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima. Ambos foram isolados dos outros detentos diante do risco de serem agredidos e por causa da quarentena de 14 dias, pela covid-19.
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