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Não economize amor para os seus filhos

Educação envolve amor e afeto, sempre - Getty Images
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Publicado em 06/08/2022, às 13h35 por Ana Cardoso e Marcos Piangers


Ele: Os piores pais do mundo

De tantos insultos que os pais modernos recebem, e são tantos (“Omissos! Permissivos! Ausentes!”), descontando aqueles insultos que os próprios pais se auto impõem (“Não tenho tempo com meu filho!” e “Meu filho está tempo demais na tecnologia” são os mais comuns), aquele que mais me intriga é o que diz que “os pais de hoje em dia mimam demais os filhos”. Os pais um pouco mais antigos acham um absurdo algumas práticas modernas, como permitir que os filhos durmam na cama dos pais, ou interagir “excessivamente” com os filhos e organizar a agenda da semana de acordo com a agenda do filho.

Educação envolve amor e afeto, sempre
Educação envolve amor e afeto, sempre (Foto: Getty Images)

Enfim, quem é pai hoje em dia sabe o que eu estou falando. Não vou partir da régua do exagero: pais que não conseguem negar nada aos filhos e vivem em uma dependência psicológica deveriam procurar urgentemente um médico. Pais que não conseguem dizer não aos filhos, pais que fazem todas as vontades da criança, pais que não conseguem fazer os filhos comerem comida saudável, tomar banho, sair do videogame, estudar ou dormir na hora certa, sério, procurem ajuda. Mas quero apenas partir da absurda comparação geracional.

Crianças trabalharam por anos no campo e nas indústrias, muitas vezes em jornadas exaustivas e insalubres, até que coletivamente percebemos que aquilo era um equívoco. Fico imaginando os mais velhos naquela época: “Esses pais de hoje em dia estão mimando as crianças! Onde já se viu um filho de seis anos não trabalhar! Essa tal de escola está amolecendo nossos jovens!”.

O argumento de que brincar com os filhos, dizer que os ama, compartilhar a cama, etc… formará uma geração pior não leva em conta o que vivemos hoje: uma sociedade agressiva, competitiva e cruel, que replica muitas vezes uma rigidez que vem dos lares do passado. Não por acaso, também somos a geração mais solitária, sem laços afetivos bem estabelecidos. O “cada um por si” não funcionou.

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Andressa Simonini, editora-executiva da Pais&Filhos está concorrendo ao Troféu Mulher Imprensa
Andressa Simonini, editora-executiva da Pais&Filhos está concorrendo ao Troféu Mulher Imprensa (Foto: Divulgação/Pais&Filhos)

Estar perto dos filhos e respeitá-los é uma correção de curso, não um desvio. Podemos, para alguns, parecer os piores pais do mundo, apenas por tratar nossos filhos como gente: com respeito, empatia e atenção. Pra quem nunca teve isso, é verdade, pode parecer coisa de outro planeta.

Ela: amor demais estraga?

Tenho assistido a uma série japonesa chamada Crescidinhos na televisão. Minha respiração fica em suspenso. Nela, crianças de dois a quatro anos recebem tarefas a serem realizadas na rua, tais como compras em feiras e supermercados e levar e buscar objetos em lavadeiras e lojas. Eles são tão pequeninos e atravessam ruas, praças e pequenas multidões, com mais desenvoltura que muito marmanjo que eu conheço.

Fato é que, aqui no Brasil, nós tendemos a proteger nossos filhos até os 40 anos se ninguém nos impedir. Então, ver aqueles japonesinhos fazendo e acontecendo gera angústia, mas também reflexão. Imagino que o objetivo do canal em transmitir a série em nosso país seja mostrar que dar autonomia é possível, especialmente quando uma criança não está abandonada à própria sorte sem os pais por perto, ela pode contar com – pasme – todas as outras pessoas da sociedade.

Quero pensar que isso não é utopia, que um dia chegaremos lá, mas não tenho coragem de fazer nem um décimo do que os pais da série fazem com a minha filha mais nova (e olha que ela já tem 10 anos). Se, por um lado os pais da série delegam tarefas complexas – compre curry doce, camarões frescos e espetinhos de polvo – para crianças minúsculas, que andam com uma bolsinha e uma bandeirinha feita pela mãe para atravessarem ruas e estradas (ai, ai, ai), por outro, eles explicam, abraçam, beijam e dão uma atenção respeitosa e profunda para seus pequenos.

Educar é uma equação complexa, que envolve responsabilidades, afetos e frustrações. Mas, envolve também uma leitura de onde estamos e como as coisas vêm funcionando por aqui. Para sermos melhores mães e pais precisamos ser também melhores cidadãos, está aí o grande ensinamento da série.

Moral: “Crie com o coração, mas lembre-se que seu filho não é seu e precisa ser forte para encarar o mundo”

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