Publicado em 16/09/2022, às 09h24 - Atualizado às 10h08 por Toda Família Preta Importa
**Texto por Nitorê Akadã, Iyálorixa, Cantora, Atriz e Arte-Educadora da cidade de Salvador. Filha de Neguinho de Samba, criador do Samba Reggae, a cantora bebe dessa fonte e se movimenta hoje nas águas fecundas de Oxum para compartilhar Conselhos Dourados, tendo como base as palavras de seus ancestrais. Iniciou sua experiência no Teatro por meio da Oficina de Performance Negra do Bando de Teatro Olodum. Atuando no “Bença”, Espetáculo que fala sobre Ancestralidade, Tempo e Orixás. Além de ser bailarina no Bloco Afro Ilê Aiyê por 11 anos. Premiada nos Festivais Braskem 2021, como Melhor Espetáculo Adulto Nau – realizado pelo teatro da Queda, Direção de Thiago Romero e Melhor Trilha Sonora no Festival Taquary 2021. Além desses movimentos, a cantora é Black Influencer e milita pela liberdade religiosa e de expressão em suas redes sociais. Além de compartilhar Conselhos Dourados e “2 coisas” para sua rede
Quando eu era pequena sonhava em ser globeleza, era a referência mais solar, quente e colorida, que parecia comigo, me parecia possível, depois sonhei em ser Paquita, mas logo entendi que não tinha lugar pra mim, depois quis ser a “morena do tchan”, mas ela logo foi substituída por outra da pele mais clara, que nem de longe se parecia com a minha.
O tempo passou, maiorzinha, mainha me apresentou Negra Jhô, figura importantíssima na construção da identidade racial no Pelourinho, ela tinha um salão e fazia eventos culturais, exibindo e exaltando a pele preta por onde passava, a rainha! Eu fiquei encantada com toda aquela realeza, virei súdita.
Na mesma época mamãe me levou para o meu primeiro show do Ilê aiyê, na concha, eu já conhecia o Ilé dos vinis, fita cassete, televisão, mas nunca tinha visto de perto. Eu não consegui esboçar nenhuma reação, fiquei parada o show todinho, olhando aquelas mulheres lindas, parecidas comigo, aqueles homens percussionistas parecidos com meu pai e Graça Onasilê que cantava parecendo minha avó, desse dia em diante a minha vida mudou.
O bloco afro é uma intuição educativa, cultural, o primeiro deles, o Ilê Aiyê surge de dentro de um terreiro de candomblé, então na sua gênese está diretamente ligada à religião do candomblé. Tendo os Orixás como guias, conselheiros, ministros desse fazer político-artístico-social.
Assim como o candomblé surge para religar o povo preto a África, a nossa história pré rapto, antes da escravização do povo preto. Falar do império cush, império dos homens pretos, das Candaces, do Egito e de tantos outros reinos encantados, discutidos, pesquisados por cada bloco afro, que com muito zelo escolhe o seu tema.
Blocos afros, Irmandades, Confrarias são universidades do saber preto, lugar de aprendizado, fortalecimento da autoconfiança e autoestima da população preta. Nós construímos muitos espaços de resistência ao longo do tempo, continuamos a construir, por isso para nós cultuadores do espírito-( a vida), é sine qua non celebrar quem veio antes, olhar para o passado com respeito e gratidão é base para construção de um futuro sólido, seguro.
Hoje me movimento do mundo por essa perspectiva, do afeto, respeito, união, descobri que tenho nome e SOBRENOME, sou uma mulher preta de lábios grossos lindíssimos, que herdei de minhas ancestrais, sábias rainhas, líderes, que trabalharam duro para me trazer até aqui. É meu dever ir além!
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