Publicado em 03/08/2018, às 14h09 - Atualizado às 14h09 por Ligia Pacheco
Muitas crianças sofrem com a volta às aulas, como ontem mesmo ouvi de uma paciente com dificuldades de aprendizagem. E não são poucos os depoimentos que ouço de pais , crianças e jovens enfrentando adversidades neste mundo escolar. Muitas das queixas são por conta de bullying, rótulos, desestímulo, insegurança, medo. E as crianças são cruéis entre elas, pois não conseguem ainda medir as consequências de seus atos. Por isso, precisam ser educadas, cuidadas com cautela na formação do seu ser.
Pode ser o seu filho a estar com problemas ou o problema pode ser causado pelo seu filho. Ambos os casos requerem alerta, e pela minha experiência, na maioria, ambos dizem de inseguranças, um pautado na vitimização, outro no poder. Nenhum deles, a meu ver, contribuem para a boa formação do ser. E nem sempre estes conflitos internos são tão visíveis e fáceis de resolver. Por isso, atenção e muito diálogo sempre funcionam. Pois, os conflitos das crianças, que elas mal sabem nomear e explicar, dirão muito de sua relação na escola, não só socioemocional, mas também para a própria aprendizagem. E então nos pergunto: Sabemos de fato como nossos filhos recebem seus colegas e professores, e como são recebidos?
Pedi a algumas mães atentas que colocassem o que notam e como gostariam que seus filhos fossem recebidos.
Daiana de Souza Camilo é mãe de Manuella de 4 anos diagnosticada com autismo e vive o processo de mudança de escola. A mãe nos coloca: “Pouco depois do diagnóstico fiquei com muito receio de contar para os outros pais, pois tinha medo que eles acreditassem que minha filha atrapalharia o desenvolvimento de seus filhos, tive medo que orientassem os filhos a excluírem minha filha como se ela fosse uma criança com uma doença contagiosa. (…) Já na nova escola o diagnóstico da Manu será quase um adjetivo, ela terá que conviver com crianças maiores que não estão acostumadas a ter uma amiga que age de forma diferente e podem reagir de várias formas, boas ou ruins, dependendo da orientação que lhes forem dadas em casa e pelos profissionais da escola.”
Letícia Souza Ramos, mãe de Arthur de 7 anos, percebe que, por ser gordinho, o seu filho sofre bullyng e ameaças. E claro que isto interferirá em suas aprendizagens, afinal elas começam pela emoção. E a de Arthur fica abalada. Diz a mãe: “Gostaria que os colegas o recebessem com carinho e o respeitassem. Eu ensino ao meu filho sobre a diversidade e que cada pessoa é um ser único e que merece respeito. Se todos os pais fizessem e vivessem isto a nossa sociedade só teria a ganhar e os nosso filhos também. (…) É muito triste ver meu filho sofrendo por não ser aceito do jeito que ele é.”
Fabiana Simião da Silva, mãe de Nícolas de 11 anos, também diagnosticado com autismo, encontra dificuldade para o filho retornar às aulas. Ele fica resistente por conta de suas próprias dificuldades, que complicam com a falta de percepção das crianças para o diferente. Diz a mãe: “Na chegada da escola seria muito bom e importante que ele fosse recebido com atenção. Como por exemplo: “Eh! Nícolas voltou, que bom! Estávamos sentindo a sua falta!!!” Que isso acontecesse tanto por parte da professora, quanto dos colegas. Pois, quando demonstram alegria e prazer em tê-lo presente, percebo que ele fica muito feliz, entusiasmado e tecnicamente ele ficará tranquilo e solícito para a reiteração na sala de aula, tanto para permanecer nela, quanto para a realização das atividades propostas.”
O que percebo com os depoimentos, não só os descritos aqui, é que todas as crianças são diferentes entre si e especiais, tendo diagnóstico ou não. Todas querem ser bem recebidas, saberem-se queridas e pertencentes ao grupo. O seu filho, o meu, o dele. E aqui faço um apelo, a todos nós, para educarmos nossos filhos para um ambiente harmônico e de aprendizagens. Que tenham respeito ao outro e à diversidade. Que conheçam a si para que desenvolvam melhor a empatia, as próprias emoções e sentimentos e aprendam a lidar de forma saudável com as tantas adversidades da vida. Façamos a nossa parte para que nossos filhos sintam-se felizes e contribuam para a felicidade alheia e ao bem comum. Seu filho ganha, assim como todos nós. Por um mundo mais humano. Feliz volta às aulas!
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