Colunas / Inclusão é solução

A escola em que meu filho com deficiência vai estudar

Mais do que ensinar matemática e geografia, acredito que a escola forme cidadãos - Getty Images
Getty Images

Publicado em 25/02/2021, às 10h14 - Atualizado em 08/11/2021, às 08h42 por Henri Zylberstajn


Logo que meu filho caçula Pedro (o “Pepo”) fez 1 ano, comecei a falar sobre a entrada dele na escola com a Marina, minha esposa. Não estávamos com pressa, mas o tema “educação” sempre teve lugar de destaque em casa: além da Má ter trabalhado durante 15 anos como professora de educação infantil, nossos outros 2 filhos – a Nina (8) e o Lipe (5) – apresentaram saltos importantes de desenvolvimento quando começaram a estudar. E queríamos que a história se repetisse com o pequeno.

Mais do que ensinar matemática e geografia, acredito que a escola forme cidadãos (Foto: Getty Images)

O processo de escolha da instituição de ensino para o Pepo, no entanto, foi diferente dos mais velhos. Fez-nos pensar em questões antes não percebidas, valorizando atributos invisíveis e/ou com importância reduzida até então. E isto aconteceu porque ele tem síndrome de Down.

Desde que recebi o diagnóstico, um dia após seu nascimento em Fevereiro de 2018, mergulhei em temas relacionados à inclusão. Livros, palestras, filmes, seminários e muitas conversas com especialistas, pessoas com deficiência e suas famílias me fizeram entender que existia um mundo potente que eu desconhecia. Senti a necessidade de me aprofundar nele para poder oferecer a melhor criação não apenas para o Pedro, mas também para os irmãos.

E por que será que, mesmo aos 38 anos, eu não conhecia nada sobre este universo? A resposta é ampla, mas eu diria que principalmente por não ter convivido com pessoas com deficiência até aquele momento. Mudar este cenário em mim e no meio em que eu vivia, passou a ser uma das minhas missões de vida.

Voltando ao tema: mais do que ensinar matemática e geografia, acredito que a escola forme cidadãos. Ela tem, portanto, a responsabilidade de oferecer um ambiente de equidade de ensino e convívio para todos. Isto quer dizer que, por definição, a escola deve ser um lugar onde TODOS os alunos caibam. Independente de cor, credo, religião, condição física, intelectual ou qualquer outra característica.

E este foi um dos atributos que, pela 1ª vez, parei para avaliar. Passou a me ser óbvio, a partir da chegada do Pedro, que eu o colocaria numa entidade que, além de aceitá-lo, não fizesse qualquer distinção em razão de seu cromossomo a mais. Aprendi com minha própria transformação pessoal e acompanhando o convívio dos meus 3 filhos, que a inclusão é uma poderosa ferramenta de desenvolvimento humano. Aprender a colocar-se no lugar do outro, conhecer e respeitar novos pontos de vista e sentimentos e compreender que a diversidade humana é o que nos faz únicos, enriquecendo a nossa existência, são alguns dos muitos aprendizados oferecidos pela coexistência inclusiva – e que todos, desce cedo, deveríamos ter acesso.

Optamos em colocá-lo numa entidade que enxerga o Pepo antes de sua deficiência. Mais ainda: que respeita e reconhece as individualidades de cada aluno matriculado, independente de apresentarem algum tipo de necessidade diferenciada. Um lugar que encara a inclusão não como problema, mas sim como solução, a ponto de uma classe de 20 crianças acomodar 3 com algum tipo de deficiência. Uma escola que investe na formação de profissionais, ensinando-os a fazer “gestão das diferenças” dentro e fora da sala de aula. Uma instituição que envolve a comunidade de pais e mães de crianças que não apresentam necessidades específicas, para que conheçam e valorizem o ambiente plural e diverso que o colégio oferece. Por fim, escolhemos colocá-lo numa escola diferente da que os irmãos estudam, para que ele possa trilhar seu próprio caminho e protagonizar sua própria história.

Se vai dar certo eu não sei. A tomar como base seus primeiros dias de aula, no início de fevereiro, acho que o maior problema será como remediar o fato dele não dar bola para o pai logo que desce do carro para encontrar os novos colegas de classe.


Leia também

Olhos de Mavie chamam atenção de fãs - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Bruna Biancardi mostra a cor dos olhos de Mavie em novo foto: "Igual ao pai"

O homem perdoou a mulher - (Foto: Reprodução/Metropoles)

Família

Homem que teve pênis amputado pela ex-esposa reata com ela e se declara: 'Te amo além da tragédia'

Se você procura um nome de menina, aqui estão 180 ideias diferentes - Pexels/Moose Photos

Bebês

180 nomes femininos diferentes: ideias de A a Z para você chamar a sua filha

Os nomes japoneses femininos são lindos, fortes e possuem significados encantadores - Getty Images

Bebês

Nomes japoneses femininos: 304 opções lindas para você conhecer

O corpo começa a dar sinais de que vem bebê aí bem antes da menstruação atrasar - Getty Images

Gravidez

Sintomas de gravidez: nos primeiros dias, que ninguém sabe, de menino e menina e muito mais

De A a Z: confira os nomes femininos americanos para te inspirar - Getty Images

Bebês

Nomes americanos femininos: mais de 1000 opções diferentes para você se inspirar

Foto: Reprodução/ Instagram

Bebês

Fernanda Paes Leme recusa visitas após o nascimento da filha: "Não consigo e não quero"

Aline Wirley e Igor Rickli fazem 1ª viagem em família com filhos adotivos - (Foto: Reprodução/Instagram)

Família

Aline Wirley e Igor Rickli mostram os filhos pela 1ª vez após adoção: "Parece um filme"