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Mãe vence o câncer duas vezes e cria instituto para ajudar outras mulheres na luta contra a doença

“O câncer de mama faz parte da minha história. Quando me perguntam se eu escolheria reescrever minha vida sem esse capítulo, eu respondo que não” - Divulgação
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Publicado em 27/03/2019, às 16h30 - Atualizado em 28/03/2019, às 08h31 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


“O câncer de mama faz parte da minha história. Quando me perguntam se eu escolheria reescrever minha vida sem esse capítulo, eu respondo que não” (Foto: Divulgação)

Protea é a flor que representa a transformação, resistência, esperança e força. Bela e robusta, ela foi escolhida pela empresária Gabriella Antici, mãe de Matteo, Paolo e Lucca, para dar nome ao instituto criado após a descoberta de seu segundo câncer de mama.

O diagnóstico de um câncer é uma notícia que ninguém gostaria de receber. Muitas vezes sem aviso, a chegada da doença traz medo e insegurança a vida, projetos e sonhos de mulheres mundo afora. Mas esse não foi o caso de Gabriella. Ela enfrentou o câncer de mama como um desafio e transformou sua experiência e história de vida em combustível para ajudar outras mulheres que enfrentam a doença. “O câncer de mama faz parte da minha história. Quando me perguntam se eu escolheria reescrever minha vida sem esse capítulo, eu respondo que não”, conta.

A doença também já fazia parte da família de Gabriella. Sua avó materna teve câncer de mama aos 70 anos, assim como sua tia paterna, aos 63, e a irmã, Eleonora, que lutou contra a doença ainda jovem, aos 34 anos, e descobriu o tumor após o nascimento do segundo filho, enquanto ainda estava na fase de aleitamento materno. “Ela foi o meu verdadeiro exemplo. Com dois filhos pequenos, enfrentou a doença e disse que nunca havia se sentido tão feliz durante sua última consulta com o oncologista”, lembra. Todas as mulheres da família venceram o câncer de mama.

Onze anos depois, ela passou pela mesma situação que a irmã. Em outubro de 2015, fez um exame de rotina e veio a descoberta: um tumor na mama esquerda, do mesmo tipo que o de Eleonora. “Não me assustei tanto, porque não era uma novidade. Sempre fomos muito regradas e tomamos todos os cuidados possíveis. Durante a consulta com a minha irmã, pensei: ‘Ainda bem que sou eu e não ela de novo’. Naquele momento, veio uma força divina. Não gosto de pensar no câncer de mama como um problema, mas sim um desafio”, relembra.

Gabriella passou pelos tratamentos, fez quimioterapia e mastectomia dupla. Disse que encararia tudo mais uma vez se precisasse. E dois anos mais tarde, em setembro de 2017, veio o novo diagnóstico: um outro tumor na mama. Ela passou novamente pela quimio e por uma nova cirurgia. “Nunca soube se o tumor era novo ou um pouquinho que sobrou do primeiro. Chamo ele de intruso. Mas sempre vi o copo meio cheio, e não meio vazio e enfrentei o tratamento”. Sua maior gratidão foi a chance de poder se tratar e alcançar a cura.

Após o tratamento, veio o estalo. A cozinheira e amiga de Gabriella foi diagnosticada com câncer de mama. Mas diferente do seu caso, ela teria que esperar 6 longos meses para poder se tratar. “Imagina uma mulher de 40 anos precisar esperar para ter o tratamento correto em um hospital. Não é justo a pessoa não ter acesso à cura por falta de dinheiro. Grande parte das mulheres brasileiras não têm a mesma chance que eu tive. Sempre tive vontade de ajudar mais pessoas e, a partir disso, resolvi criar o Protea”, conta.

A cada hora, quase duas mulheres perdem a vida para o câncer de mama no Brasil. A doença é a segunda causa de morte feminina no país. O diagnóstico tardio, junto à falta de exames preventivos e recursos médicos, é uma das principais causas do alto número de mortes. Se diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada e com qualidade, o câncer de mama tem até 95% de cura.

Hoje, aos 52 anos, Gabriella está à frente do Instituto Protea, uma organização não governamental sem fins lucrativos que tem como objetivo ajudar pacientes de baixa renda com câncer de mama a ter acesso rápido ao tratamento e aumentar suas chances de curar a doença. Nascido em junho de 2018, o instituto juntou um time de conselheiras — mulheres que também superaram o câncer ou com experiência em organizações sociais — além um conselho médico, com especialistas renomados na luta contra o câncer de mama.

Em parceria com o Hospital Santa Marcelina, localizado em Itaquera, bairro da Zona Leste de São Paulo — considerada a mais pobre e mais populosa do Estado, segundo dados do IBGE — o Protea criou o Projeto AMAR (Atendimento ao Câncer de Mama de Alta Resolutividade). O objetivo do projeto AMAR é aumentar o número de novas pacientes atendidas com suspeita de câncer de mama e fazer todos os exames de diagnóstico necessários em um só dia. Outro destino é oferecer o exame de mamotomia, que faz o diagnóstico de nódulos não palpáveis que não podem ser examinados via mamografia. Na maioria das vezes, esse tipo de exame é feito através de cirurgia em centro cirúrgico. Por isso, realizar o procedimento em um ambiente clínico é mais confortável e menos traumático para a paciente, com menor risco clínico e em menor tempo.

“É uma causa que sensibiliza as pessoas. Os hospitais querem tratar, mas cada novo paciente é um rombo no SUS. Antes do projeto, o Santa Marcelina estava tentando diminuir o número de pacientes e tratamentos. Desde outubro, já conseguimos aumentar 10% do número de mulheres tratadas”, explica Gabriella. O Instituto Protea é a primeira ONG que trata mulheres de baixa renda com câncer de mama. “Todo mês, a gente consegue novos doadores. Estamos fazendo uma grande diferença na vida dessas mulheres”, comemora.

Como ajudar?

Para fazer doações, basta acessar o site do Instituto Protea. É possível escolher doar valores fixos mensais e únicos, através de boleto ou cartão de crédito. Você também pode divulgar sobre os projetos do Protea, arrecadar doações em eventos, feiras, jantares organizados por você com amigos, por e-mail para familiares ou, ainda, compartilhando os conteúdos das redes sociais do instituto.

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