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Alimentação saudável: 5 dicas simples para fazer seu filho comer melhor

Veja algumas dicas simples para transformar a alimentação do seu filho - Getty Images
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Publicado em 31/01/2022, às 11h24 - Atualizado às 13h20 por Redação Pais&Filhos


Construir um relacionamento saudável com a comida é uma jornada para toda a vida que começa na mesa de jantar ainda quando criança. Não importa o que esteja no cardápio, todos os pais parecem se preocupar se os hábitos alimentares exigentes de seus filhos irão prejudicá-los à medida que amadurecem. Embora essa fase de desenvolvimento seja normal, praticar a paciência com uma criança crescendo e amadurecendo suas papilas gustativas pode ser um desafio. Para ter uma mentalidade positiva nos hábitos alimentares do seu filho, aqui estão algumas dicas para levar para a hora das refeições (e além).

1. Nada de pressão

A maioria dos pais pode se identificar com a luta da fase de paladar exigente do filho. Embora fazer uma criança comer verduras seja uma batalha difícil, muitos especialistas sugerem uma abordagem neutra na hora das refeições para ajudá-las a chegarem às suas próprias conclusões sobre os alimentos que estão comendo.

“Mantenha um clima positivo em torno da comida e tente livrar-se da pressão ou punição, recompensa e táticas de negociação que muitos pais fazem”, explica Jill Castle, nutricionista pediatra de New Canaan, Connecticut. Estratégias autoritárias como ‘o clube do prato limpo’, ou coisas parecidas, tendem a sufocar a capacidade de uma criança de aprender a gostar de comida e cultivar seu paladar, porque eles não têm permissão para explorar e navegar o que naturalmente gostam e o que não gostam.

Os bebês são particularmente predispostos a serem exigentes em relação à comida, mas Castle diz que é essencial que os pais reconheçam que esta é uma fase de desenvolvimento para a maioria das crianças. “Entender isso ajuda os pais a responderem positivamente e com paciência aos filhos”, diz ela. “Por sua vez, isso os ajuda a passar por esse estágio e avançar para a próxima etapa”.

Veja algumas dicas simples para transformar a alimentação do seu filho
Veja algumas dicas simples para transformar a alimentação do seu filho (Foto: Getty Images)

Muitos pais podem estar preocupados que a alimentação exigente pode resultar em problemas de saúde ou deficiências a longo prazo. Mas pesquisas mostram que o chamado picky eater (em português seria algo como comedor exigente) provavelmente não terá uma deficiência de micronutrientes preocupante. Eles também podem ser menos propensos a serem obesos ou ter sobrepeso.

Megan Pesch, médica e professora-assistente de pediatria do desenvolvimento e comportamental no CS Mott Children’s Hospital, em Michigan, nos Estados Unidos, e autora de um desses estudos na Universidade de Michigan, observa que evitar o comportamento autoritário na hora das refeições ajuda as crianças a chegarem às suas próprias conclusões sobre os alimentos que comem. “Se minhas filhas estão com nojo da comida que estou apresentando, quero respeitar isso”, diz a Dra. Pesch, uma mãe de três meninas com menos de 5 anos de idade. “Eu continuo tentando desafiá-las, mas também respeito o que seus corpos estão dizendo a elas”.

2. Converse sobre a comida

No lugar de negociações ou batalhas diretas à mesa sobre alimentos saudáveis, os pais precisam abrir uma linha de comunicação desde o início com seus filhos para estabelecer uma dinâmica positiva em torno da comida. Castle acredita em estimular a intuição de uma criança em relação à fome desde cedo. Por exemplo, bebês amamentados choram quando estão com fome, mamam e param quando se sentem saciados. Bebês com fórmula também sinalizam quando precisam ser alimentados, mas os pais costumam forçá-los a terminar a mamadeira mesmo depois de terem sinalizado que não querem mais, porque pode haver um ou dois mls sobrando.

“É assim que separamos as crianças da própria intuição”, diz Castle. “Mesmo com as crianças mais velhas, que podem ter comido pouco, mas não o suficiente para satisfazer os pais, pressionar ou recompensar para que elas terminem o prato as desconecta de entender a própria intuição”.

Não importa o que esteja no cardápio, todos os pais parecem se preocupar se os hábitos alimentares exigentes de seus filhos irão prejudicá-los à medida que amadurecem
Não importa o que esteja no cardápio, todos os pais parecem se preocupar se os hábitos alimentares exigentes de seus filhos irão prejudicá-los à medida que amadurecem (Foto: Getty Images)

Quando uma mentalidade de ‘clube do prato limpo’ atinge a mesa de jantar, algumas crianças resistem, mas outras obedecem para agradar aos pais. Ao fazer isso, eles podem realmente ensinar seus corpos a exigir mais alimentos ou contar com indicadores externos para saber quanto ou quando comer. Esses hábitos podem impedir que uma criança ouça seus sinais internos que indicam quando está satisfeita, o que pode complicar sua relação com a comida.

Castle sugere que os pais ajudem os filhos a reconhecer a fome e a saciedade, dando-lhes nomes desde cedo e incentivando o diálogo que discuta esses sentimentos. “Conversas sobre como você se sente depois de comer, você gostou da comida, o que foi que você gostou, como se sente seu corpo quando você come biscoitos no lanche X iogurte com granola ou cereal com leite – esse tipo de conversa ajuda as crianças a ficarem em sintonia com os sinais do corpo em relação ao apetite”, diz ela.

3. Ofereça uma boa variedade de opções durante a semana

Quando uma criança está na fase do paladar de nuggets de frango e macarrão, pode parecer um risco introduzir algo novo na mesa de jantar. No entanto, a variedade é a campeã para uma expansão do apetite.

“As crianças são muito boas em comer sozinhas quando têm uma variedade de alimentos e ambiente agradável”, observa Castle. “Elas aprendem a experimentar e desfrutar dos alimentos e a desenvolver uma dieta mais ampla com o tempo”. Aceite o desafio de alimentar um picky eater colocando uma variedade de alimentos, sabores e texturas na mesa. Embora seja realista ter pelo menos uma comida que você sabe que seu filho gosta, ofereça opções diversas e deixe a curiosidade dele preencher seu prato lentamente durante o tempo.

A exposição-repetida é a chave para levar esses novos alimentos da mesa para o prato. Quanto mais seu filho vir um determinado vegetal ou carne na mesa, mais familiar e curioso ele fica sobre aquele item. Enquanto para alguns o número mágico pode ser entre 7-8 refeições, para outros pode demorar mais para despertar o interesse. Quando ele finalmente decidir colocá-lo no prato, deixe-o decidir o quanto ele vai comer – isso se ele for realmente comer.

“Ter comida por perto na mesa ou mesmo tolerar ter a comida no próprio prato – mesmo que ele não coma – já é uma vitória”, diz Dra. Pesch. “Eu gosto de pensar em uma relação positiva com a comida como uma meta de longo prazo”. Também é uma boa ideia ser criativa quando você tiver tempo. “Não é apenas mostrar o brócolis cozido no vapor oito vezes pro seu filho”, diz Castle. “É sopa de brócolis, com molho, assado, refogado – o segredo é apresentar o alimento de muitas formas, jeitos e sabores diferentes”.

4. Traga as crianças para a cozinha

Quando a criança atinge a idade escolar, muitas gostam de participar dos momentos na cozinha, à medida que sua curiosidade por comida aumenta. Fazer com que seu filho participe da preparação de uma refeição – mesmo que seja algo simples como mexer uma mistura ou apenas colocar um ingrediente – pode trazer um novo olhar para os alimentos que ele considera desagradáveis quando estão na mesa do jantar.

“Se você é uma criança e se depara com uma panela de feijão branco, pode achar meio nojento e estranho. Mas se a criança foi envolvida na preparação da comida, isso acaba com o mito de onde veio isso e o que estão comendo”, diz Dra. Pesch. Cozinhar pode ser uma excelente ferramenta de exploração dos alimentos porque permite que a criança se aproprie de um aspecto da refeição. Essa experiência compartilhada, por sua vez, pode criar uma relação positiva com a comida, pois um sentimento de orgulho e realização passa a ser associado com a hora da refeição. Mesmo com as filhas de Dra. Pesch essa conexão foi estabelecida cedo.

“Com as minhas meninas [antes da pandemia], elas iam comigo ao supermercado, escolhiam seus próprios vegetais especiais e me ajudavam a prepará-las”, ela conta. Embora cozinhar não seja algo atrativo para todas as crianças, para aquelas que mostram interesse e querem colocar a mão na massa na cozinha, essa experiência compartilhada pode tornar o ato de cozinhar (seja pra si próprio ou para os outros) um valor fundamental a longo prazo.

5. Seja o exemplo

Como em qualquer etapa da parentalidade, ser o exemplo pode ser o componente mais crucial para que seu filho estabeleça uma relação positiva com a comida. Os pais devem tirar um tempo para refletir sobre a própria relação com a comida, bem como suas preocupações do passado ou presente, que estão em seus hábitos alimentares.

“Se os pais enfrentam problemas com a comida o tempo todo – seja fazendo dieta ou comendo compulsivamente, comendo muito ou sendo extremamente exigente em relação a comida – qualquer uma das suas lutas alimentares vão refletir em seus filhos”, diz Castle. “É importante que os pais tenham uma relação positiva com os alimentos, ou que pelo menos finjam ou comecem, e tentem ser um modelo positivo em relação aos alimentos”.

Hábitos alimentares pouco saudáveis nos adultos podem tornar difícil para os filhos aceitarem uma relação positiva com a comida – mesmo que os pais não façam nenhuma pressão. Você, como mãe ou pai, deve agir como uma influência na hora das refeições, se aventurando com alimentos que espera que seu filho coma, apreciando as refeições e escolhendo uma dieta balanceada. Evitar a mentalidade de alimentos bons versus alimentos ruins também pode ser um passo importante na jornada alimentar de uma criança.

(Foto: Getty Images)

Como mãe e pesquisadora, a Dra. Pesch tentou seguir as regras quando se trata de promover os hábitos alimentares de suas filhas. A família dela tenta se limitar às carnes magras, vegetais e grãos e evitam alimentos processados o máximo que puderem. Mas,  no final das contas, as filhas dela ainda pedem por nuggets de frango e macarrão – parecido com o paladar de muitas crianças.

“Acho que existe mais pressão social para te definir como uma boa mãe ou pai se seu filho come vegetais e carnes magras. Mas não acho que isso seja inteiramente culpa dos pais”, ela diz. Embora algumas restrições sejam necessárias na dieta de uma criança, observa Dra. Pesch, existem maneiras mais positivas de abordar escolhas mais saudáveis. “Faz parte de ensinar seu filho que alguns alimentos são melhores para a saúde do que outros e, como família, vocês devem encontrar o próprio equilíbrio quando se trata de escolhas não saudáveis”, ela completa.

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