Publicado em 01/10/2021, às 16h34 por Hanna Rahal, filha de Lydiana
Quando falamos sobre a saúde dentária do seu filho, é preciso dar início às boas práticas de higiene bucal o quanto antes! Afinal, a odontopediatria garante que os primeiros dentes da criança permaneçam saudáveis e livres de cárie e outras doenças dentárias. E vamos combinar que a ajuda desse profissional pode cair como uma luva em vários momentos da rotina.
Seja para cuidar das gengivas dos bebês, para ensinar a maneira correta da escovação, para fazer uma limpeza dos dentes e garantir que não há nenhum problema ou até mesmo para tratar algo que esteja incomodando as crianças – os odontopediatras são parte fundamental. Mas, quando a criança tem alguma deficiência, muitos pais acabam tirando o dentista da lista de prioridades.
Por outro lado, todo cuidado é pouco! Crianças com deficiência são pacientes que precisam de uma abordagem diferenciada, seja por alguma limitação física ou comportamental. Para o alívio dos pais, existem especialistas para esse atendimento, como Miriam Gutman Schmidt, mãe da Natasha e do Alan.
Miriam realiza atendimento domiciliar e hospitalar e em entrevista a Pais&Filhos, a profissional falou sobre a importância da odontopediatria e respondeu algumas das principais dúvidas dos pais, além de dar dicas valiosas para as famílias.
Atualmente, existe uma especialidade criada para crianças com deficiência dentro da odontologia que traz uma visão humanizada e atende cada paciente com suas particularidades. O dentista especialista atua na prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas de saúde bucal e interage com as demais áreas da saúde para oferecer um tratamento integral e dispõe de todos os equipamentos móveis, inclusive aparelho de raio-x, possibilitando o tratamento odontológico completo em qualquer local. Seja na residência da criança, ou na clínica é possível cuidar desses pacientes sem a necessidade de deslocamento.
Qualquer infecção na boca, quando não tratada devidamente, pode se espalhar pela corrente sanguínea e trazer complicações sérias. O quadro pode ser pior se o paciente tiver alguma doença associada. Então, justamente por isso, todo cuidado é pouco.
Especialmente em crianças, problemas bucais estão associados a dificuldades de mastigação e alimentação, fonação, convulsões, alterações respiratórias, febres de origem indeterminada e problemas de autoestima e tudo isso piora o quadro geral do paciente, comprometendo o desenvolvimento da criança.
Para as crianças com deficiência, ainda existe o risco de broncoaspiração – que é a entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória, o que pode causar graves infecções e até atingir os pulmões do seu filho.
A criança deve ter o primeiro contato com o dentista, logo na época da erupção do primeiro dente. Assim, todas as instruções de prevenção são dadas aos pais. A ideia é que o especialista direcione os cuidados para cada paciente de acordo com suas necessidades especiais.
Muitas vezes, as crianças com deficiência são sensíveis a estímulos, então, é preciso estabelecer a relação paciente-dentista. O trabalho conjunto com outras áreas, como pediatria, fonoaudiologia e fisioterapia por exemplo, possibilitam um atendimento completo do paciente e com maiores chances de sucesso.
Além disso, crianças com deficiência têm dificuldades em relatar dor ou desconfortos na boca. Então, é importante prestar atenção nos sinais e sintomas: perda de apetite , febre , convulsões , alterações de fala e mastigação e sensibilidade no local ao toque.
Fazer uso de objetos e abordagens lúdicas, sempre adequadas às necessidades da criança de forma individual podem ser muito benéficas, assim como estimular os pais a incluir a odontologia na abordagem diária com exemplos e brincadeiras, que estimulem especialmente em relação a higiene bucal. Hoje existem no mercado vários acessórios que facilitam a realização da higiene bucal – o que também pode incentivar a criança.
Tendo em vista a complexidade desse tipo de tratamento, é muito importante que os pais procurem o atendimento especializado o mais precocemente. Nos casos de pacientes com dificuldades de locomoção, o atendimento domiciliar é realizado com toda a qualidade e segurança, com o objetivo de diminuir riscos de transportes desnecessários, trazer comodidade, reduzir o estresse do paciente e de seus familiares. A ideia é manter um atendimento humanizado e que respeita a realidade de cada paciente. E por fim, é fundamental que a odontologia faça parte da equipe multidisciplinar que atende periodicamente a criança com deficiência, trazendo qualidade de vida e prevenindo graves problemas associados.
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