Publicado em 27/01/2021, às 14h05 - Atualizado em 20/09/2021, às 13h19 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Na tarde da última terça-feira, 26 de janeiro, Fiukrelembrou sobre alguns momentos da infância enquanto falava com Projotadurante o confinamento do Big Brother Brasil 21. Durante a conversa, o cantor contou como foi quando descobriu que tinha Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e comentou sobre as dificuldades na escola.
“Fui crescendo e quis saber o que era isso que eu tenho, fui ficando inquieto. Será que minha cabeça é limitada? Não era uma coisa positiva na escola, os moleques acabavam comigo. Eu não conseguia ser amigo de ninguém. As meninas sempre ficavam com dó, mas até a minha pré-adolescência foi brabo. Quando eu li, conheci o que era TDAH“.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno se manifesta por volta dos 6 anos e, de acordo com a Anvisa, é um dos problemas neurológicos de comportamento mais comuns da infância, atingindo de 8% a 12% de crianças no mundo inteiro. “Não é um diagnóstico simples, não basta uma única observação ou avaliação geral. É necessária a avaliação neuropsicológica bem fundamentada, observando todas as esferas da vida da criança”, explica André Wolter, psiquiatra, pai de Catarina e Estela.
Principalmente quando o transtornoé relacionado ao desenvolvimento escolar, muitas vezes é visto como frescura. Muitas pessoas chegam a acreditar que o processo é uma falta de imposição de limite dos pais ou até mesmo de negligência. “Os pacientes que têm o transtorno sofrem porque muita gente ainda acha que isso não existe, que é uma doença inventada por preguiçosos, enquanto, na verdade, eles realmente precisam de tratamento”, esclarece Antônio Geraldo da Silva, pai de Ana Luiza, psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Um dos principais fatores da disfunção neurobiológica é a herança genética. Claro que para comprovar o diagnóstico é necessário uma avaliação profunda do comportamento da criança, do ambiente e também da rotina que ela vive, tanto em casa, como na escola. “Precisamos levar em conta todo o contexto em que ela vive, escutando os pais e a escola”, afirma Rossano Lima, pai de Arthur e psiquiatra de crianças e adolescentes.
Mas, apesar de todo o contexto, a hereditariedade não pode ser descartada. Isso acontece quando o gene, ou genes, podem não ser os responsáveis pelo transtorno em si, mas, sim, por uma predisposição que a pessoa possui. Por isso, muitas crianças com TDAH possuem familiares (pais, tios, avós, irmãos) com o mesmo diagnóstico. E, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, várias pesquisas foram necessárias para provar que a recorrência familiar realmente pode existir.
Segundo dados da ABDA, estes são alguns fatores que podem influenciar na tendência ao transtorno quando associado à herança genética:
Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por predisposição de até 10 vezes mais do que na população em geral.
Pesquisas indicam que mulheres com problemas com álcool têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividadee desatenção. É importante lembrar que estes estudos não mostram necessariamente a associação entre esses fatores, ou seja, não mostram uma relação de causa e efeito.
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto, causando sofrimento fetal, tinham mais risco de terem filhos com TDAH.
Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do transtorno.
Seu filho pode apresentar dificuldade em seconcentrar, focar e, segundo André Wolter, ele também pode apresentar comportamentos como: se mexer muito o tempo todo; contorcer mãos e pés; não conseguir ficar sentado; ter dificuldade para executar alguma tarefa; não conseguir esperar sua vez; fala excessiva; interromper pessoas.
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