Família

Fotógrafo explica a importância de ir além da foto posada: “A beleza está nos momentos simples”

Renato dPaula é pai de Isabella, marido da Monica e fotógrafo - Renato dPaula
Renato dPaula

Publicado em 21/01/2019, às 15h28 - Atualizado às 16h48 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


Momentos simples e espontâneos do dia a dia da família que, em meio à correria, acabam ficando esquecidos e se perdem no tempo. Registrar e eternizar esses instantes em forma de imagens é o foco da fotografia documental.

Um dos pioneiros deste gênero no Brasil, o fotógrafo Renato dPaula, pai de Isabella e marido de Monica, acompanha famílias durantes horas para retratar a beleza e a força dos pequenos detalhes da vida e do cotiano. Ele lançou seu primeiro livro, “A Essência da Família”, em que ensina algumas técnicas para pais e profissionais de fotografia interessados em conhecer esse estilo. Na bagagem, Renato tem mais de 150 prêmios entre nacionais e internacionais sobre fotografia.

(Foto: Renato dPaula)

“Através das imagens, quero mostrar quanto amor existe no colo que consola o filho machucado ou ainda registrar a alegria e a bagunça animada de uma ida ao mercado com toda a família. A fotografia documental consegue capturar esses momentos do dia a dia repletos de paciência e carinho para que as pessoas possam resgatar essas lembranças que às vezes se apagam da memórias e revivê-las no futuro”, explica.

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A Mônica sempre diz que eu sou um saudosista. Ela tem razão. Como não ficar saudosista por momentos tão ricos como esses? Sempre que fotografo uma família eu me vejo nos momentos onde os pais estão brincando com os filhos. Quando é menina então, algumas vezes dá até aquele nó na garganta. Era como se fosse eu, brincando ali com a Babe. Bate saudade! E ali me inspiro a fotografar ainda mais para os filhos. Você me entende quando eu digo que fotografo para os filhos? Eu quero que eles tenham esse tipo de memória viva pra sempre. A família me inspira. A minha, outras também. Sr tem carinho e amor, pode ser no supermercado ou no elevador, aquilo mexe aqui dentro. É bonito de se ver. A Mônica e a Babe são minhas fontes primárias de inspiração. E que feliz poder ser pai. Que dádiva poder viver tudo isso. Melhor presente do mundo. Obrigado Pai, obrigado pai, obrigado mãe (que foi pai e mãe depois dos meus 16 anos), obrigado Tchu por me dar esse presente que é ser pai. Parabéns papais por esse dia tão gostoso! #paidemenina #diadospais Fotos: @fernandapetelinkar @gisellesauer @momagalhaes

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Através do livro ilustrado por fotos de diferentes famílias, Renato compartilha dicas sobre como deve ser o olhar de quem fotografa, como fazer uma boa composição e como encontrar a melhor luz. “É importante lembrar que não se trata de fotografar somente as crianças, pois é preciso ter a participação de todos. É nessa interação entre pais e filhos que você encontrará um material rico para entregar à família e eles serão muito gratos por isso. Tudo passa muito rápido e a relação, brincadeiras e contato entre eles vai mudando naturalmente. Seu objetivo como fotógrafo é preservar esses momentos”, comenta.

(Foto: Renato dPaula)

Em entrevista exclusiva à Pais&Filhos, Renato deu mais detalhes sobre a construção de seu livro e o que o motiva, no dia a dia, a registrar esses momentos simples, mas cheios de emoção, das famílias. Confira:

Você tem um projeto de fotografia com as famílias, certo?

Esse é um projeto onde eu passo o dia inteiro com a família, registrando como eles são. Pode ser uma viagem de férias ou alguma coisa especial que eles queiram fazer. Meu trabalho é registrar aquilo que eles gostariam de lembrar. Para algumas famílias é uma rotina normal, aquelas coisas do dia a dia mesmo que são supersimples, mas que acabam mostrando como são eles de verdade. Dentro dessa simplicidade do dia a dia, existem momentos muito significativos para a família.

(Foto: Renato dPaula)

A essência da família está sempre nos intervalos e nos grandes acontecimentos – a essência eu vou conseguir registrar no caminho para o parque. Tenho uma cena de uma criança, por exemplo, que estava voltando da praia e ele não queria voltar. A mãe entende que o filho está cansado, o filho não entende que ele não dormiu naquele dia e ela precisa se recompor para ter paciência pra dar carinho até o final do dia — e a essência acontece nesses momentos.  Eu não dirijo e não peço para a família fazer nada, apenas passo o dia conversando e registrando. É o Um dia na vida, um projeto que faço o dia inteiro com as famílias.

Foi desse projeto que surgiu o livro?

Foi uma forma de querer compartilhar não só como fotógrafo, mas também aos pais e mães para que eles pudessem compreender a importância de fotografar o cotidiano da família. Como a infância é importante ser registrada. E a fotografia possibilita isso. Às vezes, a gente é muito influenciado pela mídia: “sorria, para tirar uma foto!”. Quando você tira uma foto em que a criança está chorando não é bem vista. Mas eu vejo que existe uma oportunidade de registrar também um momento de consolo.

(Foto: Renato dPaula)

O projeto começou com a minha família. Percebi que no primeiro ano, eu só tinha fotos feitas com meu celular. Em 2011, não tínhamos uma câmera muito boa.Depois, eu decidi ficar com a câmera no pescoço registrando os momentos. Ali nasceu minha fotografia documental em família. Tinha momentos em que minha filha chorava e depois sorria. Em uma noite, ela acabou ficando com febre e eu fotografei tudo isso. Nesta foto, ela está com febre na cama – é um momento de amor de uma mãe que ela está ali acordada medicando. Reflete a experiência de muitas mães e pais que cuidam dos filhos.

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Quando eles ficam doentes a gente praticamente fica junto também. Eles acabam que não dormem bem por conta da febre. Nós também não pra poder medir e controlar a temperatura. A verdade é que entramos todos juntos nessa. Revezamento durante a madrugada. Enquanto um descansa o outro fica de olho. Febrão indo pra casa dos 39 e vai lá cacetada. Toma remédio. Coloca pano úmido. Não deu certo, vai pro banho. Foram 5 dias assim. Depois do terceiro dia a preocupação aumenta. Vai pro pronto atendimento. É virose! Volta pra casa. Tudo é virose hoje em dia. Vai pro pediatra. Volta pra casa. Passa na farmácia. Mais remédio. Fazia tempo que não passávamos esse perrengue aqui. A Babe não é de ficar doente. Mas dessa vez o vírus caprichou. No final tudo dá certo, mas o coração fica sempre apertado. É aquela vontade de dizer, vem vírus, sai daí e vem nemim! #fotografiadocumentaldefamilia #paidemenina

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Por que você escolheu a fotografia como formato?

Queria que as pessoas entendessem a essência da família que a gente consegue extrair da fotografia documental com as imagens do cotidiano. É normal a gente sempre buscar registrar um momento especial das nossas vidas. Nascimentos, gravidez, casamento, aniversário. Momentos que normalmente se fotografa ou se contrata um fotógrafo para isso. Para os outros momentos a gente esquece, existe uma beleza muito grande entre os intervalos. É colocar a criança para dormir ou ler um livro para ela antes de dormir. Pode ser um café da manhã em que o pai faz panqueca. Tem muita coisa especial dentro de um dia comum.

(Foto: Renato dPaula)

Qual mensagem você quer passar com o seu livro?

Que os pais e mães possam fotografar mais os seus filhos no dia a dia, se preocupar e lembrar que esse registro tem uma importância muito grande principalmente lá na frente. Existe uma coisa específica que eu gosto de falar: os pais e as mães me contratam, mas eu fotografo para os filhos. Minha intenção é fotografar a relação entre eles para que os filhos tenham um registro de como foi essa relação na infância. Mas quando esses pais não tiverem mais aqui qual o sentido disso? É esse o valor da fotografia, porque os filhos vão precisar dessas fotos no futuro. Como 3 ou 4 anos de idade, as crianças não têm recordação dessas memórias, Por isso, os registros são muito importantes. É uma forma de conhecer a relação entre eles e os pais. Meu grande objetivo como fotógrafo é registrar o relacionamento entre pais e filhos. Eu percebo o quanto é especial o momento em que a Isabella vem me abraçar e me beijar antes de ir para a escola.

A essência da família: a beleza e o caos através da fotografia documental, por Renato dPaula

Editora Photos

R$ 89,00

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