Família

O que é ser pai? Conheça 13 histórias e olhares sobre a construção da paternidade pelo homem

Vini Campos é pai de 3 filhos e atua como jornalista, escritor e ator - Divulgação
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Publicado em 12/08/2023, às 18h17 - Atualizado em 13/08/2023, às 10h04 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo


O primeiro colo, o primeiro olhar, o primeiro cheiro, o primeiro beijo, o primeiro abraço… Talvez, o nascimento seja um dos momentos mais emblemáticos para os homens que se tornam pais – sejam biológicos ou do coração. Muitos relatam que o parto ou o primeiro encontro com o filho é o momento em que se sentem pais, de fato, pela primeira vez. Mas esse é só o start desse sentimento que irá aumentar, se desenvolver, se transformar e transbordar pelo resto da vida.

Ser pai é algo que você sente, vive e constrói diariamente. Exige tempo, dedicação, paciência e resiliência. É complexo e bastante individual, por isso, cabe um mar de definições. Com isso em mente, convidamos 13 pais para a difícil missão de tentar explicar o que significa esse papel, com todas as dificuldades e prazeres que ele envolve. O resultado você confere a seguir (e fica aqui o nosso convite para você se questionar: o que é ser pai?).

Vini Campos, pai de Milagros, Alfredo e Pablo, ator e escritor e jornalista

Vini Campos é pai de 3 filhos e atua como jornalista, escritor e ator (Foto: Divulgação)

“Ser pai é ensinar sem impor, guiar sem desviar, amar sem sufocar, cuidar sem limitar, é proteger sem prender. Ser pai é o delicado equilíbrio entre o dever de levar nossos pequenos pelo caminho que consideramos correto, mas com a capacidade de escutar as vontades, desejos e intenções deles. Ser pai é estar aberto ao novo, por mais assustador que esse novo possa parecer. É entender que nada sabemos, mas que tudo podemos aprender”.

Beto Bigatti, pai de Gianluca e Stefano, publicitário, escritor e palestrante sobre paternidade inclusão

Beto Bigatti é pai de 2 filhos, já apresentou os podcasts dos Seminários da Pais&Filhos, é publicitário e escritor (Foto: Divulgação)

“Ser pai foi uma oportunidade mágica para me conhecer mais profundamente! O autoconhecimento foi fundamental na minha paternidade e acabou me permitindo ser um pai melhor e até uma pessoa melhor. Ser pai também me liberou para ser criança de novo. Por outro lado, ser pai também é desenvolver a habilidade de sobreviver a mini-infartos. Quando teu bebê cai da cama, quando te ligam da Escola no meio da tarde ou quando teu filho adolescente desaparece sem dar notícias e tu descobre horas depois que ele está tranquilo! Haja coração. Mas a verdade é que eu sou aquele pai que faz os filhos passarem vergonha direto. Chorei em todas as apresentações da Escola, gritei alto quando tiraram as rodinhas da bicicleta, beijo e abraço em público, sim senhor! Porque ser pai é ser um pouco mala. E tá tudo bem”.

Christian Dunker, pai de Nathalia e Mathias, psicanalista

Christian Dunker é pai de 2 filhos, psicanalista e professpr Titular do Instituto de Psicologia da USP (Foto: Divulgação)

“Minha experiência como pai foi e está sendo algo realmente muito surpreendente e incrível. Fui pai aos 30 anos e sempre achei que não daria muito conta do recado, não teria sido feito muito para esse papel. Então a maior surpresa que tive na vida foi descobrir como é legal ser pai e eu posso dizer que curti, especialmente quando eles eram muito pequenos. Mesmo os maus encontros dão boas histórias e são momentos muito decisivos. E eu acho que, sim, é sobre amor, mas eu diria que o amor é a massa corrida dessa construção. O mais interessante são os impasses, os imbróglios, os próprios conflitos que vão acontecendo dentro da paternidade. Isso é realmente incrível e só posso dizer que fui muito feliz. Os meus dois filhos são excepcionais como experiência de vida e me ensinaram a ser uma pessoa muito melhor”.

Vitin, pai de Dominic, vocalista da Banda Onze20

Vitin é pai de Dominic e é vocalista da banda Onze20 (Foto: Divulgação)

“Ser pai. Eu juro que sempre esperei por essa pergunta, e hoje, na maior certeza da minha vida, posso dizer que é a melhor coisa que já me aconteceu. Algo que me mudou por inteiro, de dentro pra fora, no aprendizado de cada dia, porque para crianças que, assim como eu, foram abandonadas pelo pai, temos na nossa cabeça de que nunca seremos capazes de fazer o que nos fizeram! Então, ser pai, pra mim, é aprender e ensinar todos os dias, me reinventar como o pai que eu nunca tive. Lutar pelo meu filho, uma delícia cremosa que nasceu com a trissomia do 21, meu Dominic, meu filho. E eu sempre quis falar ‘esse é meu filho’, tanto que às vezes, nem me perguntam, mas eu faço questão de enfatizar que é ele, e o quanto ele é a minha força motriz pra continuar a busca de ser um Pai e um Homem melhor”.

Carlos Arasaki, pai de 10 (em breve 12), empresário e influenciador digital

Carlos Arasaki é pai de 10 filhos, com mais duas a caminho, é empresário e dono da conta @coracaodepapi (Foto: Divulgação)

“Ser pai é ver o coração andar fora do peito, é aprender que a felicidade pode ser muito maior do que o imaginado. É se desafiar a cada dia para ser a sua melhor versão, é ter um propósito maior de contribuição para o mundo. É traduzir as dificuldades em crescimento. É conseguir ajudar no desenvolvimento de talentos. É a gratificação diária de poder se encantar e viver uma nova infância. E é difícil, é custoso, extremamente desafiador, mas muito recompensador e valoroso. Posso afirmar que ser pai de 10 filhos é uma benção enorme. Me sinto honrado todos os dias por Deus ter concedido meus filhos a mim, porque eles são verdadeiros presentes”.

Luciano Machado, pai de Maria Luísa e Lorena, sócio da MMF Projetos, engenheiro civil

Luciano Machado, pai de Maria Luísa e Lorena, sócio da MMF Projetos e engenheiro civil (Foto: Divulgação)

“O nascimento das minhas filhas foi possivelmente a realização do meu maior desejo nessa vida. É fantástico poder exercer a realização de ser pai. Como a mãe sai muito cedo para trabalhar, elas acordam comigo e dou o café da manhã, depois nos arrumamos e as deixo na escola. Na volta do trabalho, já estão em casa de banho tomado, tem dias que fazemos lição, tem dias que brincamos depois dessas atividades, jantamos, conversamos sobre tudo o que aconteceu no dia. Após escovar os dentes, fazemos uma oração de agradecimento e as coloco para dormir. Essa rotina preenche e coloca sentido na minha vida e é muito maior do que ter contato com um governador ou prefeito de qualquer lugar do Brasil, que são atividades inerentes ao meu trabalho. Sou uma pessoa completamente realizada e feliz por ser pai de duas meninas”.

Dr. Rodrigo Rosa, pai de Giovanna e Rafael, ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana

Dr. Rodrigo Rosa tem dois filhos, é ginecologista obstetra e especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana (Foto: Divulgação)

“Ser pai foi sem dúvida uma das minhas melhores escolhas. Com a Giovanna, minha primogênita, aprendi o que é amar incondicionalmente. Já o meu pequeno Rafael, me transformou por completo. Ele mudou meu olhar sobre a vida. Ser pai é mergulhar em um oceano de emoções que transforma a vida por completo. É uma jornada de descobertas, desafios e amor incondicional. Ser pai é estar presente, ser um porto seguro, um ombro amigo, um exemplo. Ser pai é um desafio constante, mas também é uma dádiva. Ser pai é uma honra, uma benção e um privilégio. É uma experiência única, que transforma um homem em algo maior, em alguém que tem o poder de deixar um legado, de deixar uma marca no coração de um ser que será para sempre seu filho. Ser pai é ser um herói, mesmo nos dias em que se sente frágil”.

Mestre Ivamar, pai de Ademy Oliveira, Felipe Melhor e Jorge Luiz, ator, pesquisador, griô quilombola e escritor

Mestre Ivamar tem 3 filhos, é pesquisador e atua na novela “Amor Perfeito” (Foto: Divulgação)

“Ser pai, antes de tudo, é ter humildade para reconhecer que por mais que façamos o melhor como pai, sempre serei o segundo. Não há nada mais forte do que amor de mãe, e esta sabedoria é um segredinho que só o tempo nos traz. Ser pai é ser um eterno aprendiz. É uma oportunidade que o universo nos concede de sermos pessoas melhores, na qual a gente não dá nada, mas sim, recebe. Tenho desejo ardente em deixar para meus filhos boas recordações, pois elas farão deles pais melhores do que eu. E eu deixo aqui aos meus filhos, meu agradecimento pela oportunidade de aprender. Amo vocês”.

Nicácio Belfort, pai de Benjamin e Lucas, professor, escritor, ativista social

Nicácio Belfort tem 2 filhos, é professor, escritor e ativista social e criador do perfil no Instagram @amordepapaireal (Foto: Divulgação)

“Não peço a Deus para ser um pai como o meu foi, peço para ser um pai que os meus filhos sintam-se amados e tenham lindas recordações, das coisas simples e cheias de significados que vivemos diariamente. Cada pai é único e especial. Ame seus filhos, viva com eles momentos inesquecíveis, momentos esses que podem ser uma cabana feita de lençóis na sala, noites de pijamas regadas a pipoca e chocolates; lanternas no escuro; cinema em casa; caça ao tesouro; e outras brincadeiras que eles vão lembrar cheias de recordações maravilhosas e repletas de amor. Por tudo isso e muito mais amo ser pai”.

Betho Fers, pai de Stephanie, doula de adoção, graduando em psicologia

Betho Fers é pai de Stephanie, casado com Erick, doula de adoção, graduando em psicologia e um dos criadores do perfil @papaipeando (Foto: Divulgação)

“Ser pai é estar comprometido com os cuidados, as necessidades, os sabores e os dissabores que a parentalidade implica, em todos os seus momentos, fases e particularidades. Para mim, ser pai vai muito além de um papel imposto por uma sociedade ainda muito arraigada nas questões biológicas e religiosas. A paternidade, quando bem empenhada, vem de forma tão forte que ela não consegue ser barrada nem nesses entraves. Para mim, ser pai é ser existência”.

Dr. Claudio Len, pai de Fernando, Beatriz e Silvia, pediatra e médico do departamento Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein

Dr. Claudio Len tem 3 filhos, é pediatra e faz parte do Hospital Albert Einstein (Foto: Divulgação)

“Ser pai é algo muito forte para mim. É estar conectado o tempo todo com os meus filhos, desde o dia em que nasceram. É ser o porto seguro, a referência e o colo do Fernando, da Beatriz e da Silvia. É fazer parte da história da vida deles, com um amor infinito”.

Humberto Baltar, pai de Apolo, educador, tradutor, palestrante, consultor étnico-racial e idealizador do coletivo Pais Pretos Presentes

Humberto Baltar é pai de Apolo, educador, tradutor, palestrante, consultor étnico-racial e idealizador do coletivo Pais Pretos Presentes com a esposa, Thainá Baltar(Foto: Divulação)

“Ser pai é ser uma pessoa educável, constantemente aberta ao aprendizado. Meu filho me ensina lições preciosas diariamente. Muitas delas são duras de aprender, como a lição do diagnóstico do autismo, por exemplo. Observar meu filho atentamente enquanto investigava traços do espectro nele me levou a descobrir não apenas meu autismo, mas também o TDAH e a dislexia. Em uma sociedade que patologiza a neurodivergência, foi e tem sido desafiador abraçar, assumir e conviver com nosso diagnóstico, mas sem dúvida alguma esse é um dos aprendizados mais importantes que o Apolo me proporciona com apenas 4 anos de idade”.

Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, jornalista, palestrante e autor dos livros O Papai é Pop 1 e 2

Marcos Piangers tem duas filhas, é jornalista, palestrante e escritor (Foto: Divulgação)

“Ser pai é conhecer nossos filhos, aceitá-los e celebrá-los em nossas vidas”.

Um documento internacional divulgado pela Unicef definiu paternidade ativa/pai ativo como aquele que mantém uma relação com o filho ou filha, que vá além do provimento financeiro, ou seja, significa se preocupar com as necessidades do filho, participar dos cuidados diários, construir vínculos afetivos, educar, estimular o desenvolvimento, se inteirar das tarefas domésticas. Os relatos aqui expressados demonstram isso na prática. E nesse contexto, aparece a importância de desconstruir estereótipos, preconceitos e até mesmo a autodesconstrução para ser o melhor pai possível. Se libertar do passado e até mesmo dos exemplos paternos ultrapassados que encaravam esse papel com uma função apenas financeira é urgente e não é simples.

Se permita ser pai

A paternidade transforma o homem. Mas a transformação começa de dentro pra fora, quando esse homem se permite viver a paternidade em sua plenitude. Isso exige coragem e sair da zona de conforto. E assim significa, sim, testar, tentar, errar, consertar, descobrir novos caminhos, se divertir, se emocionar, rir e chorar (na mesma intensidade e pelos mais diferentes motivos). Não, você não encontrará um jeito certo ou até uma fórmula infalível para seguir daqui pra frente que evite qualquer tipo de erro ou complicação. A paternidade é uma eterna desconstrução e aprendizado. Não fica mais fácil, mas talvez mais gostoso à medida que você conhece mais o seu filho, se aprofunda nas suas vontades e gostos, e pode perceber os reflexos da sua criação no dia a dia.

O termo paternidade ativa vai muito além das publicações nas redes sociais. Como o próprio termo diz, é ativo, está em movimento. No dicionário, ativo é entendido como “que exerce ação, que age” e “parte principal em qualquer ato”. E quais as principais influências na vida dos filhos se não os pais? É fundamental que você se mostre humano, errando, acertando, pedindo desculpas, conquistando seus sonhos, reconhecendo defeitos, valorizando pontos positivos, estando frustrado, chateado, feliz… Não se culpe por viver todos esses momentos e sentimentos, são eles que te transformarão no melhor pai possível e oferecerão suporte para seu filho ser quem é.

O dia dos pais é uma oportunidade de se conectar ainda mais com o seu filho (Foto: Getty Images)

Os dados mostram

A pesquisa “Retrato da Paternidade no Brasil”, de 2022, entrevistou mais de mil homens entre 25 e 55 anos e apontou que 56% deles consideram que são ótimos pais para os filhos; 62% têm o hábito de beijar, abraçar e fazer carinho nos filhos sempre que possível; assim como 57% têm o cuidado de dizer frases amorosas e encorajadoras para eles.

O mesmo estudo mostrou que 25% dos pais sentem dificuldade em estabelecer um diálogo sobre educação dos filhos com outras pessoas e 90% deles acreditam que os cuidados diários e educação dos filhos deve ser uma responsabilidade compartilhada igualmente entre os cuidadores da criança. O conceito de paternidade vem sendo desconstruído (e que bom) gradualmente. Essa relação só traz benefícios para todos os envolvidos: pais, filhos, mãe e rede de apoio. Nesse ponto, é importante lembrar: pai não ajuda, pai faz sua parte. Isso não deve ser encarado como um peso ou perfeccionismo utópico, muito pelo contrário. Está incluso em “fazer a sua parte” todos os sentimentos que já citamos acima, com falhas e acertos. Pense como oportunidade para se abrir para novas possibilidades como Vini Campos, como oportunidade para se (re)descobrir como Betho Fers, como oportunidade para libertar sua criança interior como Beto Bigatti; como a oportunidade para curar feridas do passado e transformar o presente como Vitin, como oportunidade para entender mais sobre si mesmo como Humberto Baltar, como oportunidade para deixar um legado no mundo como Dr. Rodrigo Rosa ou como oportunidade para ser um eterno aprendiz como Mestre Ivamar.

Ou mesmo tudo isso junto. Porque não há regra. A paternidade abre um campo de possibilidades e cabe a você aproveitar cada uma delas e agarrar aquelas que mais fazem sentido com a sua realidade e o que deseja. Esse texto não tem nenhuma pretensão de responder a pergunta “o que é ser pai’. O objetivo é justamente o oposto, instigar que você reflita sobre isso. E não precisa chegar a uma conclusão clara, coesa e direta. Afinal, ser pai é realmente algo difícil de traduzir em palavras, por isso, só seja, sinta na pele, viva. Ser pai é simplesmente ser. Aproveite!

Programas entre Pais&Filhos

  • Assista a uma estreia de filme no cinema
  • Monte um piquenique no parque (ou quintal)
  • Vá a um show
  • Saia para comer (almoço, jantar, café da tarde)
  • Explore a natureza
  • Passeie em museus
  • Joguem um jogo juntos (da sua época e do seu filho)
  • Faça uma noite do pijama
  • Reveja fotos antigas e converse sobre esses momentos

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