Gravidez

Mãe fala sobre experiência de dar à luz na mesma sala de parto que sofreu aborto espontâneo

A mãe enfrentou o trauma - Getty Images
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Publicado em 18/10/2021, às 06h27 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro


Uma mãe decidiu enviar um relato anônimo ao portal Insider, no qual revela a experiência de dar à luz no mesmo local em que pariu um bebê natimorto. Ela ainda contou como a situação a ajudou a ressignificar salas e hospitais.

“Quando a enfermeira finalmente me levou para a sala de parto, saindo do lugar em que eu estava tendo contraçõeshá horas, eu estava exausta, mas também animada e esperançosa. Mas aí, então, a gente entrou naquele corredor e eu reconheci a porta. ‘Não, nesta sala não’, protestei, implorando por outra sala — qualquer outra sala”, começou ela, falando sobre o momento em que descobriu que conheceria a filha no mesmo local em que sofreu a perda.

E então, completa, “Quando eu fiquei assustada com tantas lembranças, meu parceiro explicou para a enfermeira que foi ali, naquele mesmo lugar, que pouco menos de um ano antes eu tinha dado à luz nossa filha natimorta”. A mãe ainda aproveitou o espaço para explicar como se deu a perda do primeiro bebê.

“Foi um aborto espontâneo de um bebê que estava perfeito no check-up de 22 semanas e menos de sete dias depois já não tinha mais batimentos cardíacos. Um bebê que deveria ter curado nossa família da dor de outro aborto espontâneo, apenas dois anos antes”, disse. “A enfermeira franziu a testa, mas insistiu que era a única sala de parto disponível: ‘É aqui ou no corredor'”.

A mãe enfrentou o trauma
A mãe enfrentou o trauma (Foto: Getty Images)

Preocupada com a sua saúde e a do bebê, a mãe prosseguiu para o local. “No começo daquela gravidez, eu esperava gêmeos. Eu perdi um dos bebês pouco antes do fim do primeiro trimestre. A perda fez meu coração balançar, eu tinha certeza que o outro bebê, que eu conseguia sentir os cotovelos e pezinhos se mexendo dentro da minha barriga, também partiria antes que eu pudesse conhecê-lo”, contou, ainda.

“Durante a maior parte da minha gravidez, eu me recusei a olhar para baixo — com medo de que reconhecer o bebê pudesse prejudicá-lo de alguma forma. Em todo o último trimestre, uma parteira me visitou em casa quinzenalmente para verificar minha pressão arterial e os batimentos cardíacos do bebê, mas foi só nas últimas duas semanas que me permiti relaxar e ter esperança. O bebê nasceria com vida. Se algo acontecesse, ele ainda assim provavelmente sobreviveria”.

A mãe conta que relembrou do parto traumático que viveu naquela mesma sala. “Quando vi aquela porta, eu me lembrei de como na época eu implorei para que a enfermeira induzisse meu parto para que minha filha morta não nascesse no aniversário da minha filha já viva. Lembrei de como senti ela nascendo enquanto eu ainda estava de pé. Lembrei do olhar do meu parceiro quando minha filha caiu no chão daquela sala, como um respingo, e que eu fiz uma pequena oração de gratidão por não ter essa imagem gravada na minha memória como ele. Lembrei de segurá-la, vendo flashes de meus filhos vivos em seus traços”.

Foi uma delicada situação (Foto: Getty Images)

Além da delicada situação em que estava dando à luz ao bebê, a mulher ainda fala sobre as dificuldades do parto. “Foi o mais difícil que já tive, a primeira anestesia peridural que eu precisei na vida, mas um garotinho gordo chegou chorando apenas algumas horas depois. A parteira respeitou todos os pontos do meu plano de parto: ela não limpou o vérnix, nem cortou o cordão umbilical até que a placenta parasse de pulsar, nem colocou colírio nos olhos dele, nem furou o pé para um exame de sangue até o dia seguinte. E ela permitiu que eu amamentasse imediatamente”.

Mesmo com todas as dificuldades e desafio da situação, a mãe conta que pôde, enfim, ressignificar aquele local e a perda da criança no passado. “O que poderia ter sido uma experiência terrível foi, em vez disso, um momento de encerramento de ciclo para o meu coração. Consegui tranformar a sala de parto, que para mim era um cenário de terror, em uma sala de luz, celebração e redenção”, finaliza.


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