Gravidez

Sabia que o óvulo consegue escolher o espermatozoide que irá fecundar?

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Publicado em 10/08/2018, às 06h28 - Atualizado às 06h51 por Redação Pais&Filhos


Foi dada a largada e milhares de espermatozoides (milhares mesmo) lutam para ser o grande vencedor e entrar no óvulo, mas muitos nem saem da linha de partida. Isso porque podem ter alguma deformidade ou falta de energia para terminar a corrida, entre outros fatores. Mas existem aqueles mais fortes e rápidos, que seguem na disputa, até que o Michael Phelps deles chegue ao alvo. Ou isso era o que os cientistas pensavam até agora.

Mas, calma. Antes de saber o que mudou, precisamos entender como é o processo que conhecemos hoje. Para nos ajudar, Clay Brites,  pediatra, neuropediatra, um dos fundadores do Instituto NeuroSaber e pai da Helô, do Gustavo e do Maurício, explica que a fecundação ocorre quando milhões de espermatozoides vão em direção ao óvulo. O grupo que tem mais força e eficácia na hora da corrida toda vence chegando ao alvo, mas, ainda assim, não dá para garantir que ele seja saudável só porque foi rápido. Esse processo é dividido em quatro etapas – porque não somos fáceis.

1ª Etapa: Antes de tudo, o espermatozoide não pode ter malformação, como uma cauda faltando, nem com uma a mais, ou sem material genético dentro dele (pode até chegar lá, mas não vai gerar nada). Ele tem que ser perfeito (merecemos) e fazer parte de um grande grupo de espermatozoides nadando até lá, e grande mesmo: por volta de 15 milhões por ml de líquido espermático, porque, assim, eles vão se empurrando e indo para a frente.

2ª Etapa: O grupo de espermatozoides tem que sair do órgão reprodutor masculino, ser lançado pela ejaculação e cair na região vaginal. Isso tem que acontecer na fase em que a mulher está fértil, com secreção abundante para o deslize dos espermatozoides. Além disso, o óvulo precisa estar parado e o trajeto não pode ter cicatrizes nem malformação, para os espermatozoides se deslocarem tranquilamente.

3ª Etapa: Sabe os 15 milhões de espermatozoides? “Apenas” 5 milhões conseguem entrar no óvulo. Até hoje não se sabem os fatores pelos quais eles conseguem entrar, mas o movimento que o espermatozoide faz ajuda bastante.

4ª Etapa: Acontece a fecundação de fato: a união do DNA do espermatozoide com o DNA do óvulo. Cada um com seus 23 cromossomos formam o zigoto, que nasce com um total de 46 cromossomos. O resultado dessa união genética entre os dois dá lugar a uma multiplicação das células. Essa união pode dar errado e levar a uma mutação, fazendo com que a criança nasça com alguma síndrome.

Ou seja, por mais que o espermatozoide precise ser rápido, perfeito e do líquido para se locomover melhor e da união com o óvulo, o processo não garante zigotos perfeitos, fazendo da fecundação um procedimento aleatório. Não existem explicações pelas quais uns chegam e outros não. Mas alguns cientistas talvez possam provar que não é bem assim. Será?

Aleatório? Nananinanão, vamos repensar

Uma pesquisa realizada por um cientista do Pacific Northwest Research Institute, Joe Nadeau, mostrou que esse processo não acontece de forma aleatória, como pensávamos. Ou seja, o óvulo que escolhe o espermatozoide para fecundá-lo. Para chegar a essa hipótese, dois grupos de camundongos foram usados: um grupo contaminado com o gene do  câncer de testículo  (um dos tipos de câncer que mais têm fatores genéticos) e o outro sem esse gene.

Os cientistas fizeram um cruzamento das fêmeas infectadas com machos não infectados e observaram que tinha uma aleatoriedade nos filhotes contaminados. Na segunda parte do experimento, os cientistas fizeram o oposto: machos infectados e fêmeas saudáveis. 27% dos filhotes foram contaminados com os genes cancerígenos enquanto que a expectativa era de 75%.

Nos conquiste primeiro

As primeiras evidências mostram que o óvulo pode ter uma influência na escolha dos espermatozoides com características específicas em vez de comportar-se de forma passiva, só esperando para ser fecundado. Mollie Manier, bióloga evolutiva da Universidade de George Washington, explica que a anatomia reprodutiva é mais enigmática e difícil de estudar, mas há um crescente reconhecimento do papel feminino na fertilização.

A outra bióloga da área, Renee Firman, da Universidade da Austrália Ocidental, afirma que “ainda temos um longo caminho a percorrer para entender esse processo, mas eu não acho que ainda apreciamos o quão comum é isso (o óvulo escolher o espermatozoide) e a frequência com que acontece”. Mas isso é apenas o começo de um estudo que está disposto a provar que a fecundação tem, sim, uma participação feminina ainda mais importante. Giuliano Bedoschi, ginecologista, obstetra, especialista em reprodução humana da clínica Mater Prime e filho de Luiz e Rosemary, explica que essa pesquisa está levantando algumas hipóteses que precisarão de mais estudos para se concretizar melhor

Já existe um processo natural muito forte, porque o espermatozoide consegue chegar até o óvulo em uma distância que é como se fosse do Brasil até a África! Não é qualquer um que consegue, não. Giuliano ainda fala sobre algumas evidências que mostram que os espermatozoides com o cromossomo X são mais pesados e vivem mais tempo. Já os com cromossomo Y são mais leves e morrem mais cedo. Por isso, se a família quer ter um menino, por exemplo, a dica é ter relações sexuais no dia anterior ou no próprio dia da ovulação, assim tem mais chance de continuarem fortes e vivos.

Isso porque existem evidências de que o óvulo tem esse papel ativo na hora de selecionar o espermatozoide através de substâncias, facilitando ou dificultando o caminho dele através de interações antes da fertilização. Mas é um método que não dá para confiar. Ou seja, por enquanto, o espermatozoide com melhor potencial é quem fecunda o óvulo.

E agora?

Os pesquisadores vão precisar adquirir um conhecimento em laboratório, ou seja, estudar o óvulo e o espermatozoide. E não será fácil, não. Não dá para saber qual espermatozoide tem o cromossomo X ou Y e quais substâncias escolheriam o espermatozoide.

Encontrar dados para apoiar ou refutar de vez esse estudo pode ser um desafio. Vai depender de pesquisas que mostrem que os genes do esperma afetam as moléculas superficiais e que o óvulo sente essas diferenças. Mas, para isso, serão necessários estudos bioquímicos detalhados. Enquanto a gente espera as conclusões, já podemos nos sentir ainda mais poderosas!

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