Pai pede socorro antes de morrer por coronavírus e deixa mensagem fortíssima
Evandro Costa Silva lutou na linha de frente contra e doença, mas infelizmente acabou deixando a esposa e os dois filhos, além de fazer um desabafo momentos antes de partir
Resumo da Notícia
- Evandro era diabético e pertencia ao grupo de risco
- O enfermeiro deixou a esposa e os dois filhos
- Ele deixou uma mensagem momentos antes de morrer por coronavírus
- O pai estava internado desde última terça-feira, 13 de maio
Evandro Costa Silva, um enfermeiro de 42 anos que lutou na linha de frente contra o coronavírus, morreu na última sexta-feira, 15 de maio, em Macapá. Horas antes, ele havia pedido ajuda por mensagem para os amigos e colegas de trabalho. Infelizmente, ele deixou a esposa e os dois filhos.
Por um grupo, ele começou ás 23h45: “Vou falar aqui até apagar. Não tem como falar no pv [privado] de ninguém”. Em seguida, Evandro falou sobre o que estava sentindo naquele momento: “Vou morrer sentado agonizando aqui. Minhas mãos estão cianóticas, saturando 60 agora e sem assistência alguma”. O enfermeiro teria enviado a última mensagem por volta das 00h30.
Desde quinta-feira, 14 de maio, ele estava internado no hospital de campanha Centro de Tratamento Covid 2, que tratava casos confirmados e suspeitos da doença. O enfermeiro trabalhava em um hospital da rede privada, e ficou internado lá no dia anterior, até ser transferido.
Em entrevista à Uol, um dos amigos de Evandro disse que ele não estava com um respirador mecânico pela falta do equipamento no hospital. “No grupo, ele pediu um socorro, dizendo que estava passando mal e que iria morrer, pois ninguém estava dando atenção a ele. Nisso, passou a noite mal, estabilizando pela manhã de anteontem. Só que ele piorou e recebemos a notícia de que o Evandro morreu a tarde”, desabafou.
Evandro pertencia ao grupo de risco por ser diabético e Kliger Campos, delegado do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (SindSaúde) no Conselho Estadual de Saúde do Amapá falou sobre as declarações do amigo do enfermeiro: “O oxigênio estava disponível, mas estamos com um problema muito grave no estado que é a falta de sedativo para intubar os pacientes nos dois centros especializados para tratar a covid-19 em Macapá. É dito algo na mídia, mas quando vamos fiscalizar, não é nada daquilo que é anunciado”.
Em nota, enviada no dia 11 de maio à UOL, o governo do Amapá já havia falado sobre a falta de equipamentos: “A compra [do sedativo] tem se efetuado de forma contínua, com decréscimo de alguns destes medicamentos que passam a ser escalonados para suprir a alta demanda. O problema atinge todos os estados”.
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