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Sexualidade e Relacionamentos dos Autistas

Precisamos entender o comportamento dos autistas para ajudá-los a se relacionar - iStock
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Publicado em 23/11/2022, às 12h26 por Mayra Gaiato


Falar sobre a sexualidade ainda é um tabu na nossa sociedade, inclusive para as pessoas com desenvolvimento típico, quanto mais para pessoas atípicas, que são por vezes, vistas como “puras”, “anjos”. Dessa forma novos rótulos vão sendo criados sobre aquela pessoa, anulando-se o fato de que passam normalmente por todas as fases do desenvolvimento, inclusive a puberdade com suas questões de sexualidade (as quais englobam mudanças corporais, menstruação, desejos, masturbação e relacionamentos afetivos).

Ser mãe é uma prática diária de muito aprendizado
Precisamos entender o comportamento dos autistas para ajudá-los a se relacionar (Foto: iStock)

Os autistas, como qualquer outra pessoa, passam por mudanças hormonais e chegam à fase de quererem se relacionar afetiva e sexualmente. Porém, para chegarem a isso, precisam passar pela fase de “paquera” e de relacionamento íntimo interpessoal, que é exatamente o que eles têm mais dificuldade. Iniciar conversas, entender flertes, manter diálogo a dois entendendo o ponto de vista do parceiro é um desafio.

Compreender a sexualidade do autista significa entender o autismo, pois suas vivências, potencialidades e dificuldades perpassam intimamente o processo de desenvolvimento e aprendizagem. O nível de suporte que um autista precisa impacta diretamente nessas questões. Um autista nível 1 de suporte precisa de pouco apoio para aprender e se desenvolver. Já os autistas que necessitam de suporte moderado ou intenso, precisarão de mediação proporcional a como aprendem.

Neste sentido, a literatura indica as características essenciais em programas de intervenção voltados a esse público: uso de linguagem clara, direta, breve e concreta, com evitação de figuras de linguagem como metáforas e analogias (ou, sendo o caso, explicitação de seus significados); apresentação de informações acompanhadas de apoios visuais, como imagens ou vídeos; utilização de estratégias de resoluções de problemas reais e dramatizações, que se aproximam o máximo possível do que ocorrerá em seus cotidianos; embasamento em materiais didáticos concretos, como protótipos em tamanho real. Recomenda-se, ainda, que sejam realizados momentos em ambientes naturais, para facilitar a generalização do aprendizado, mas caso isso não seja possível, estratégias de role-playing podem ser úteis.

Em nossa sociedade e cultura, a educação sexual acontece frequentemente de maneira indireta, silenciada ou permeada por sinais sutis e uso de linguagem metafórica, que dificultam imensamente o acesso ao conhecimento por parte das pessoas com TEA. Assim, educadores e mediadores devem atentar-se ao fato de que a educação sexual aqui sugerida, clara, direta e menos “intuitiva”, além de inclusiva às pessoas autistas, pode ser melhor também ao público em geral.

A educação sexual de pessoas autistas é uma ferramenta central na garantia de seus direitos, na diminuição da vitimização para violências, e apoio para vivências mais emancipatórias. A elaboração de programas, especialmente voltados a adultos com TEA, deve considerar suas particularidades e necessidades, adequando, portanto, a linguagem, para que seja mais clara e direta; os recursos, utilizando meios tangíveis, visuais e concretos; e atividades que permitam o exercício de resoluções para situações reais. É muito frequente o índice de abusos sofridos por autistas por serem mais “inocentes” e, por isso, se exporem mais a situações de risco.

Assista ao podcast com Marcos Piangers que rolou no 14º Seminário Internacional Pais&Filhos


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