Publicado em 26/07/2023, às 09h17 - Atualizado em 27/07/2023, às 10h01 por Mayara Neudl, Estagiária | Filha de Lidia e Rogerio
Dia 25 de julho é o Dia Mundial da Prevenção ao Afogamento, criado na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2021. A data traz atenção para um problema de saúde pública. Principal causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos e segunda maior na faixa etária de 5 a 9 anos de idade, no Brasil morre uma criança afogada a cada três dias. Os dados são da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA).
Por ano, 236 mil pessoas são vítimas fatais de afogamento e 90% das mortes acontecem em países de baixa e média rendas. Em 2023, foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a primeira resolução para prevenir os casos.
Os afogamentos não acontecem só em mares, piscinas, rios e ambientes aquáticos de submersão, mas na verdade, muitas das vezes em situações cotidianas, como tomar banho, coletar água para uso doméstico, viajar sobre a água em barcos ou balsas e pescar.
Capacitar pessoas que possam ser observadores de água, garantir que regulamentações sobre embarcações sem cumpridas e tornar melhor a gestão do risco de inundações estão entre as medidas de baixo custo para prevenir os acidentes e são sugeridas a países e organizações para reduzir o número de vítimas.
Além disso, instalar barreiras que controlem o acesso à água, creches pré-escolares e instituições de cuidados infantis seguras construídas longe da água, ensinar natação, resgate, ressuscitação e segurança aquática são outras prevenções importantes.
A Organização Mundial da Saúde ainda sugere que os cidadãos, instituições e governos conversem, apoiem, incentivem e engajem eventos, organizações públicas, conversas e conscientizações sobre o assunto.
As crianças, principalmente as menores, podem se afogar em baldes, bacias e até no vaso sanitário. Quando são pequenas, a cabeça e os membros superiores das crianças são mais pesados que o restante do corpo. Fica fácil perder o equilíbrio, cair e depois não saber como levantar. Por isso mesmo, todo cuidado é pouco.
“Cuidar não é só ficar olhando. É muito mais do que isso. Para tomar conta mesmo, é preciso abrir mão da diversão, do celular… Porque, depois que o acidente acontece, não tem mais volta”, alerta o pediatra Marco Antônio Chaves Gama, pai de Bruno e Gabriela e presidente do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Se seu filho cair na água e se afogar, é preciso ter calma. O primeiro passo é retirá-lo da água e desobstruir as vias respiratórias, colocando a cabeça um pouco para trás. Não dá para perder tempo. Logo em seguida, ligue para o serviço de emergência. Tenha o número do SAMU (192) e do Corpo de Bombeiros (193) sempre à mão e salvos nos contatos do celular. Ele pode ser útil quando você menos imaginar. “O importante é ligar para os bombeiros ou para a emergência imediatamente. Eles sabem como orientar e vão dando o passo a passo do que você deve fazer”, explica Marco Antônio.
Só no Brasil, pelo menos uma criança morre todos os dias vítima de afogamento, segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA). E as aulas de natação são uma das formas de prevenção mais efetivas. A pratica pode diminuir em até 88% dos casos de afogamento na primeira infância, aponta a American Medical Association.
Além disso, um estudo da Universidade de Griffith (Austrália) mostrou que crianças com menos de 5 anos que já fazem aulas na piscina têm um melhor desenvolvimento motor, cognitivo, linguístico e até matemático, o que ajuda em emergências.
A dica é sempre procurar instrutores e escolas de natação especializadas. Mais do que aprender vários tipos de nado e se tornar um atleta profissional, a criança precisa saber como “se virar” se estiver em uma situação de risco.
A Safe Kids Worldwide, organização que previne lesões na infância por meio de pesquisas, divulgação comunitária, advocacia legislativa e campanhas de conscientização da mídia, recomenda que as crianças desenvolvam algumas “habilidades de sobrevivência” na água. Segundo a ONG, se a criança dominá-las, as chances de afogamento podem diminuir. Para isso, ela precisa saber:
1) Pular ou mergulhar, de forma que a cabeça afunde na água e ela saiba voltar à superfície;
2) Flutuar ou boiar, com a boca e o nariz para fora da água, por pelo menos um minuto;
3) Ter fôlego e resistência para nadar por pelo menos 22 metros;
4) Se movimentar em círculos, com a cabeça para fora da água, até encontrar um lugar seguro para sair dali;
5) Sair da água sem precisar usar uma escada.
Vale lembrar que o responsável que vai supervisionar a criança também precisa saber nadar. Todos da família devem aprender também, para saber como agir em caso de emergência. E nunca é demais lembrar: mesmo quem sabe nadar corre o risco de se afogar e as crianças precisam de supervisão o tempo todo.
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