Família

As diversas profissões que mães exercem na criação dos filhos

As mães podem ser professoras, médicas, plantonistas e muito mais - Getty Images
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Publicado em 13/04/2023, às 08h43 - Atualizado às 12h02 por Fernanda de Andrade, filha de Débora e Marcos


Se você já era um leitor da Pais&Filhos em 2006, provavelmente deve ter se deparado com a matéria “Profissão: Mãe”, escrita por Verônica Papoula. Ali, entendemos melhor que ser mãe não é “apenas” ter um filho, vai muito além disso. Ser mãe é ser milhares de outras profissões juntas (além da sua!) para o seu filho. Para ser mãe é necessário ser médica (mas sem passar por todos os anos de estudo), é ser professora (mesmo que você tenha que explicar uma matéria que nunca foi seu forte)…

Imagine quantas vezes a sua mãe, por exemplo, já não exerceu alguma profissão que ela nunca teve contato antes de você nascer. Será que as afirmações feitas por Verônica em 2006 continuam atuais após 17 anos, em 2023? De norte a sul, leste a oeste, as mães ainda exercem diversas profissões no dia a dia. Desde quando acordam ao momento que se deitam, elas pensam na agenda dos filhos, na lição de casa, o que irão levar no lanche escolar, se estão indo bem na escola… O que Verônica escreveu em 2006 ainda é real, mas passou por algumas “modificações” desde então e nós te contamos por aqui.

Mãe tem várias profissões, sim!

Não dá para discordar! Apenas para registrar, a matéria de 2006 contou com 31 profissões (só para dar alguns exemplos!) Teve mãe nutricionista (por se preocupar com a alimentação do filho), mãe astrônoma (que explica sobre as constelações), mãe cientista (aquela que explica a origem de tudo para as crianças) e até mesmo mãe arquivologista, afinal, qualquer desenho feito pelos seus filhos merece ser guardado em um lugar especial! Fora isso, quem nunca teve que “dar uma” de estilista para que o filho não fosse parar em um episódio do programa Esquadrão da Moda? Ou foi cientista social para explicar que devemos falar “por favor”, “obrigado” e “com licença” para as pessoas que encontramos durante o dia?

Ainda existem as profissões que foram surgindo ou se adaptando desde então, como a mãe T.I, que resolve os problemas nos eletrônicos das crianças mais velhas, com tablets e celulares. Com a chegada das redes sociais, também chegou mãe assessora, que faz gerenciamento de crise e cuida das contas das crianças (o famoso “perfil monitorado pelos pais”!).

As mães podem ser professoras, médicas, plantonistas e muito mais (Foto: Getty Images)

A mãe bailarina, presente na matéria de 2006, não é mais apenas aquela que dança para ninar as crianças, mas também a que faz as dancinhas que viralizam com os filhos no TikTok. Adicionando outra profissão, já percebeu que toda mãe também é tradutora? Traduz o choro do bebê: “Esse choro significa fome”, ou ajuda a criança a se comunicar na fase em que está aprendendo a falar: “Na verdade, ele disse que está com sede!”. Por último mas não menos importante, a mãe plantonista ou segurança noturna marca presença, principalmente quando as crianças não estão se sentindo bem durante a noite: “Vou lá checar se a febre já baixou”.

A influenciadora digital Laura Gama (@alauragama), mãe de Lavínia, conta que as mães “conseguem diploma” em diversas áreas para poder cuidar dos filhos: “Eu acho que na lista de profissões de mãe, além de médica, dentista, decoradora e psicóloga, poderia acrescentar muitas outras. A gente vira farmacêutica, porque temos que saber qual remédio temos que dar para a criança… Quando ela cresce um pouco vem aquela coisa do brincar, e viramos um pouco atriz, porque temos que inventar e contar histórias, brincar com as bonecas e entrar no personagem, e isso é algo que eu faço diariamente, já que a Lavínia adora histórias e usa muito a imaginação dela”.

Já para Aline Barbosa, influenciadora digital (@maecrespa), podcaster e mãe solo de Laura, Vicente, Joaquim e Antônia, se tornar mãe foi descobrir que é possível ser várias profissões em uma só: “Sendo mãe de quatro crianças, com idades completamente diferentes, descobri que exerço muitas profissões como: professora, estilista, costureira, TikToker, psicóloga…”, e diariamente cuida de várias tarefas, disse ela: “Eu sou mãe solo, tenho diversas demandas. Mas diariamente eu sou: cozinheira, médica, psicóloga, professora, estilista (porque eles querem estar vestidos na moda) e administradora”.

Cecília Troiano, colunista da Pais&Filhos, psicóloga e mãe de Beatriz e Gabriel, contou que à medida que os filhos cresceram, as tarefas foram diminuindo: “Olha, hoje meus filhos já são adultos e minhas tarefas como mãe se reduziram, o que é um bom sinal de que criei bem meus filhos! Mas pensando em minha vida como mãe, desde que eles eram pequenos, as ‘profissões’ principais que assumi são: enfermeira, cozinheira, secretária, professora, estilista, médica, psicóloga, contadora, fiscal, conselheira, agente de viagens, mediadora de conflitos, manicure, cabeleireira, advogada, motorista…” , Ufa! Até ficamos sem fôlego por aqui.

Nem nos meus melhores sonhos…

Se tornar mãe também significa fazer coisas que nunca imaginou antes. Lá em 2006, uma das mães entrevistadas, Viviane, contou uma situação que ela nunca pensou que passaria ao se tornar mãe: “Um dia meu filho chegou em casa com um bambolê querendo que eu ensinasse os amigos a brincar. Foi a maior vergonha da minha vida, eu parecia mais uma minhoca, aliás, foi esse o apelido que eles me deram. Foi o dia da ‘mãe mico’”. Se descrevermos essa parte da maternidade em um ditado, ele seria: “O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando?” (nesse caso, de vergonha!). Apesar de Viviane ter achado “um mico”, são essas as atividades que ficam na memória das crianças quando crescem! Algumas vezes, essas profissões “não planejadas” na vida de uma mãe acabam se tornando corriqueiras, como a de Aline Barbosa, mãe de quatro filhos: “Uma profissão que nunca pensei que exerceria com certeza é psicóloga, pois muitas vezes sou eu que preciso de uma. Mas preciso exercer esse papel no dia a dia com as crianças”.

Contudo, outras profissões aparecem apenas em momentos específicos, mas totalmente inesperados, como a de Cecília Troiano, que graças à filha, tem mais uma profissão para colocar no currículo: “Nossa, essa é difícil, talvez antes de ser mãe não imaginava que também pudesse ser ortodontista. Uma vez o aparelho fixo da minha filha se rompeu e estávamos fora do país. Restou a mim a tarefa de tentar cortar com uma ferramentinha o arame que estava solto cortando a boca dela. Uma aventura e tanto!”.

As mães se propõem a tudo o que os filhos precisarem (Foto: Getty Images)

A mãe de Lavínia, Laura Gama, conta um episódio em que se encarregou de ser a cabeleireira da menina: “Essa profissão eu literalmente virei por um dia, cabeleireira! A minha filha quis deixar o cabelo dela crescer por um tempo e, um dia, decidiu que queria cortar. Eu estava em casa com uma tesoura de cortar unha, já que não tínhamos nenhuma outra tesoura além dessa, e fiz um corte de cabelo nela! Foi metade do cabelo embora e ficou muito bom, deu supercerto”. Laura também deixa claro algo que todas as mães têm com as suas várias profissões, o comprometimento: “É difícil responder qual a profissão que eu nunca imaginei que eu exerceria sendo mãe, porque quando eu me propus a me tornar mãe, eu também me propus a tudo! Eu não consigo dizer nunca para nada, porque eu estou disposta para poder oferecer tudo o que a minha filha precisa, desde um corte de cabelo de repente no quarto com uma tesoura de cortar unha, até a parte de psicológico, de dar todo o apoio, acolhimento. Todas essas coisas que eu faço diariamente para ela, são coisas que quando eu me comprometi a esse desafio da maternidade, eu estava disposta”.

Dupla jornada

Administradora e economista doméstica também foram algumas das profissões citadas logo no início do texto, acompanhadas das aspas da psicóloga Liliane Breitenvieser: “Quando solteiras, as mães administravam no máximo sua conta bancária. Casadas, o marido é, muitas vezes, quem organiza o orçamento. Quando mães, são elas que
passam a administrar o impossível: desde conciliar seus horários com os dos filhos até separar a grana para o lanchinho, comprar roupas, brinquedos, e ainda sobrar um pouco para as viagens de fim de semana”. Será que essa afirmação ainda é real?

A nossa colunista Cecilia Troiano, analisou: “Apesar de passados quase 20 anos da frase da Liliane, por incrível que pareça, quando pensamos nos brasileiros de modo geral e não apenas numa bolha mais privilegiada socialmente e de cabeça mais aberta, sim, infelizmente ainda se vê um acúmulo de funções nas costas das mulheres. Os dados do IBGE estão aí e não deixam dúvidas – Mulheres dedicam quase o dobro de horas para atividades domésticas e afazeres relacionados aos filhos do que os homens“.

Essa sensação de carregar a mais do que consegue é ainda maior no caso de mães solo, como Aline: “Equilibrar todos os pratinhos não é fácil, um sempre está abaixo do outro. E a constante busca em sempre conseguir manter este equilíbrio traz um desgaste mental enorme, que prejudica nossa saúde. Mas sendo mãe solo, não tenho muitas escolhas, afinal sou eu para tudo! Eu aprendi na dor que não é possível dar conta de tudo, o melhor a ser feito é elencar as prioridades”.

Aliás, esse é um dos conselhos dados por Cecília para que as mães lembrem de que elas não continuem se colocando em segundo ou terceiro lugar, se permitindo descansar: “Costumo dizer que a sabedoria vem de separarmos os pratinhos que temos que manter girando, ver aqueles que são de cristal. Os de borracha, se cair, tudo bem, vida que segue. Os de cristal precisam de um maior cuidado. Nossas vidas são pratinhos de cristal. A mãe também precisa estar bem para que ela possa cuidar dos outros […] Mesmo que a mãe tenha o marido do lado e que faça mais coisas que o pai, eventualmente, algumas coisas o pai faz. Mas, no caso da mãe solo, isso não acontece. Nesse sentido sim, ela é mais múltipla ainda, o desafio é ainda maior”.

Mães solo acabam se tornando mais sobrecarregadas durante a maternidade (Foto: Getty Images)

Filho tem profissão?

Sim e não! Primeiramente, é extremamente importante lembrar que criança não trabalha, criança dá trabalho! Mas o filho tem sim uma profissão em relação à mãe. O encerramento da matéria de 2006 é o seguinte: “Dá um trabalho danado esse negócio de ser mãe, porque além de tudo não tem sábado, domingo, férias, descanso… Não tem dúvida nenhuma, mas… Como é bom!! Tanto que, podendo, a gente repete a dose e repete, e repete de novo…”.

A maternidade pode ser cheia de profissões, mas os filhos também podem ter um cargo na vida das mães, segundo Cecília Troiano: “Sem dúvida, até um filho pequeno pode ser um psicólogo para a mãe, trazendo uma sacada que nos faz pensar na vida! E isso acontece muito. Os filhos também são excelentes professores e nos ensinam demais. Uma vez, minha filha quando adolescente me falou algo assim, num dia em que tivemos um conflito: ‘Calma, mãe, pela primeira vez você é mãe de uma adolescente’. Que sábia lição, como ela me ensinou com essa sua colocação. Todos os dias nossos filhos nos ensinam demais, a vida toda”.

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