Publicado em 06/03/2023, às 12h03 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h22 por Redação Pais&Filhos
Momentos difíceis costumam acontecer em toda a família, por mais que os relacionamentos sejam saudáveis e felizes, processos dolorosos são comuns. Não é atoa que a Síndrome do Ninho Vazio (SNV) é um termo que vem se popularizando bastante entre os pais. Psicólogos e psicanalistas se referem à condição como a perda de algo valioso que preenchia a vida afetiva de uma pessoa. Com frequência, atribui-se essa dor à saída dos filhosde casa e pode ser identificada nos sentimentos de esvaziamento da vida.
Porém, também é possível que os pais comecem a sentir essa falta já nos primeiros momentos de amadurecimento e crescimento dos filhos, em que a criança busca, ativamente, mais independência, inclusive na sua relação com seus cuidadores.
Recentemente, Giovanna Ewbank falou sobre como tem lidado com o crescimento dos filhos. Nas redes sociais ela contou que Titi, de 9 anos, e Bless, de 8 , estão entrando na pré-adolescência e que agora sempre dormem na casa dos amigos aos finais de semana. “Eu já estou experimentando a síndrome do ninho vazio. Titi e Bless, no fim de semana, vão para a casa de amigos. Estão na piscina, na praia, com amigos e tal”, conta a mãe.
Assim como a influenciadora, Marcelo Zanetti, pai de Arthur Bólico Diniz, conta que sentiu a mesma sensação de perda quando o filho saiu de casa para ir morar com a namorada. Ele fala que o sentimento de ausênciacomeçou, assim como o de Giovanna, quando o mais velho, hoje com 23 anos, iniciou o período escolar e foi se aprofundando com as saídas intermináveis nos finais de semana durante a fase de desenvolvimento.
De acordo com Fabrícia Barros e Fabiana Brando, psicólogas formadas pela UERJ, Gestalt-terapeutas e especialistas em parentalidade, a SNV é caracterizada pela sofrimento psíquico e/ou desconforto emocional que estão associados tanto à saída dos filhos de casa, quanto à consequente mudança nas demandas da função parental. “Em outras palavras, os pais são obrigados a rever o seu papel de cuidadores, de provedores e de figuras primárias de apego. Isso pode gerar pensamentos do tipo: “não sou mais útil na vida do meu filho”, exemplificam.
As especialistas explicam que para identificar a SNV, é sempre preciso avaliar a intensidade e duração dos sintomas psicológicos e comportamentais que surgem e se mantêm após a saída dos filhos de casa: “Dificuldade de adaptação à nova realidade, tristeza profunda e persistente, isolamento social, dificuldade de manutenção das atividades diárias e os demais sintomas clássicos de um quadro depressivo são características da síndrome”.
Ainda de acordo com Fabrícia e Fabiana, conceitualmente, o que a Giovanna está vivenciando é diferente da Síndrome do Ninho vazio. “É possível passar pelo que a influenciadora está vivendo em outros momentos do desenvolvimento infantojuvenil, como desmame, desfralde, ou qualquer outra fase de aquisição de habilidades que retiram claramente do adulto sua centralidade na vida da criança. Para muitos pais, a sensação é de perda mesmo”.
As especialistas explicam que no caso da atriz, estamos diante de um estresse parental esperado e bem comum, com claras exigências adaptativas, mas não ainda da síndrome. “De qualquer forma, independente do nome que dermos, Giovanna é uma mãe que, publicamente, demonstra dedicação à função materna. E, se por um lado, tal dedicação é indispensável para a saúde mental de seus filhos, é também fator de risco para o sofrimento psíquico. Não há como fugir das ambivalências da maternidade, nem das profundas transformações subjetivas que esta experiência nos impõe”.
Marcelo, que é paide três, conta que o que mais sente falta é da rotina que criou com o filho. “No momento em que ele saiu de casa o meu racional permaneceu, mas as rotinasdele aqui em casa, e que agora deixaram de existir, me despertaram uma emoção forte, uma coisa engraçada, porque é involuntário. Me vi chorando internamente, engolindo o choro”, afirmou.
Ele assume que para lidar com situação sempre procura estar por perto do filho respeitando, é claro, as suas limitações. “Visito o apartamento deles e os convido para vir almoçar aos finais de semana. Assistindo o progresso deles, as atitudes positivas. Isso me conforta e me mostra que agora é uma nova fase da vida do Arthur onde eu não estou de fora. Claro, sem tirar a privacidade deles, percebo que a família continua e que eles confiam nos pais”, conta, ao dizer que entende o novo momento da vida de Arthur.
Segundo Silvia Lobo, que é psicanalista, psicóloga, socióloga, e docente da Sociedade Brasileira de psicanálise, o mais importante é identificar o que se passa e afirma que é preciso buscar ajuda de profissionais capacitados. “A ida ao psicólogo é fundamental se os sintomas perdurarem e o cotidiano ficar afetado. Esse tratamento emocional pode ser associado à consultapsiquiátrica. Na busca de uma medicação que amenize os sintomas secundários da síndrome: falta de apetite, insônia e irritabilidade”.
Por fim, ela explica que quando esses sentimentos aparecem no decorrer do crescimento dos filhos, sugere uma situação de dependência dos pais em relação à prole. “É uma inversão e adoecimento da ordem familiar, na qual se espera que filhos dependam dos pais. Neste caso, se recomenda o tratamento psicológico dos pais no sentido de descobrirem em si e na vida adulta fontes de alegria e interesses, e cuidarem dos filhos com zelo, mas sem ficarem absorvidos por eles e pela vida deles”, finaliza.
Marcelo deixa um recado para todos os pais que estão passando ou passarão pela mesma situação que ele: “A mensagem que eu divido com outros pais não é regra, pois, como dizem, ‘filho não vem com manual’, mas a receitado pão de ló não muda muito. Penso que a educação é importante, o bom exemplo e o mau em doses menores. Não creio que proteger filho esteja em montar uma redoma. Se emocionar é um direito que temos e de uma forma ou de outra demostrar a seu filho que a porta de sua casa está sempre aberta é de extrema importância!”.
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