Publicado em 14/09/2019, às 18h37 - Atualizado em 20/11/2020, às 11h09 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
Fábio Santos é brasileiro e conheceu o marido, Peter Darby, que é irlandês, na Austrália. Os dois sonhavam com a casa cheia de crianças, e realizar o desejo de ter filhos não foi fácil, mas eles conseguiram!
“São 24 trocas de fralda, 24 mamadeiras, 3 banhos por dia, além de exercícios físicos, e banhos de sol. Mas o mais importante: muitos sorrisos e os sons dos bebês, que nos fazem esquecer o trabalho que é cuidar dos trigêmeos, especialmente porque somos dois pais. Sim, você leu certo: Dois pais com três bebês!
Tudo começou logo que nos conhecemos, há cerca de 7 anos, na Austrália. Eu sou brasileiro e gerente de escolas da Universidade de Tecnologia de Sydney; e Peter, que é irlandês, é coordenador de pessoas com deficiência lá na Austrália. Nós dois temos famílias com bastante sobrinhos, primos, tios e somos bem próximos deles. Por isso, enquanto muitos casais acabam se conformando com a ideia de nunca ter filhos, sabíamos que não estaríamos completos sem uma família e com pelo menos um filho que fosse nosso.
Como existem muitas crianças sem lar, a adoção foi a nossa primeira opção. Contatamos muitas organizações na Austrália e no Brasil, mas nos deparamos com burocracia excessiva e barreiras para casais do mesmo sexo. Partimos então para a nossa segunda opção, que exigiu altos investimentos financeiros e emocionais: A barriga solidária.
Esse processo é tratado de forma bem diferente ao redor do mundo, e nós tivemos que lidar com inúmeros cenários, incluindo o risco de não podermos trazer o bebê para casa. Pesquisamos países como Austrália, México, Grécia, Ucrânia, Quênia e outros, mas sem sucesso.
Enquanto estávamos iniciando negociações no Canadá, ouvimos sobre a possibilidade do processo no Brasil. Entramos em contato com uma clínica de FIV (fertilização in vitro), um advogado e nossa amiga solidária em São Paulo. A doadora de óvulos permaneceu anônima.
Estávamos cientes de que muitos casos não têm sucesso, o que pode ser uma experiência frustrante e cara. Então, quando recebemos o positivo logo de primeira, ficamos extremamente felizes! Algum tempo depois, recebemos a surpreendente notícia de que eram trigêmeos! Embora tivéssemos planejado um bebê, tínhamos o sonho de ter uma família maior no futuro. Ter trigêmeos era, então, um sonho se tornando realidade. Mas, ao mesmo, estávamos cientes dos riscos que uma gravidez múltipla traria.
Os bebês nasceram prematuros, mas saudáveis, às 32 semanas de gestação. Úna Gabriella, com 1.410 kg; Arthur, com 1.660 kg; e Louis, com 1.500 kg. Eles foram liberados da UTI Neonatal gradualmente e seis semanas após o nascimento foram recebidos pela primeira vez em casa. Desde então, recebemos muitos comentários de apoio e elogios pela nossa jornada e pela maneira como cuidamos de nossos filhos. Dois pais e três bebês pode ser uma nova história de família moderna, mas é também uma história cheia de amor agora e para sempre”.
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