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Covid-19 matou ao menos uma criança por dia em 2022

A cobertura vacinal foi pequena, com menos de 50 mil crianças com a seguda dose - Reprodução/Freepik
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Publicado em 15/12/2022, às 12h01 por Redação Pais&Filhos


Segundo os dados levantados e divulgados na última quarta-feira, 14 de dezembro, pelo Observa Infância – um projeto onde participam os pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto – uma criança entre seis meses e cinco anos morreu por dia no Brasil por conta das complicações causadas pela Covid-19.

Essa pesquisa foi baseada em informações recentes que estão no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, além da soma dos casos em que o coronavírus foi a causa da morte ou que o vírus foi associado. A data analisada foi de 1º de janeiro até 11 de outubro de 2022. Na faixa etária analisada, foram 314 mortes.

Criança usando mascará de proteção para covid-19
A cobertura vacinal foi pequena, com menos de 50 mil crianças com a seguda dose (Foto:Reprodução/Freepik)

Patricia Boccolini é a coordenadora do projeto Observa infância e falou sobre a importância da vacina, “Com vacinas disponíveis, podemos considerar a Covid-19 uma doença imunoprevenível. Isso significa que essas mortes podem ser evitadas com uma política pública de vacinação em massa”.

Os pesquisadores da FOC e da UNIFASE disseram que a tragédia das mortes poderia ser evitada se a cobertura vacinal fosse mais alta. Conforme o vacinômetro do Covid-19, mesmo com a aprovação dos imunizantes para o público infantil, 7 a cada 100 crianças entre três e cinco anos de idade receberam duas doses da vacina, isto é, 1,083.958 tomaram a primeira dose e 403.858 tomaram a segunda.

Importância da vacinação

Em 2020, a Organização Mundial da Saúde confirmou que a vacinação pode poupar, em média, 4 vidas por minuto. Por ano, são ao menos 3 milhões de vidas salvas por causa da imunização. Portanto, não dá pra cair em fake news e não defender a vacinação. Os dados falam por si só e tem mais: a imunização já aumentou a expectativa de vida em até 30 anos.

Mas afinal, o que é a vacina?

A vacina possui o intuito de apresentar parte de um agente infeccioso para o nosso corpo, para que ele crie uma “memória” sobre ele e seja capaz de se defender de determinada doença. 

Não, isso não quer dizer que uma vacina está colocando a doença em si no seu organismo. Aliás, pelo contrário: mesmo com diferentes tipos de vacina, a fabricação desse agente realizada em laboratório é capaz de colocá-lo no seu corpo sem te contaminar, conforme lembrou o Dr. José Geraldo Ribeiro, Pediatra, Epidemiologista do Grupo Pardini, e pai de Tales e Luísa:

“Existem vacinas que usam o agente infeccioso inteiro, porém sem capacidade de se reproduzir, e a gente poderia dizer que ele está ‘morto’”, diz o médico. “Outras vacinas que utilizam apenas um pedaço desse agente – mas apenas um pedaço suficiente para nosso sistema imunológico reconhecê-lo. E existem as vacinas que utilizam as vacinas capazes de se produzir e ‘infeccionam’ o vacinado, mas sem a capacidade de causar doenças, como é o caso da vacina do sarampo”.

Especialistas defendem vacinação contra Covid-19 para crianças

Com o aumento do número de casos da variante Ômicron, cerca de 1.544 de crianças entre 0 e 11 anos morreram infectadas pelo vírus da Covid-19 desde o início da pandemia. Isso acontece por ser o último grupo etário a ser vacinado em relação aos outros, sendo o mais vulnerável também. Por esse motivo, Marina Helou, deputada Estadual em São Paulo pela Rede Sustentabilidade, juntamente com Dr. Renato Kfouri pediatra infectologista e presidente do Departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, falam sobre a importância da imunização e como a falta dela pode afetar a vida de outras pessoas.

De acordo com as estimativas as mortes poderão chegar até 4.081, considerando o crescimento diário de crianças infectadas. Além disso, esse aumento representa ser cinco vezes maior em relação a internações na UTI (A Unidade de Terapia Intensiva).

Vacinação infantil contra a Covid-19: uma questão coletiva
Vacinação infantil contra a Covid-19: uma questão coletiva (Foto: Getty Images)

Apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado a vacinação de crianças entre 5 a 11 anos contra a Covid-19, ainda há propagação de notícias falsas em relação ao assunto, gerando receio nos pais sobre a eficácia e segurança sobre o imunizante. Com isso, apenas 21% das crianças nessa faixa etária receberam a primeira dose da vacina, de acordo com o relatório da Fiocruz. Esses resultados impactam a saúde pública e o retorno seguro das crianças às escolas.

De acordo com esse contexto, uma sugestão é que haja ações articuladas e campanhas a favor da vacinação e da informação, priorizando os territórios mais vulneráveis. Para garantir que os direitos das crianças ao acesso seguro à educação, saúde e convivência social. A vacinação tem um grande papel de cidadania, quando pensado de maneira coletiva.

A saúde é um direito fundamental social, inserido na Constituição Federal e assegurado como “direito de todos e dever do Estado, garantido por meio de políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Apesar dos avanços nas pesquisas do Brasil e no mundo, há uma pequena parcela contrária à vacinação. O Brasil também possui um Programa Nacional de Imunizações (PNI) consolidado, que oferece vacinas com qualidade a todos e apresenta grau elevado de cobertura vacinal. Apesar de seu sucesso ser reconhecido internacionalmente, ainda assim é colocado à prova.

O processo de avaliação da vacinação infantil contou com o auxílio de um grupo de especialistas em pediatria e imunizações, além da contribuição da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Também é válido lembrar que as vacinas já foram aprovadas após passar por uma grande proporção de testes ao redor do mundo, portanto a preocupação maior se a criança não tomar a vacina.

No entanto, os especialistas reconhecem perigos raros que podem ocorrer após a vacinação, sendo eles: reação alérgica (anafilaxia) e miocardites são os que têm merecido maior destaque. Mas o risco de anafilaxia é semelhante ao de outras vacinas do calendário infantil ou de qualquer medicação. Já as taxas de miocardite, segundo dados americanos, são extremamente baixas (cerca de 40 casos para cada um milhão de doses aplicadas). Importante destacar que o risco de miocardite pela doença do novo coronavírus é superior ao risco do evento pós-vacina e, até o presente momento, não há nenhum óbito no mundo relacionado a este evento adverso.

Confira tudo o que rolou no 14º Seminário Internacional Pais&Filhos!


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