Família

“Estou descobrindo que sou mais forte do que imaginava”, diz Luiz Megale sobre a paternidade

Conversamos com o jornalista Luiz Megale, pai de Alice e Max - Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

Publicado em 09/09/2018, às 10h35 por Gabrielle Molento, Filha de Claudia e Pedro


Conversamos com o jornalista Luiz Megale, pai de Alice, de 5 anos, e Max, que completa 2 anos em outubro. Ele é apresentador do programa ’90 Minutos’ na Rádio Bandeirantes, que irá contar com a participação de Mônica Figueiredo, nossa diretora editorial, à partir da próxima segunda-feira (10/09) às 10h45 da manhã, ao vivo, na coluna ‘Em Família’,em parceria com a Pais&Filhos. O quadro falará sobre temas como infância e pré-adolescência.

Nos demais dias da semana, a coluna será veiculada no formato de pílulas com a participação de Mônica  e do jornalista Vinícius Bueno. Às terças e quintas-feiras, “Em Família” irá ao ar no programa “Rádio Livre”, às 14h; às quartas e sextas-feiras no “90 Minutos”, às 10h, e aos sábados nos programas “Você é Curioso”, às 10h, e “Antenados”, às 20h30.

– Como que é ter um filho pequeno?

É uma dor e uma delícia. É uma vida nova, uma vida que você para de pensar em você e passa a pensar em alguém que depende inteiramente de você. Uma das partes mais gostosas é quando a gente presencia os filhos descobrindo coisas novas, experiências e sabores. Quando a gente vê o encanto nos olhos deles e lembra quando passou por isso.

Por exemplo, quando a gente faz um passeio para o zoológico acaba se lembrando como era ir ao zoológico como filho, sentando no banco de trás do carro. Aquela coisa do caminho até o local, que se tornou tão normal quando nos viramos adultos, se transforma novamente em uma coisa totalmente nova. Por outro lado, sua vida que era tão simples e tão sólida se torna frágil.

Você começa a sentir medos que não sentia antes. E se eu perder o emprego, o que eu faço? Como vou ajudar a sustentar minha família? E se eu ficar doente, como vou exercer minhas funções como pai? E quando vemos aquele projetinho nascendo e as coisas dando errado, mesmo se apenas pequenos detalhes, nos martirizamos. Porque ele não está comendo o vegetal que precisa? Porque não está fazendo amigos na escola? Porque quando aquele amiguinho é malvado com ele, ele não consegue se impor? Além disso, a caminhada é longa e estamos sempre aprendendo. É como um furacão de coisas novas.

– O que mudou para você?

Na minha vida pessoal comecei a ter as limitações de sempre, não é? Menos noitadas, menos viagens, menos programas culturais de adulto… Eu e minha esposa Ana, por exemplo, ficamos dois anos sem ir ao cinema quando a Alice nasceu. Ela nasceu nos Estados Unidos, quando eu era correspondente internacional da Band. Por isso, não tínhamos babá ou família para ajudar.

Tanto meus pais quanto meus sogros moram no interior de São Paulo. E quando fomos ao cinema pela primeira vez, fomos ver filme infantil. Conseguimos ver um filme de adulto apenas quando minha mãe veio uma vez para São Paulo e se ofereceu para cuidar da Alice, que já tinha 4 anos.

Fomos buscar um filme para assistir e só tinha Jurassic Park. Provavelmente não teríamos ido assistir a esse filme se fosse antes de termos filhos. Apesar desses pequenos fatores negativos, a parte positiva é muito boa. Temos agora um norte, algo para nos dedicarmos.

– O que você está descobrindo com a paternidade?

Estou descobrindo que sou mais forte do que imaginava. Consigo educar alguém, ter uma influência positiva, ajudar a criar duas crianças que vão ser duas pessoas boas no futuro. Não imaginava que realmente conseguisse segurar essa onda e brigar na hora necessária, soltar a corda quando preciso e deixá-los descobrir as coisas sozinhas. Achava que não estava pronto para isso. Quando a Alice nasceu achava que não era capaz, mas vamos aprendendo aos trancos e barrancos.

– O que você entende que é seu papel como pai?

Abrir as portas e janelas para que eles possam voar e se tornarem independentes um dia. Nosso instinto é querer segurar e ter nós como protagonistas, mas acho que meu papel é deixá-los prontos para viver a vida e entender que o mundo que a cerca não é tão perfeito como a casa dela, que existem pessoas que vão fazê-la sofrer e pessoas que ela vai fazer sofrer.

Meu papel é tornar a criança um bom adulto, que seja correto, criativo, sem medo de experimentar e faça nosso mundo melhor. É transformar a criança que é boa em alguém que tenha uma casca dura o suficiente para aturar o mundo, mas com ternura.

– Quais são suas maiores aflições?

Sou uma pessoa bem racional, então minha maior aflição é não estar aqui por algum motivo. Ausentar-me por motivos de morte ou alguma doença e não conseguir ver a minha arte final – o produto final que meus filhos se transformaram. É não estar aqui para servir como guia. Entre as maiores aflições que eu tenho não está vê-los sofrer, até porque acho que o ser humano passa por isso.

Faz parte do crescimento e não é meu papel protegê-los demais. E se eu posso entrar numa questão mais boba, meu maior medo é que meu filho mais novo não torça pelo meu time de futebol, o São Paulo (Risadas). Minha filha mais velha, por exemplo, já virou a casaca e torce pelo time da família da mãe dela, o Palmeiras. Já tentei levar ela no estádio e comprar algodão doce, pirulito, cachorro-quente para ela, mas nada funcionou.

– Família é tudo para você?

Olha, família é muito pra mim. Não digo que é tudo porque tenho meus interesses pessoais, meu trabalho, minha leitura, minha solidão. Mas é meu centro, é muito.

Luiz Megale fala sobre paternidade em entrevista à Pais&Filhos (Foto: Arquivo Pessoal)
Luiz Megale fala sobre paternidade em entrevista à Pais&Filhos (Foto: Arquivo Pessoal)

– Qual a expectativa da Mônica estar com vocês no programa da Rádio Bandeirantes no quadro ‘Em Família’?

Conheci a Mônica pessoalmente há pouco tempo e achei ela muito engraçada, despachada, sem frescuras ou ‘mimimi’. Achei-a um barato e a pessoa ideal para falar com a sobre nossas neuras como pais, tirar nossas dúvidas e talvez até colocar em nossa mente algumas outras neuras que nem havíamos pensado. Acredito que vou aprender muito com ela e perguntar muitas coisas para ela. Os ouvintes também irão, com certeza, aprender muito.

– Com o que você acha que essa participação vai contribuir para o programa ’90 Minutos’?

Ela é uma pessoa muito experiente. Caiu como uma luva para o programa. Temos um público adulto formado por pais, avós, pessoas com filhos ou netos. Além disso, o programa é de muita conversa e tem muita participação dos ouvintes. Não é um monólogo, é uma via de mão dupla – ele depende demais do ouvinte.

Apresento o programa com WhatsApp e computador na minha frente. E tenho certeza que a partir do momento que ela começar a participar, as dúvidas, as discordâncias e as concordâncias irão surgir. Dessa faísca acredito que tiraremos muita luz. Para um programa desse tipo, acredito que ela vai ser perfeita e se sentir muito à vontade.

– Como você acha que a participação da Mônica vai ajudar os ouvintes?

Quem tiver suas dúvidas vai tirar hora. Acredito muito na conversa. Além disso, por mais que as pessoas nas redes sociais pareçam mulas teimosas, eu acho que o que a gente vemos não é um retrato fiel. As pessoas querem aprender e Mônica vem para acrescentar e trazer material de qualidade para nossos ouvintes, que vão aprender muito e melhorar. E eu espero aprender também.

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