Publicado em 01/09/2020, às 12h15 - Atualizado às 12h46 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Ao longo desses mais de três meses de isolamento social, as crianças tendem a criar uma memória afetiva sobre o momento atual. Com isso, perguntas como “por que não posso brincar no parquinho?”, ou ainda “quando vou voltar para a escola?” podem tornar-se cada vez mais frequentes. Mas calma, é possível driblar as dificuldades e ainda enxergar o lado bom do distanciamentosem desespero.
Para lidar com a situação, é importante mostrar respeito, ter bom senso e ser transparente ao ouvir sobre os sentimentos do seu filho. Grace Falcão, psicóloga, terapeuta de família e educadora parental, explica que é necessário entender o que as crianças querem dizer, mesmo que sejam com atitudes em vez de palavras: “Infelizmente muitas famílias não dão importância, e até desmerecem, as emoções dos filhos. Mas o que esses pais precisam entender é que as crianças têm sentimentos assim como os adultos. Elas são como esponjas, atentas e inquietas com tudo ao seu redor, além disso, elas são muito sensíveis. Por isso é fundamental prestar atenção nas emoções dos filhos, principalmente das crianças pequenas, que ainda não possuem maturidade suficiente para se expressar”.
De acordo com o Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), a pandemiatrouxe também algumas dificuldades funcionais e comportamentais nas crianças. No estudo preliminar, realizado em Shaanxi, na China, 320 crianças e adolescentes de 3 a 18 anos foram ouvidos. Destas, 36% apresentaram uma maior dependência dos pais, 32% teve desatenção, 29% se mostrou mais preocupada, 21% problemas de sono, 18% a falta de apetite, 14% pesadelos e 12% o desconforto e agitação ao longo do dia.
No Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, Érika Fernandes, mãe de Lara, de cinco anos, e Maitê, de um, também precisou lidar com a dependência da filha mais velha ao voltar para o trabalho presencial: “Com a flexibilização da quarentena no Rio, estou retornando para o trabalho aos poucos. Na primeira semana que precisei trabalhar fora, a minha filha mais velha não gostou da ideia. Chorou e pediu para eu ficar em casa. Fiquei com o coração apertado, né? Eu e meu marido sempre trabalhamos fora e tivemos a ajuda de uma cuidadora em casa, mas foram três meses de quarentena, que eu ainda pude emendar com a licença maternidade da minha filha mais nova. Acredito que o retorno ao trabalho foi uma ruptura muito grande para a Lara, que já estava mais do que acostumada em ficarmos grudadinhas todos os dias”, desabafou.
São as lembranças que irão surgir por causa de elementos sensoriais e emocionais. Elas podem aparecer a partir de sabores, cores, cheiros, ou ainda sons de coisas que já aconteceram e se tornaram marcantes. É também a memóriasinestésica, capaz de lembrar do período da infância, ou da adolescência, trazendo um sentimento do passado para o tempo presente.
Apesar de parecer complicado, trazer essas lembranças para o seu filho pode ser mais simples do que parece! Para ajudá-lo, você pode passar mais tempo com ele – desde que seja de qualidade, participar da vida escolar, ler um livro na hora de dormir, cantar junto e até mesmo compartilhar refeições em família. Basta usar a criatividade para tornar um momento o mais especial possível!
Sim, mas nada de pânico! Grace Falcão explica que é importante olharmos para nós mesmos e analisar as emoções e reações que passamos para as crianças, mesmo sem perceber. “Precisamos ficar atentos com a percepção que os pequenos têm de nós. Se os pais passam tranquilidade e conseguem conter as suas emoções, os pequenos também vão se autorregular. O comportamentodos pais vai influenciar muito na forma como as crianças reagem à pandemia e ao isolamento social e como superam esses traumas”, comenta a terapeuta.
Apesar de todas as dificuldades, o isolamento social também trouxe benefícios para as famílias como, por exemplo, a chance de se conectar verdadeiramente com os filhos, além de ter a oportunidade de conhecê-los ainda melhor. “Existe também o outro lado da moeda, onde houve uma reaproximação maior da família. Pais que antes não tinham tempo para conversar, interagir e brincar com os seus pequenos, puderem conhecer melhor os seus filhos nessa pandemia e estreitar esses laços. Houve uma reconexão da família. Isso será fundamental para que eles retomem a vida normal”, comenta Grace Falcão.
Se adaptar ao momento atual pode ser uma opção de diminuir o estresse na família. A rotina antiga nem sempre será a melhor alternativa para seguir em frente, já que tudo ao redor está diferente, inclusive na vida das crianças. Por se tratar de uma situação nova para os pais e filhos, que tal sentar junto e combinar as atividades, prioridades e lugares que serão ocupados dentro de casa? Mas nada de rigidez, tudo precisa ser o mais natural possível! Não esqueça de considerar um tempo em que todos possam se reunir, seja para cozinhar, ler um bom livro juntos, ou ainda assistir a um filme. Afinal, resgatar os momentos em família (mesmo que seja do seu jeito), irá trazer experiências muito ricas durante um período que é essencial criar laços e se reconectar com o presente.
Família
Após polêmicas, Kate Middleton é substituída por outra mulher em evento real
Criança
Mãe do filho de Cristiano Araújo desabafa sobre dificuldade em arcar com as despesas da criança
Bebês
“Ela não vai te perdoar”: mãe coloca nome de vegetal na filha e recebe críticas nas redes sociais
Família
Mãe recebe bilhete bem diferente de vizinha após choro do filho
Criança
Mãe se assusta com aparição misteriosa em foto antiga da filha
Família
Filha de Roberto Justus estreia como modelo aos 3 anos: "Minha estrela"
Família
Téo Teló e Gabi Luthai escolhem nome curto e com forte significado para o primeiro filho
Família
Irmão da princesa Diana fala sobre 'sumiço' de Kate Middleton: 'Me preocupo com a verdade'