Família

“Minha vida passou a ter um propósito”, diz pai solteiro sobre o nascimento do filho

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Publicado em 04/08/2018, às 09h00 - Atualizado em 05/08/2018, às 21h52 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


Depois de se separar da mulher, Rinaldo de Lima precisou ficar longe do filho por seis anos, mas ainda encontrava uma forma de se fazer presente na vida do pequeno Samuel, por meio de brinquedos e bilhetes enviados para demonstrar seu amor. “Ficar longe dele no começo foi muito dolorido, mas não tirou de mim a vontade de ser um pai presente”, contou.

Hoje, Samuel está com 11 anos e Rinaldo pôde enfim ficar perto do filho, educar e cuidar dele da forma que sempre quis. Ele enviou seu depoimento por meio do projeto Lá em Casa é Assim — parceria da Pais&Filhos com a Natura Mamãe e Bebê — e nos contou que mesmo com as dificuldades que ainda enfrenta, ele luta para dar o melhor de si e uma base firme para que Samuel cresça bem. Vem conhecer essa linda história:

“Tudo começou quando terminei o colegial e conheci a mãe do meu filho. Nós namoramos durante 4 anos e, depois desse tempo, ela engravidou. No começo foi difícil, pois morávamos na casa da minha mãe, mas logo alugamos uma casa e nos mudamos. Eu acompanhei a gravidez toda junto com ela e tudo correu bem. Quando fui ao hospital para ver meu filho recém-nascido, apesar de ter sido um marido presente no período da gravidez, ainda não tinha a noção profunda do papel de pai.

Entrei no quarto para ver o bebê, me aproximei da cama e vi aquele ser pequeno e frágil. Ele abriu os olhos, observei o brilho que emanava deles e percebi que meu mundo mudou. Nasceu em mim um sentimento novo, ter a consciência de ser pai é algo maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. Escolhemos o nome do bebê: Samuel. No nascimento dele, senti algo que não posso descrever, uma ligação de que Samuel era meu e eu tinha o dever de proteger, cuidar e ser seu guia até quando ele estiver pronto para vida. A partir disso, minha vida passou a ter um propósito. Hoje Samuel já tem 11 anos.

Cuidando e observando o desenvolvimento do bebê, vendo ele chorar de cólicas, fome e dor de ouvido, me convenci da verdade de Buda que diz que viver é doer, é sofrimento. Mas a maior recompensa era ver o sorriso e o som das gargalhadas do Samuel. Acompanhei o crescimento dele de perto por dois anos enquanto trabalhava em uma financeira e como garçom em hotel resort por alguns finais de semana. Infelizmente, o relacionamento não deu certo e me separei da mãe dele. Samuel foi com ela para outra cidade e eu fiquei sozinho. Ficar longe dele no começo foi muito dolorido, mas não tirou de mim a vontade de ser um pai presente. Em meus pensamentos, tenho a plena convicção de que tenho que ser um amigo, um companheiro, um guia para ensinar disciplina, valores e gratidão para o Samuel.

(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)

Mesmo longe, todo mês eu enviava para ele pelos correios algumas caixas com quadrinhos, brinquedos, ursinhos, cadernos, lápis de cor, canetinha e bilhetes dizendo que eu o amava. Comecei a trabalhar em uma loja de departamentos e quando podia viajava para visitá-lo. E sempre pensava “Como pode um ser tão pequeno causar uma saudade tão grande?”. Samuel ficou em outra cidade durante seis anos e para suportar sua falta ficava vendo fotos dele e ocupava meu tempo vago lendo sobre Budismo, Taoísmo e também praticava Tai Chi Chuan. Depois desse tempo, a mãe dele conseguiu voltar para a mesma cidade onde eu moro, tornando minhas visitas mais fáceis e diminuindo a saudade. A educação que tento praticar com ele é a de aprender a pensar. Sempre levo meu filho para treinos de Aikido, basquete e curso de grafite. E aos fins de semana o levo para soltar pipa, tomar sorvete, ler revistas em quadrinhos ou jogar futebol. Samuel adora desenhar, consegui um workshop de grafitagem para ele e meu coração se alegra muito quando o vejo feliz.

Infelizmente, a loja de departamentos onde eu trabalhava fechou por causa da crise econômica do Brasil. Fiquei sem minha casa, sem meu carro e sem dinheiro. Também perdi meu pai e minha mãe, cuidei deles até o fim. Minha família agora é formada pelo meu filho e meus amigos. Hoje, divido a casa com um amigo e vendo água no semáforo para ajudar meu filho. Mas tudo que aconteceu comigo não tirou minha convicção de que tenho que dar o melhor de mim, no dia a dia da vida. Somente assim poderei dar uma base firme para que meu filho cresça bem. Percebi no fracasso algumas lições que não aprenderia no sucesso. Aprendi que a amizade é tudo e que o amor que sinto pelo meu filho é eterno. Eu simplesmente o amo.”

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