Família

Relato: “Descobri a gravidez de gêmeos durante a quimioterapia e hoje luto pelo meu filho autista”

Mãe usa própria história para inspirar outras famílias a lutar pela inclusão de crianças autistas - arquivo pessoal
arquivo pessoal

Publicado em 22/03/2021, às 07h55 - Atualizado em 18/10/2021, às 06h52 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Toda gravidez vem acompanhada de uma série de dúvidas e inseguranças, mas no caso de Sol Meneghini a situação foi um pouco mais complicada. A influenciadora do ramo fitness não tinha certeza a respeito de ter filhos. “Sempre fui preocupada em trazer alguém no mundo em que vivemos. Se seria bom para a criança, já que passamos por tantos problemas no mundo. Não queria trazer uma criança para sofrer, sabe?”, explica ela, em entrevista exclusiva à Pais&Filhos. Mas, muitas vezes, o destino separa outros planos. Sol estava com câncer no fígado quando descobriu a primeira gestação e soube logo de cara os desafios que isso poderia trazer.

Mãe usa própria história para inspirar outras famílias a lutar pela inclusão de crianças autistas (Foto: arquivo pessoal)

Não só ela, mas como toda a família ficou preocupada ao descobrir a gravidez. “Quando eu recebi a notícia da gestação eu já estava fazendo quimioterapia e tinha orientação médica para não engravidar naquele momento. Durante os exames pré-natal, Sol descobriu que não estava à espera de um, mas sim, de dois filhos: ela seria mãe de gêmeos. “Fiquei sem saber o que fazer. Minha família também não acreditou, foi muito difícil para eles também, mas me deram muita força”, conta ela.

Mal sabia a influenciadora que aquilo seria só o começo. Durante a gravidez, Sol precisou lidar com a dura notícia de que um dos gêmeos não havia resistido e que ela teria só um dos meninos. “Foi muito triste, porque quando você descobre que está doente e que você gerou vidas, você quer lutar por essas vidas. É uma dor terrível, mas agradeci à Deus por ter me deixado um”, diz.

A influenciadora, que já vinha de períodos complicados, provou mais uma vez a força que tinha e seguiu batalhando para dar todo o suporte necessário para o filho que estava à caminho. O nascimento de Dudu não foi fácil. “Nossa, que parto complicado, tivemos muitas complicações, eu passei mal e o Dudu não queria sair. Além disso quando saiu estava roxo, pensávamos que estava morto, foi bem sofrido esse momento, ele foi internado em seguida”, relembra. Mas, com o tempo, tudo ficou bem e os dois voltaram para casa para seguir a vida.

Dudu foi crescendo e logo entrou na escola. Quando tinha 2 anos de idade, na primeira escola que frequentou, o pai e a mãe foram chamados para uma conversa particular. Nessa reunião, os profissionais conversaram com a família sobre a possibilidade do garoto estar dentro do espectro autista.

Encarando o espectro autista

Após receber a notícia, os pais decidiram procurar por médicos para confirmar a possibilidade.  “Depois de tudo, de laudo médico, a notícia foi estranha, porque não sabíamos o que era na realidade, mas aceitamos e juntos pensamos no que seria feito por ele, para que ele se desenvolvesse da melhor forma”, conta a mãe.

Antes do filho, Sol nunca havia tido contato com alguém do espectro, logo, precisou estudar e aprender sobre o autismo. Com o tempo, no entanto, ela descobriu que o autismo estava mais próximo do que ela imaginava. “Eu sou casada com alguém dentro do espectro, mas não sabia”, diz ela, entre risos.

Apesar dos contratempos no caminho, hoje Sol é muito grata pela existência do filho e considera que já aprendeu muito com ele. “Aprendi e aprendo todos os dias com ele, dou valor a simplicidade das coisas e dos momentos, valorizo cada segundo ao lado dele, o Dudu me ensina demais!”, diz, feliz.

Luta pela inclusão

Com a descoberta do autismo do filho, Sol também aprende sobre a inclusão e hoje luta para que ela de fato aconteça. “É muito fácil falarem sobre inclusão, difícil é fazer isso se tornar real. Não acontece! Pessoas, algumas redes sociais, escolas falam da inclusão mas ela não acontece na maioria das vezes, meu filho é a prova disso. Moramos em dois estados diferentes, em Santa Catarina foi onde ele sofreu o maior preconceito pelos profissionais das escolas, sofremos demais, fiquei com depressão e não sei como eu saí disso tudo”, relembra ela.

Mãe compartilha própria história de superação (Foto: arquivo pessoal)

Para mães de crianças autistas como Sol, ela pede que todas, assim como ela, lutem pelo filho. “Não deixe que o isolem. Ele precisa socializar, interagir e conviver com os outros. Receberá vários ‘nãos’, mas nós precisamos ser o ‘sim’ deles. Não percam a força, eles precisam de nós inteiras!”.

Já para mães das crianças fora do espectro, ela faz um apelo. “Se eduquem, se informem, eduquem seus filhos. Mães sem educação não formam bons filhos, educação e respeito vêm de casa, empatia vem de casa. Sofremos muito com pais sem informação e preconceituosos. Sejam mais humanos. Os autistas têm muito a ensinar aos seus filhos e principalmente a vocês sobre a vida!”, completa. Quanto ao câncer do começo da gestação, mais uma notícia boa: Sol já está livre dele e hoje sua principal preocupação é lutar pelo bem-estar de toda a família.


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