Publicado em 13/08/2021, às 09h08 - Atualizado em 16/01/2023, às 09h01 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Você sabia que a Síndrome de West é considerada um tipo de epilepsia? De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos acontecem de um a cada mil nascimentos. Além disso, é bastante comum que ela venha acompanhada por questões neurológicas ou genéticas, como a síndrome de Down.
Ainda segundo a organização, 90% dos casos de síndrome de West podem causar atraso no desenvolvimento psicomotor, autismo e também alterações bucais, como o bruxismoe a gengivite. As crises epilépticas são de difícil controle e é muito importante que a família tenha o acompanhamento do pediatra. Veja as principais dúvidas sobre a condição.
A condição é considerada uma doença rara que causa crises epilépticas frequentes e de difícil controle. Geralmente, ela é mais comum nos meninos do que nas meninas e acontece ainda nos primeiros anos de vida. Clay Brites, pediatra, neurologista infantil do Instituto NeuroSaber e pai da Helô, do Gustavo e do Maurício, explica que é a SW é uma doença epilética cerebral. “O bebê ou a criança vai muito bem, sem problemas e, de repente, começa a desenvolver crises epiléticas de difícil controle.” Isto pode acontecer entre 1 e 3 anos, mas, normalmente, tem maior incidência entre seis meses e um ano de idade.
Geralmente, as crises, também chamadas de “espasmos infantis”, podem ser identificadas quando a criança começa a se mexer repetidamente jogando o corpo e a cabeça para frente e um movimento de abraço com as mãos. “Acontece 15, 20, 30 vezes durante o dia de 7 a 8 repetições”. Por ser bastante rápida, os pais podem acabar confundindo com cólica, movimento de espreguiçar e até mesmo susto.
De acordo com o pediatra Clay Brites, quando a síndrome de West não é controlada a tempo, pode evoluir para uma regressão neuropsicomotora. “A criança perde as habilidades motoras e linguísticas que tinha conseguido por meio do próprio desenvolvimento até aquele momento”. Por isso, é muito importante consultar um especialista regularmente para exames de rotina e informar o pediatra caso perceba algo de diferente na rotina do bebê.
As causas podem ser tanto genéticas, associadas à síndromes, como a de down, quanto a sequelas do partoe infecções. Clay também comenta que existem condições da síndrome que não possuem uma situação bem definida. “Acontece de forma inexplicável”.
Vale lembrar que caso você presencie um ataque epilético do seu filho, deve levá-lo imediatamente a um neuropediatra para ser detectado, ou como um caso isolado, ou, a partir de todos os sintomas juntos, diagnosticado.
O tratamento da síndrome de West começa com a administração de uma medicação chamada ACTH. “É um derivado do hormônio que, normalmente, produzimos no cérebro e tem efeito antiepiléptico.” Ele reduz os espasmos e controla os efeitos da doença para evitar que a criança sofra com regressões neuropsicomotoras, que podem se tornar definitivas, sem chance de melhora.
Caso a síndrome de West não esteja relacionada com outras doenças e seja considerada leve, é possível controlar a condição e há possibilidade de cura. No entanto, quando o estado de saúde é grave, os tratamentos buscam garantir o maior bem-estar possível para o bebê. É necessário realizar sessões de fisioterapia para o desenvolvimento, assim como exames recorrentes de acompanhamento.
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