Publicado em 25/04/2023, às 13h35 - Atualizado em 26/04/2023, às 11h31 por Redação Pais&Filhos
A Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo registrou no dia 20 de abril um aumento no surto da doença Mão-Pé-Boca (DMPB) na região. Acontece que de janeiro deste ano até março, foram ao menos, 391 infectados. No ano passado, na mesma época, foram somente 157, isto é, um aumento de 149% nos diagnósticos.
Durante o ano passado, aconteceram 387 aparições da doença. A enfermidade tem aumento no outono e inverno, onde doenças respiratórias como bronquite e sinusite costumam aparecer frequentemente. Helmar Abreu Rocha Verlangieri, infectologista infantil do Hospital Darcy vargas, disse que essa infecção pode acontecer em outras infeçcões: “Geralmente, como ocorre em outras infecções por vírus, a doença regride espontaneamente após alguns dias. Não existe vacina contra esta doença, portanto na maior parte dos casos tratam-se apenas os sintomas”, falou ao portal de notícias de Saúde de SP.
Após a pessoa se contaminar, o período da incubação do vírus pode ser de 1 a 7 dias, podendo ter secreções da mucosa oral por 2 semanas e nas vias respiratórias de 1 a 3 semanas depois do indivíduo ser infectado.
Estomatite enteroviral vesicular, mais conhecida como “Mão-pé-boca” é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus que normalmente habitam o sistema digestivo. O nome da doença está relacionado ao fato de que as lesões provocadas pelo vírus, como bolhas e vermelhidão na pele, aparecem mais comumente nas mãos, nos pés e na boca.
Embora também possa acometer adultos, a doença ocorre com mais frequência em crianças com menos de 5 anos. “As crianças não têm a imunidade completamente formada, como os adultos. Além disso, elas costumam ter mais contaminação cruzada, porque estão sempre muito próximas de outras crianças, seja na escola ou na creche. Por isso as infecções virais são comuns nessa faixa etária”, explica a dermatologista Cíntia Guedes, mãe de Helena.
A transmissão acontece através do contato direto entre as pessoas e as secreções de quem está contaminado com o vírus, podendo ser através da saliva, contato com objetos, alimentos, bolhas que estouraram e ainda com fezes infectadas.
Depois de adquirida, a doença dura geralmente 10 dias, mas mesmo após a recuperação, a pessoa que foi contaminada ainda pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.
Para as crianças pequenas que, nas creches, estão sempre em contato com outras crianças, a transmissão pode ocorrer de forma muito rápida, com um simples toque ou abraço de um amigo. Oriente seu filho a manter hábito de higiene como não compartilhar copos ou talheres com os colegas e lavar as mãos constantemente.
Os sintomas começam a aparecer de 1 a 7 dias após a infecção e, na maioria dos casos, são leves e podem ser confundidos com os do resfriadocomum: febre, mal estar, falta de disposição. Mas não se engane! Após dois dias do surgimento dos primeiros sintomas, podem aparecer lesões como bolhas nas palmas das mãos e sola do pé, e grandes aftas na boca, o que causa dor para engolir e pode ocorrer salivação excessiva. Além disso, a região íntima pode coçar também.
De acordo com o Ministério da Saúde, alguns sintomas que podem surgir ao contrair a doença mão-pé-boca são:
Caso o diagnóstico seja feito logo nos primeiros dias de contaminação, é possível aliviar os sintomas da criança e fazer o tratamento correto.
O tratamento dura cerca de 7 dias e deve ser orientado pelo pediatra ou pelo dermatologista. Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Mas em geral, ela regride espontaneamente depois de alguns dias, assim como ocorre com outras infecções causadas por vírus. Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas.
Após o diagnóstico, o ideal é que a criança permaneça em repouso, beba bastante líquido, mantenha a pele hidratada e tenha uma alimentação saudável, apesar da dor de garganta. “Por causa das lesões orais, as crianças sentem muita dor e têm dificuldade para engolir. Procure oferecer alimentos mais pastosos e fáceis de engolir, como sopas, mingaus, purês, além de água e sucos”, sugere Cíntia.
Apesar de o organismo aumentar a imunidade contra a infecção após o contágio, a criança pode pegar a doença mais de uma vez. Por isso é importante manter hábitos saudáveis e conhecer os métodos de prevenção.
Manter os bons e velhos hábitos de higiene é a principal forma de evitar a contaminação com o vírus. Flávia Oliveira, pediatra e neonatologista da Clínica MedPrimus São Paulo, e mãe de Lucas e Pedro, orienta que a higiene das mãos é fundamental na prevenção de muitas doenças, inclusive nessa. “Deve-se ter atenção especial para isso e orientar as crianças a realizá-la sempre, principalmente após o uso do banheiro.”
Não se esqueça: é fundamental lavar os alimentos da forma correta antes de consumi-los. “A boa higiene das mãos e dos alimentos, além do consumo de água filtrada são importantes para a prevenção da doença”, diz Cíntia.
Ensine o seu filho a criar o hábito de cobrir a boca e o nariz ao espirrar e tossir, e lavar as mão após isso. Descarte adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas, para que, caso a criança esteja contaminada, ninguém pegue a doença também.
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