Publicado em 19/12/2018, às 13h17 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h40 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos
De uns meses pra cá, a Aurora tem me pedido para contar histórias inventadas antes de dormir. A trama se passa na escola dela, os personagens são seus colegas e o enredo eu crio toda noite. No começo eu tinha dificuldade. Me inspirava em roteiros clássicos infantis.
As crianças saíam para um passeio e uma parte da turminha escondia o lanche dos demais, como em “O piquenique do Mickey”. Uma colega fazia uma festa num sítio em outra cidade e a protagonista se enrolava tanto que acabava perdendo a festa, uma paródia de “Lucia Já Vou Indo”.
Ou então, uma colega nova que chegava e se estranhava com a protagonista, até que as duas percebiam que brigavam porque uma queria ser como a outra. No final, ficavam amigas, como Gabriela e Carolina, de “Marcelo, Marmelo, Martelo”.
Funcionou por um tempo. Mas, podre de sono, meu repertório foi escasseando. Toda vez que a Aurora brigava com alguém na escola, eu colocava esta pessoa como personagem e resolvia o conflito. Sem que eu me desse conta, seus “antagonistas” formaram um grupinho, que ela chama de Os malvados.
Estou sempre a humanizá-los e, invariavelmente, no fim da história, todos fazem as pazes. Sem os malvados, nada feito. “Que história chata, não valeu”, ela reclama. Para não ser antiética e ficar difamando os colegas na ficção criei alunos novos, que chegavam de outras escolas querendo mandar, roubando lanches e desrespeitando as dinâmicas da turminha.
O curioso para mim foi perceber o poder terapêutico e influenciador dessas histórias. Ela hoje é muito mais amiga da menina que eu escolhi para ser sua dupla na ficção. Aprendeu a não temer alguns colegas e tipos de conflitos. Até da escola ela gosta mais, pois é um lugar de aventuras.
Mas e essa obsessão pelos malvados? Aí quem aprendeu com a Aurora fui eu: nós, humanos, desejamos vilões nas histórias para nos sentirmos bem com nós mesmos. Isso é tão 2018!
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