Criança

Mãe doa parte do intestino para salvar a vida da filha em cirurgia inédita no Brasil: “Ela não tinha como sobreviver”

O transplante de Serena é uma vitória para outras famílias de bebês com a Síndrome do Intestino Curto - reprodução/Facebook
reprodução/Facebook

Publicado em 17/05/2019, às 14h52 - Atualizado em 23/05/2019, às 09h05 por Samirah Fakhouri, filha de Rose e Fauzi


O transplante de Serena é uma vitória para outras famílias de bebês com a Síndrome do Intestino Curto (Foto: reprodução/Facebook)

Uma mãe doou parte de seu intestino delgado para a filhacom Síndrome do Intestino Curto, uma malformação ou ausência do intestino. Inédito no Brasil, o transplante foi realizado pela equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e durou cerca de 12 horas.

Serena nasceu em 2016 e foi submetida a sua primeira cirurgia com apenas três dias de vida. A mãe de Serena, Priscila Carvalho, imaginava que logo após a cirurgia a filha teria alta e poderia ir pra casa. Porém, vinte dias depois, Serena foi submetida a uma segunda cirurgia, perdendo 60 cm do intestino delgado, responsável pela absorção do alimento, devido a uma infecção no local.

Uma semana e meia depois, Serena teve complicações e precisou retornar ao centro cirúrgico. Após a terceira, vieram a quarta, a quinta, a sexta, a sétima e a oitava cirurgia. Nenhuma delas foi capaz de reconstruir o intestinoda pequena, pelo contrário. A cada cirurgia, Serena perdia alguns centímetros do seu intestino delgado, ficando com apenas 5 cm ao final das oito cirurgias. Além de ter pedido metade do intestino grosso também.

“Nos primeiros seis meses, a Serena já tinha feito oito cirurgias de intestino. Na última, o cirurgião disse que não tinha mais o que fazer. Ela não tinha intestino para comer e sobreviver”, escreveu Priscila no post.

Como não podia se alimentarpor via oral, Serena recebia nutrição na veia, também conhecida como nutrição parenteral. O problema é que, quando usada por muito tempo, pode comprometer o funcionamento de órgãos como o fígado e o rim. Sabendo disso, Priscila foi atrás de uma solução mais rápida: o transplante de intestino.

“No momento em que a gente descobre a doença, só queremos que as coisas melhorem. E não saber que existe tratamento no seu país é desesperador.”

Por meio do Instituto Pequenos Grandes Guerreiros, a mãe de Serena descobre a possibilidade de pedir ajuda para custear o transplante. Tudo acontece por meio de campanha e arrecadações. Priscila enviou um e-mail ao cirurgião que já havia realizado transplantes de intestino com sucesso pedindo orientações. Ela não teve o retorno desejado, mas conseguiu o contato dos cirurgiões João Seda e Paulo ChapChap, do HospitalSírio-Libanês. Dali alguns meses, os dois cirurgiões fariam o transplante de intestino em Serena.

Os passos 

Enquanto Serena era encaminhada para o centro de reabilitação intestinal com uma equipe multidisciplinar, Priscila recebia um treinamento para a desospitalização da filha, visando uma internação domiciliar.

Serena foi cadastrada no Sistema Nacional de Transplantes. Sem conseguir um doador, os médicos contaram à Priscila sobre a possibilidade dela ser a doadora. Pra quem não pensava em outra coisa a não ser salvar a vida da filha, Priscila topou fazer os exames necessários e também parou de fumar para estar apta a doar mais de 1 m do seu intestino delgado à Serena.

O transplante aconteceu no dia 20 de fevereiro, no Sírio-Libanês, chefiado pelos cirurgiões João Seda, Paulo ChapChap e RodrigoVincenzi. No mesmo dia do aniversário de 3 anos de Serena! Priscila doou 1 m e 60 cm do seu intestino delgado para a reconstrução do intestino de Serena. Esse é o primeiro transplante de intestinono país envolvendo um doador vivo!

Feliz aniversário SERENAEssa talvez seja a melhor selfie que vocês irão ver 😍Serena fez o transplante de intestino,…

Posted by Unidos pela Serena on Wednesday, February 20, 2019

Priscila e a menina tiveram alta e Serena já consegue se alimentarpor via oral e a comida que ela mais gosta é macarrão!!!

O transplante de Serena é uma vitória para outras famíliasde bebês com a Síndrome do Intestino Curto.

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