Publicado em 15/10/2020, às 14h48 - Atualizado em 26/10/2020, às 08h34 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Nos Estados Unidos, um paciente de 25 anos contraiu novamente o novo coronavírus, sendo a segunda vez mais grave do que a primeira. Até o momento, o problema é considerado raro, mas chamou a atenção dos pesquisadores sobre o assunto.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases, foi concluído que o paciente contraiu o víruspor duas vezes, descartando assim que a doença tenha ficado incubada e se manifestado após meses. Em uma conversa com o infectologista Dr. Gerson Salvador, pai de Laura, Lucas e Luís, tiramos as principais dúvidas sobre o assunto.
Infelizmente, sim. Apesar de ainda ser considerado raro o infectologista reforça: “Nós sabemos que pelos outros coronavírus, chamados endêmicos e que causam gripes e resfriados, após um ou dois anos as pessoas podem se reinfectar. No caso da covid-19, mesmo para os pacientes que tem a infecção e uma resposta adequada de anticorpos, pode ser que a proteção não seja para a vida inteira”.
“A maior parte dos casos que estão sendo relatados não são mais graves, mas isso ainda é uma questão em aberto. Sabemos que outras doenças virais, fazendo um destaque para a dengue, temos um fenômeno chamado imunoamplificação dependente de anticorposem que na segunda infecção pode ser mais grave do que a primeira. Mas no caso da covid-19, não sabemos se isso acontece ou não”, explica o Dr Gerson Salvador.
Para identificar o problema, é necessário encontrar o material genético do vírus em dois momentos diferentes. Segundo a Autoridade de Controle de Doenças da Europa, o recomendado é fazer o sequenciamento viral isolado, “Basicamente é necessário sequenciar o material genético, o RNA do vírus, no primeiro momento e no segundo mostrar que eles são diferentes. Não é possível fazer um sequenciamento genético em laboratórios de rotina, mas a priori se a pessoa teve covid-19 e voltar a ter sintomas, ela precisa voltar para ser atendida e fazer pesquisas, sabendo que tem chances sim, apesar de baixas, de uma reinfecção“.
Para evitar o problema é essencial continuar se prevenindo, mesmo para os pacientes que já foram contaminados. “Nós sabemos que depois do sétimo dia do início dos sintomas, mesmo tendo partículas virais, normalmente não são vírus viáveis capazes de produzir a doença. Mas é importante saber que há pessoas que podem se reinfectar. Uso de máscarae higiene das mãos, etiqueta respiratória, são válidos para todo mundo e ninguém pode se considerar imune definitivo pelo covid-19, pelo conhecimento que temos até agora”, conclui.
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