Publicado em 13/02/2020, às 09h46 - Atualizado em 16/01/2023, às 09h04 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
Nesta semana, a influenciadora digital Camila Coelho contou, em entrevista à Revista People, que a epilepsia vem atrapalhando o sonho da maternidade. A empresária, que tem 31 anos de idade, faz uso de diversos medicamentos há mais de 20 anos que aumentam as chances de anomalias congênitas no bebê. O dilema existe, porque sem eles, ela arriscaria a própria vida e, também do futuro filho. A fala de Camila repercutiu muito e levantou a importância de falar sobre esse tema que afeta cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Epilepsia é um transtorno neurológico resultado de pequenas lesões cerebrais. As causas da doença são várias: genética, traumas durante ou após o parto, malformações ou até um acidente vascular cerebral; mas o fato é que quem apresenta essa condição, de tempos em tempos, recebe uma sequência de descargas elétricas que levam a perda de consciência e movimentos involuntários, mais conhecidos como convulsões. As crises assustam e, pela falta de informação, geram preconceito. Mas qual é, de fato, o impacto dessa condição em mulheres que querem engravidar?
De acordo com o ginecologista e obstetra e pai de Beatriz e Guilherme, dr. Igor Padovesi, ter epilepsia não impede que a mulher engravide: “A única questão é que é ainda mais importante que ela tome o ácido fólico e, dependendo da medicação que usa, aumente a dose dessa vitamina”. Por isso, é recomendado que você programe a gravidez e avise o médico com antecedência, para que possa fazer os ajustes necessários e eventual troca de medicações.
Acima de tudo, você nunca deve parar de usar algum medicamento por conta própria. A única pessoa que saberá responder essa questão de forma a garantir o seu bem-estar e do bebê são os especialistas. Nesse ponto, dr. Igor reforça: “Mulheres com epilepsia precisam de um acompanhamento mais próximo, tanto com neurologista quanto obstetra”. E eles precisam trabalhar juntos para que a parceria funcione. Caso a mãe passe por uma crise epiléptica, pode trazer danos ao bebê, se resultar em uma queda ou desmaio, pelo impacto ou por não receber oxigênio. Se a doença estiver bem controlada, não há riscos: “Por isso, ter esse cuidado é o mais importante”, completa.
Para uma gestação sem sustos, é fundamental seguir as prescrições médicas à risca, contar para o médico caso tenha vomitado logo depois de tomar o remédio para epilepsia, deixá-lo à par de qualquer novo medicamento (receitados ou não) que começou a tomar e dormir o suficiente. Seguindo todas as recomendações acima do UpToDate, uma ferramenta utilizada pelos especialistas com as atualizações sobre todas as áreas da medicina, tudo indica que terá uma gestação tranquila até o final, podendo optar pelo parto normal, se for sua vontade (e o médico informe que é seguro).
Após o nascimento, a maior parte das mulheres conseguem amamentar, mas também é importante dormir o melhor possível e pelo menos 4 horas seguidas por dia. Por isso, é uma boa ideia ter outra pessoa para te ajudar a dar leite na mamadeira pelo menos uma vez por dia. Resumindo, a epilepsia não é uma barreira para engravidar, mas é necessário, sim, um cuidado especial para quem apresenta essa condição, antes, durante e após a gestação.
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