Publicado em 11/05/2023, às 08h29 - Atualizado às 12h05 por Fernanda de Andrade, filha de Débora e Marcos
Se tem uma coisa que a gente sabe, é o quanto a maternidade muda a vida de alguém. Não existe nada igual a se tornar mãe e ver que chegou a sua vez de vivenciar o lado bom (e o lado difícil também) de se ter um filho, seja solo, casada, divorciada… É uma experiência única e que sempre se renova, independente de quantos filhos você já tenha.
A maternidade não é vivida apenas pela mãe: a avó entra em cena. A mãe da mãe vive aquilo tudo de novo mas com um outro olhar. Ela já não é a “protagonista” da vez, mas sabe todos os segredos e truques que podem ser a solução para uma cólica, noite mal dormida ou dificuldade na amamentação. A avó se torna ainda mais presente na vida da própria filha, ocupando um novo cargo dessa vez.
Se tornar mãe não é apenas criar uma relação com aquele bebê que você tanto esperou, mas também criar uma nova conexão com a sua própria mãe. É se colocar no lugar dela e entender todos os sacrifícios, as alegrias, as conquistas e vezes que ela se deixou de lado para garantir o melhor para o seu próprio filho: “Quando eu me vi mãe, eu comecei a entender minha mãe ainda mais enquanto mulher, porque toda vez que eu sentia uma solidão, ou uma tristeza, ou um cansaço, toda vez que eu sinto uma vontade de passear, uma vontade de viajar, uma vontade de fugir, eu lembro dela”, diz Tatah Fávero, influenciadora digital, filha de Sueli e mãe de Dom.
Tatiane de Sá Manduca, psicóloga, escritora e mãe de Matheus, explica que a mãe passa por diversos sentimentos como medo, solidão, insegurança e culpa, e não apenas a ternura e amor que sente pelo filho. Por isso que a mãe dessa mãe e a rede de apoio se fazem tão necessárias para o amparo e sustentação dessa mulher: “Tanto mãe quanto filha podem se ligar mais intimamente nesse momento através da compaixão […] Essa aproximação revela-se potente e transformadora nas relações de amor entre elas ou alguém que represente este papel tão fundamental de segurança, apoio e amor”.
Segundo Tatiane, a relação de avós e netos é extremamente benéfica para as crianças e para a própria mãe: “A criança pode avançar em processos de amadurecimento, já que a princípio ela é totalmente dependente dos pais, e em um seguinte momento ela alcança uma dependência relativa, para que possa seguir o caminho rumo a independência, descobrir o amor e a segurança para além da mãe. A presença dos avós em alguns casos estimula a confiança da mãe em si própria, e pode propiciar que a criança elabore e tolere a ausência da mãe com figuras de confiança, segurança e amor suficientes para atravessar este momento de total dependência”.
Antes de se tornar avó, essa mulher foi mãe. A sua mãe. Tatah Fávero conta que o apoio da mãe esteve com ela em todas as etapas da maternidade, desde o anúncio da gravidez (feito no dia do aniversário de Sueli) até os dias de hoje. Para ela, um dos momentos que se destacou foi pela ajuda que a mãe deu: “No momento que o Dom nasceu, Vitinho [companheiro da Tatah e pai de Dom] estava em choque. Ele não acompanhou o nascimento, foi depois. Naquele momento, minha mãe que estava comigo […] Os médicos cuidando do meu filho e ela ali abraçada comigo, enquanto mãe, chorando junto comigo e cuidando de mim. Ela já amava muito meu filho, mas eu estava passando por uma cesárea, toda aberta em cima da mesa, vomitando porque tive alergia à anestesia e ela abraçada comigo e focando em mim. Ali eu senti a força da minha mãe, saber que por mais que ela fosse uma vovó muito coruja, naquele momento ela foi mãe”, explica ela.
Toda mãe já pensou que, quando se tornasse mãe, faria tudo diferente da forma que foi criada. Usaria um método diferente, não se cobraria tanto, não se preocuparia tanto… Até que quando se tornou mãe, percebeu que estava fazendo tudo do mesmo jeito. Isso tem explicação! A psicóloga Tatiane conta que a família é uma grande parte do que constitui a personalidade de uma pessoa, a tornando um “espelho” de todas as vivências: “A família é o nosso primeiro contato social e afetivo, nós aprendemos sobre o amor e cuidado através das primeiras figuras de afeto e amor que vivemos, a isso podemos decidir criar nossos filhos seguindo os mesmos passos, ou então seguir inversamente, e também construir um modo próprio no qual desejamos, estejamos conscientes disso ou não, e nos pegamos reproduzindo hábitos e costumes que nos foram transmitidos”.
A influenciadora digital se identificou. Quando Dom ficou doente, Tatah Fávero se pegou fazendo o que sempre criticou: esqueceu de si própria: “Eu fiquei muito desesperada, ao ponto de ficar alguns dias sem banho, porque eu me esqueci de mim completamente. Minha mãe arrumou as malas, veio para o Rio e me abraçou. Quando ela me viu desesperada, tensa, preocupada, ela só me abraçou, e me disse que sabia que eu estava fazendo o meu melhor. No momento em que eu me vi sem me cuidar, sem me olhar e doida para acabar aquela situação, eu lembrei muito da minha mãe. Quando ficávamos doentes, ela ficava naquela situação. A gente acha que vai fazer tudo diferente porque sabemos que temos que nos cuidar para poder cuidar dos filhos, mas nessas situações, só queremos tratar eles e fazer com que tudo melhore”.
Tatah diz que sempre teve uma paixão por contar histórias, mas que esteve adormecida até o nascimento de Dom por conta do trabalho, que a deixou com o “coração endurecido”. Quando o menino chegou, tudo mudou: “De repente veio o Dom, me trazendo um novo olhar sobre a vida. Primeiro porque é uma criança, e elas sempre chegam nos trazendo um mundo novo. A gente começa a olhar o mundo agora com um olho dele e no caso dele, ainda mais especificamente, por ele ter a Síndrome de Down. […] Ele me faz enxergar as coisas com um outro olhar. O Dom ainda me faz ver as coisas de uma forma mais doce por mais tempo. A entender o tempo dele e a entender que ele vai ter o jeitinho dele de aprender. […] Viver novamente como com olhos de criança e aprender e reaprender as brincadeiras. Dessa vez com paciência, dessa vez ensinando. Porque quando eu ensino Dom, eu aprendo muito mais”.
Já Tatiane explica que a criança interior de um adulto nunca vai embora, e a maternidade potencializa isso: “Em todo adulto sobrevive a criança. Não dá para dizer que o adulto existe sem a criança nele. Na maternidade, somos tocadas a entrar em contato com a criança que cada adulta foi, e também com a criança que todos adultos se escondem através de inseguranças!”.
Já avisamos que essa é uma pergunta sem resposta certa. Não existe uma maneira de resumir uma experiência tão plural em apenas algumas linhas. Para Tatah Fávero, ser mãe é ser a calmaria depois da tempestade para alguém, mesmo que não mais fisicamente: “Ser mãe, para mim, é ser um porto seguro. É ser alguém que vai te divertir, mas que também vai te colocar no caminho do bem. É colo, afeto, é alguém que mesmo não estando na presença física, te dá um conforto de saber que você tem aquela fonte de energia, conexão única. Eu sei que existem muitas pessoas que nunca tiveram contato com suas mães e eu imagino que deva ser um trauma muito grande. O meu maior medo hoje é morrer e não ver o meu filho crescer”.
Ela continua: “A maternidade é única, seja ela de criança PCD ou não. Eu acho que ser mãe é estar aberta a esse amor e deixar isso te transformar em todos os sentidos, até nas dores, no cabelo branco, nas marcas, nos choros e começar a ver a beleza do carinho, do afeto, de cuidar. Então, ser mãe é um pouco disso tudo aí. É a melhor, mais difícil e mais maravilhosa experiência que eu já vivi”.
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