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4 motivos para você investir na licença-paternidade

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Publicado em 30/09/2018, às 14h51 por Redação Pais&Filhos


*Tradução por Ana Beatriz Gonçalves

Sabe quando algo é, simultaneamente, chocante e óbvio? Prepare-se. O ato de licença médica e familiar (FMLA), que concede 12 semanas de licença no trabalho durante o primeiro ano do bebê à maioria das novas mães, também vale aos novos pais de plantão (e, em alguns casos, aos cônjuges do mesmo sexo também). Isso significa que o seu parceiro(a) pode estar em casa com você durante aqueles primeiros meses do bebê, ou assumir essa responsabilidade quando você voltar para o trabalho – diga adeus à creche.

Se a licença-paternidade nunca passou pela sua cabeça, você não está sozinho. E não fique surpreso se o representante do RH da sua empresa não falou algo sobre isso: um em cada cinco profissionais da área está confuso com essa política, de acordo com um estudo da Boston College.

Enquanto a gravidez e o parto despertam instintos de proteção nas mamães (obrigada, ocitocina!), o pai precisa de um tempo de qualidade com o seu filho para que seu cérebro entre no “modo papai”, afirma Paul Raeburn, autor do “Os pais importam? O que a ciência está nos dizendo sobre os pais que nós deixamos de lado?”.

Um estudo mostra que o choro do bebê ajuda a percepção social no cérebro do pai. Para o pequeno, conviver com o pai no período inicial da sua vida, é uma das melhores formas de desenvolver o  lado cognitivo. Em outro estudo, bebês de seis meses que compartilharam um tempo regular de lazer com seus pais demonstraram um vocabulário mais avançado aos três anos do que aqueles que só tiveram a presença da mãe, isso porque os pais se dirigem às crianças com palavras mais difíceis.

Segundo pesquisas espanholas, as mulheres cujos maridos tiveram a licença logo após o nascimento, estão sujeitas à menores chances de desenvolver depressão pós-parto. Outro estudo de 2014 da Academia Nacional de Ciência, comprovou que ter um parceiro em casa estimula os níveis de hormônios das mamães, estimulando também a produção do leite materno.

A licença-paternidade pode proporcionar grandes benefícios ao casamento, como Jim Stockes alega. O pai de dois meninos tirou 2 meses de licença logo após o nascimento do primeiro filho. “Isso me deu um sentimento maior de parceria entre mim e a minha esposa” disse ele. “Eu sei que posso fazer qualquer coisa que ela faz em relação às crianças”.

Então, como fazer com que esse momento mágico aconteça na sua família? Separamos as principais preocupações (ainda que comuns), que todo casal enfrenta e alguns conselhos de especialistas e de pais que conseguiram enfrentar esse momento. Não podemos garantir que será fácil, mas garantimos que valerá a pena!

Como ser pai de menina: (Foto:Reprodução Ajax Thumbnail)
Como ser pai de menina (Foto: reprodução / Babyology)

1. “Nós não podemos pagar”

Terrível, mas verdade: as mulheres ainda ganham metade do que os homens, de acordo com informações divulgadas pelo censo internacional em setembro de 2017, portanto, seguir sem o salário do papai pode ser complicado. Não é a toa que 5 em cada 6 pais disseram que só tirariam licença se continuassem a receber pelo menos 70% de seus salários, segundo estudo da Boston College.

Esta possibilidade não precisa ser um sonho irreal. Mais de 1 em 3 empregadores oferecem licença maternidade paga acima do valor requerido pela lei, este número aumentou de 1 em 6 no começo da última década, segundo dados da Sociedade de gerenciamento de recursos humanos. O número deve continuar a crescer enquanto mais empresas grandes melhoram suas políticas. Recentemente, a Microsoft disse que as empresas que fornecem subcontratos deverão conceder aos trabalhadores 12 semanas de licença.

Em junho de 2018, o estado de Massachusetts, dos EUA, se tornou o sexto estado a ter uma lei para licença paga em seus manuais. Novos pais conseguem mais de 12 semanas de licença paga para cuidar de um membro da família doente ou de um recém-nascido. Os homens deveriam pesquisar os benefícios de empresas concorrentes e usá-los para pressionar mudanças similares, disse Delta Emerson, chefe de pessoal da Ryan, empresa de serviços de impostos que adotou uma política de licenças mais flexível.

Outro ponto importante que o seu parceiro pode apresentar ao chefe dele: oferecer licença paternidade pode melhorar a linha de fundo da empresa. Receita e satisfação do funcionário e do cliente aumentaram quando a Ryan implementou políticas para melhorar a vida no ambiente de trabalho, enquanto a rotatividade de pessoal diminuiu, disse Emerson. Se seu parceiro está receoso de defender as mudanças sozinho, ele pode contar com a formação de um grupo de pais no escritório – por volta de 13 empresas observadas pela Boston College tem um – para lutar pela causa juntos.

Se o trabalho não estiver movendo dinheiro, transforme as negociações em tempo. Já que a licença-paternidade tem mais a ver com o desenvolvimento do relacionamento do que com recuperação, muitos pais escalonam o pagamento de suas semanas não pagas, o que pode ser mais fácil do que passar três meses sem pagamento. Ou, considere somente seis semanas de licença para o pai. Isso reduzirá o impacto para a conta bancária da família pela metade, enquanto ainda proporcionará horas incríveis com seu bebezinho.

2. Ele fica preocupado com o trabalho

Quando o atleta do New York Mets, Daniel Murphy, perdeu um grande dia esportivo em razão de sua licença paternidade, o apresentador Mike Francesca disse: “Você é um grande jogador da liga de Baseball, não pode contratar uma babá?”.  Homens são punidos de forma mais dura do que mulheres se tiram licença do trabalho” – disse Tom Spiggle, um advogado trabalhista.

Ben Eggleston, um representante de seguros de automóveis e recém pai em Irvine, Califórnia, tirou suas doze semanas de licença ao som de “piadinhas amigáveis” de pessoas no trabalho. Mas mesmo o mais gentil dos colegas pode fazer um homem questionar suas decisões. Outro problema: os colegas de trabalho de seu parceiro não respeitam sua licença “Eu tive esta ideia romântica sobre licença paternidade – que ele estaria em casa comigo e que a gente revezaria nas acordadas no meio da noite” disse Allison Evans, uma recém mamãe de Ohia, cujo marido, Dave, tirou licença quando sua filha nasceu. “Mas as pessoas com que ele trabalhava falavam “Você tem um bebê, parabéns! Aqui está um cartão. Agora será que você poderia vir a esta reunião?”.

Para evitar ficar grudado ao computador, seu parceiro deve preparar sua licença o mais cedo possível. Batalhe seu espaço apresentando uma lista de realizações – adicionou Scott Behson, professor associado na Fairleigh Dickinson University e fundador do blog FathersWorkandFamily.com. Lembre-se, ao fim do dia, você tem direitos legais a esse tempo.

No caso de pedir extras, um futuro pai deve definir um plano de como ele encara as responsabilidades, diz Chris Duchesne, a VP da global em soluções no ambiente de trabalho Care.com. “Foco em objetivos mensuráveis e nas necessidades da companhia, não nas suas. Como isso será um ganho para eles?” questionou.

Às vezes, o principal inimigo o papai é ele mesmo – especialmente se ele for apaixonado pelo seu trabalho. Como um cirurgião, Dave Evans trabalhou 90 horas semanais uma semana antes de sua filha nascer.

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3. Não concordamos quando ele deve sair de licença

Você descobriu como fazer a paternidade sair do trabalho, parabéns! Agora a questão é quando, desde que a licença pode ocorrer a qualquer momento no primeiro ano do bebê. A melhor estratégia é dividir a licença: duas semanas no nascimento, quando as mães precisam de mais ajuda; e em torno de três meses, quando a mãe geralmente volta ao trabalho; e o resto entre seis e nove meses, quando os bebês interagem mais e se tornam ainda mais divertidos de estar por perto.

A primeira semana de licença de paternidade da Eggleston foi a última da sua esposa. “Tivemos que colocar nosso bebê na creche uma semana antes do que se tivéssemos dividido nossa licença”, diz ele. “Mas isso significava que poderíamos passar tempo juntos como uma família.” Aconteça o que acontecer, os pais devem estar lá nos primeiros dias após o parto. “Idealmente a mãe e o pai têm alguns dias juntos para descobrir, se divertir e explorar como lidar com o bebê”, diz Paula Levy, uma terapeuta familiar.

4. Estou tendo problemas em deixar o bebê com ele

Entregar os deveres do bebê, até mesmo para o seu parceiro(a), é de deixar qualquer um nervoso. Os behavioristas chamam isso de “porteiro materno” e acontece quando as mães se sentem subconscientemente ameaçadas no âmbito de cuidadoras. O pensamento de “Você está fazendo isso errado” é normal nessa fase, mas resista a ele.

“É muito importante para a mãe incentivar o pai, em vez de insistir que há um caminho certo”, revela a terapeuta. Repreender o parceiro por usar os toalhas erradas ou algum outro erro que não vai realmente prejudicar o bebê, pode fazê-lo sentir-se relutante.

Para combater o desejo de criticar tudo o que seu companheiro faz (ou deixando de fazer!) concentre-se em manter sua amizade intacta. Paula Levy recomenda guardar um tempo para se dedicar a relação. “O maior presente que você pode dar aos seus filhos é um casamento forte” conclui.

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