Publicado em 03/08/2022, às 07h14 - Atualizado às 07h48 por Carolina Ildefonso, mãe de Victor
Os casos de monkeypox tem crescido uma média de 40% por semana no Brasil. Além de aumentar o número de pessoas infectadas, a contaminação de crianças e gestantes tem preocupado ainda mais as autoridades. Já são 1.474 casos confirmados a maioria em São Paulo, até o fechamento desta reportagem.
Nesta segunda-feira, dia 1 de agosto, o Ministério da Saúde divulgou uma “Nota Técnica” com orientações para gestantes, mulheres que acabaram de dar à luz e as que estão amamentando. No documento, o órgão defende que gestantes e lactantes adotem alguns cuidados especiais para se proteger do vírus, como o uso de máscara em ambientes propícios para a disseminação do vírus e mantenham o uso de preservativo em qualquer tipo de relação sexual.
O MS alertou ainda que há uma preocupação maior em relação às gestantes já que existem poucos estudos sobre essa população e afirma que a OMS reconhece a transmissão materno-fetal, a partir da passagem placentária, o que pode levar ao aumento da mortalidade materna e fetal, além dos casos de parto prematuro.
Outro ponto destacado pelo Ministério da Saúde é a importância do diagnóstico e acompanhamento das grávidas com suspeita de monkeypox. Veja o passo a passo sobre os testes:
De acordo com informações do Ministério da Saúde, é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Apesar de ser conhecida popularmente como varíola dos macacos, o vírus não tem nenhuma relação com esse animal. Trata-se de uma doença zoonótica viral, que teve um grande surto na década de 50 na África. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores das florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.
Crianças, gestantes, idosos e pessoas imunossuprimidas. Quanto menos imunidade maior é o risco da doença evoluir para um caso grave. Por isso, as crianças, fazem parte deste grupo, especialmente os bebês, que ainda estão desenvolvendo seu sistema imunológico, assim como pacientes com câncer ou alguma imunodepressão.
A transmissão é basicamente através de contato íntimo, muito próximo. Importante lembrar que pode ser transmitido por via respiratória, mas especialmente por meio das vesículas – bolinhas com água – que se espalham pelo corpo e podem virar feridas. Além disso, o compartilhamento de objetos, como toalha de banho e roupas de cama é outra forma de disseminação do vírus.
É importante que fique claro que a monkeypox não é considerada uma doença sexualmente transmissível, mas que devido o contato muito próximo durante o ato sexual é uma forma comum de transmissão. Visto que a quantidade do vírus detectada no esperma não sugere que seja essa a principal forma de transmissão, mas sim o contato com as lesões.
Os pais e cuidadores precisam ficar atentos caso tenham algum sintoma ou testem positivo para a doença, os menores devem ficar sob cuidado de outra pessoa.
Já temos a vacina contra a varíola que até então confere uma proteção minimamente razoável para a monkeypox. Mas não há imunizante suficiente para toda a população mundial. Então, nesse momento ela vai servir para o que chamamos de “bloqueio” – para impedir a disseminação da doença a partir de um caso de uma pessoa que está infectada e devem ser priorizadas as pessoas de alto risco. Com exceção das gestantes, já que ainda não estudos que comprovem a eficácia e segurança nesse público. Mas, a gente tem tido um aumento muito importante no número de casos, então existe a possibilidade de caminhar a vacinação em grande escala.
No último dia 29 de julho, o Ministério da Saúde instaurou o Centro de Operação em Emergências para acompanhar a situação epidemiológica e elaborar um plano de vacinação contra a monkeypox. A previsão é que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com a solicitação feita à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A vacina não faz mais parte do Programa Nacional de Imunização, por isso, as crianças não estão protegidas. Mas, as pessoas com mais de 50 anos que provavelmente tomaram a vacina no passado, vão ser menos afetadas, com exceção de idosos que eventualmente vão ter uma queda na resposta imune que pode voltar a ter a doença.
Mas é importante lembrar que as mutações do vírus eventualmente vão acontecer com o vírus. A gente teve uma experiência, por exemplo, em relação ao coronavírus, que foi adquirindo maior capacidade de transmissão. Mas também pode acontecer com a varíola.
O diagnóstico é fundamental para conter a transmissão da doença. Os casos estão crescendo rapidamente e que se os critérios básicos de diagnóstico – ou seja a testagem – não forem feitas corretamente a doença pode sim ganhar grandes proporções.
A partir do momento que nós temos o diagnóstico, existe um segundo ponto, que é o que a gente chama de rastreio. Ou seja, após a pessoa ser identificada com a doença é necessário testar todos que tiveram contato com ela, acompanhar e orientar. Se elas desenvolverem a doença em algum momento, elas também precisam ficar isoladas.
Mesmo com a pandemia da covid-19, ainda é muito falho para nossa sociedade essa noção de vivência em sociedade, porque nós não vivemos sozinhos, nós vivemos em sociedade e ainda mais num mundo globalizado.
Os primeiros sintomas são parecidos com um quadro gripal, com aumento dos gânglios – também conhecidos como ínguas e dor no corpo. Em seguida, evolui para as lesões, como se fossem pápulas ou caroços, que evolui para vesículas – bolinhas que têm líquido dentro.
Essas vesículas podem ficar mais concentradas em alguma parte do corpo, dependendo por onde você adquiriu a infecção. Por exemplo se for por um beijo na mão, elas ficam mais localizadas nessa região. Nas crianças, por exemplo, a gente tem visto mais a região do tórax, sendo acometida às mãos.
A partir do momento que você se contamina, você tem um período de incubação que eventualmente é longo e nesse período de incubação a gente ainda está entendendo, mas muito provavelmente pouco antes de começar as manifestações clínicas, você já começa a transmitir e a transmissão vai até o final. A resolução das lesões é diferente da catapora, que normalmente a transmissão acontece enquanto tem bolinhas com líquido.
No caso da varíola, a transmissão também acontece se aquelas casquinhas das lesões já cicatrizadas. Então, a gente não sabe quando que essa transmissão por essa fase da lesão mais a gente sabe que pode transmitir por aí, ou seja, prolonga por um bom tempo a chance de contaminação, o que dura em média duas e três semanas.
Sim. Na verdade, assim, a mortalidade não é que nem a varíola humana, porque chegava a 30% naquela época. Lógico que, com todo aperfeiçoamento tecnológico, a mortalidade, com certeza nessa época, agora seria muito menor do que já foi no passado, mas não é tão mortal como foi a varíola dos tempos antigos. Isso não significa que não possa ter mortalidade.
A gestante já tem a imunidade mais baixa naturalmente, por isso os cuidados devem ser redobrados. Mas ainda não há estudos que mostram de fato quais as consequências para o feto de uma gestante que foi contaminada.
Mas, se a criança eventualmente desenvolve infecção assim que nasce, lógico, é uma chance de gravidade maior. Mas sobre a transmissão intraútero ainda não temos informações suficientes se há uma gravidade maior. Porém, pelo que nós especialistas conhecemos da varíola nós acreditamos que não, que não deva ter um problema maior para o feto, como malformação, por exemplo. Mas, neste momento isso nem é possível, porque a gente não tem a vacina. Então a gente vai restringir, principalmente para esses casos, que o comitê.
Sim, é uma vacina possível de ser produzida. A tecnologia não é tão complicada, mas requer adaptação, fábrica, profissionais trabalhando e toda uma estrutura que precisa ser planejada. E a realidade é que infelizmente a parte de pesquisa e incentivo à pesquisa no Brasil reduziu drasticamente nas últimas décadas.
Na grande maioria das vezes o tratamento é apenas de suporte, com orientação para hidratação e a controle da oxigenação, que são os cuidados comuns para todos os vírus, como por exemplo, para o coronavírus. Mas existem sim, antivirais que tem demonstrado resultados satisfatórios, porém são direcionados apenas para tratamentos para pacientes do grupo de risco, que podem chegar ao estado grave. Mas, não temos o antiviral aqui no Brasil e precisamos providenciar e não é para amanhã e sim para “ontem”.
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