Gravidez ectópica: o que é, sintomas, cirurgia e como identificar no ultrassom
Apesar de ser estimado que a gravidez ectópica aconteça em apenas 1% da população feminina, é preciso ficar de olho na gestação que acontece fora do útero e pode causar risco à saúde da mãe
Resumo da Notícia
- Na maioria dos casos, a gravidez ectópica acontece nas trompas
- A condição causa o desenvolvimento da gravidez fora do útero da mulher
- Infelizmente, o bebê não pode evoluir com a gravidez ectópica
Você já ouviu falar em gravidez ectópica? A condição, que geralmente ocorre em 1% da população feminina é grave e precisa ser descoberta o quanto antes. Ela acontece quando o óvulo fecundado é instalado e começa a se desenvolver fora da cavidade uterina. Geralmente, em 98% dos casos de gravidez ectópica, o óvulo não percorre todo o caminho e acaba parando precocemente na parede de uma das trompas. Nos outros 2%, ele pode se instalar no ovário, colo do útero ou cavidade abdominal.
Sintomas da gravidez ectópica
Apesar do problema muitas vezes passar despercebido e ser silencioso, é preciso ficar de olho em sintomas como: atraso da menstruação, dor no abdome e sangramento vaginal. Geralmente, é comum ainda que eles possam ser confundidos com os sintomas de uma gravidez normal.
Quais são as principais causas da gravidez ectópica?
O problema pode ocorrer por causa de infecções, anormalidades nas trompas ou ainda inflamações que causam a gravidez fora do útero. Por isso, quanto antes o diagnóstico for feito, menor são os riscos causados à mãe devido as possíveis complicações.
Como acontece a gravidez ectópica?
Segundo a ginecologista e obstetra pela Febrasgo, Dra. Fernanda Pepicelli, mãe de Rafael, a gravidez ectópica acontece “por um mau funcionamento, geralmente da tuba uterina, na qual a implantação em vez de acontecer no útero, não consegue passar pela tuba. Então, a gestação passa a se desenvolver dentro dela”, explica.
Gravidez ectópica aparece no teste de farmácia?
Mesmo que a gravidez seja ectópica, é comum que a mulher tenha os mesmas sintomas de uma gestação comum, que ocorrem logo depois do atraso do ciclo menstrual. Com isso, a mulher pode perceber ainda inchaço, enjoos, sensibilidade nas mamas, tonturas, entre outros.
Para identificar a gestação, é possível sim recorrer ao teste de farmácia, mas para confirmar uma gravidez ectópica, é necessário recorrer a outros exames como, por exemplo, o ultrassom transvaginal. Geralmente, os sintomas de que a gestação está se desenvolvendo fora do útero começam a acontecer entre a sexta e oitava semana.
Exames para descobrir a gravidez ectópica
Para a médica, a ultrassonografia transvaginal é indispensável para o diagnóstico precoce. Além disso, a partir do Beta hCG positivo, é possível notar também uma elevação mais lenta do que o normal do hormônio, além da ausência do embrião dentro do útero. Para a definição do diagnóstico, as vezes é necessário esperar por alguns dias para a localização do bebê.
Gravidez ectópica tem tratamento?
Infelizmente, a gravidez ectópica não tem chances de evoluir, pois, segundo a especialista, “não existem maneiras de levar a gestação para o útero”. Se não tratada de maneira precoce, existem muitos riscos para a mãe, inclusive o de óbito. Segundo a farmacêutica MSD, o embrião pode ainda sobreviver por várias semanas fora do útero, mas os tecidos não conseguem fornecer o sangue que ele precisa para o suporte necessário.
Por isso, antes que surjam maiores complicações, o recomendado é a retirada do embrião. Dessa maneira, existem duas técnicas como, por exemplo, o procedimento cirúrgico via laparoscopia, que também repara a área danificada e é o mais utilizado, e o tratamento medicamentoso, quando há baixos riscos e o embrião tenha menos que 4 cm e ausência de batimentos cardíacos.
Fatores que aumentam o risco de uma gravidez ectópica
Por o problema geralmente acontecer nas trompas, seja por inflamação, infecção ou algum tipo de dano, é necessário ficar de olho em alguns fatores que podem elevar o risco da gravidez ectópica:
Elevam muito o risco:
- Cirurgia prévia das trompas
- Falhas da ligadura da trompa
- Episódios anteriores de gravidez ectópica
- Uso de DIU
- Inflamação ou infecção da trompa de Falópio
- Lesões na trompa de Falópio de inflamações anteriores
Elevam médio o risco:
- Tabagismo
- Infecção ginecológica anterior como clamídia ou gonorreia
- Histórico de vários parceiros sexuais
- Quadros de doenças inflamatórias pélvicas (DIP) prévias
Elevam baixo o risco:
- Cirurgia abdominal ou pélvica
- Gravidez antes dos 18 anos
- Costume de fazer ducha vaginal
É possível engravidar mesmo com a remoção da trompa
Segundo a especialista, isso pode acontecer “e com a mesma probabilidade. Porque apesar de haver ovulação em ovários distintos, não é preciso ter a tuba do mesmo lado para haver a comunicação tuba-ovário”, conclui Fernanda Pepicelli.
Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo: