Gravidez

Queda de cabelo no pós-parto: é normal, por que acontece e o que fazer para evitar?

A queda de cabelo no período pós-parto é normal mas exige cuidados especiais - IStock
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Publicado em 20/09/2021, às 07h51 - Atualizado às 14h52 por Sandra Lacerda, filha de Sandra e José Leonardo


Amamentar, trocar fraldas, acordar de madrugada com o choro do bebê são algumas das atividades que entram para a rotina das mulheres que se tornam mães. A maternidade é um dos momentos mais lindos e intensos da vida de uma mulher, mas além da nova rotina, uma série de mudanças no corpo também acompanham essa fase. Entre uma das muitas alterações, está a queda de cabelo, tecnicamente conhecida como eflúvio telógeno pós-parto, que faz parte de um processo natural, mas requer alguns cuidados extras para não se tornar excessiva.

A queda de cabelo no período pós-parto é normal mas exige cuidados especiais
A queda de cabelo no período pós-parto é normal mas exige cuidados especiais (Foto: IStock)

Por que os cabelos caem após o parto?

A dermatologista Cíntia Guedes, mãe de Helena, explica: “No couro cabeludo normal, 90-95% dos fios de cabelos estão na fase de crescimento (chamada de anágena) e o restante na fase de queda (telógena). Durante a gestação, devido às alterações hormonais, cerca de 99% dos fios passam para a fase anágena, ou seja, os fios que estavam programados para cair ficam no couro cabeludo por mais tempo. Por isso, as mulheres dizem que os cabelos ficaram mais bonitos e cheios durante a gravidez”. Patrícia Carvalho, hair stylist e visagista, e mãe de Igor e Bruna, diz:  “Os hormônios fazem com que os cabelos fiquem mais bonitos, pois não têm a perda de sangue mensal e as vitaminas são mais aproveitadas”.

No entanto, no puerpério é comum ocorrer a desregulação do ciclo capilar, levando a uma conversão prematura dos fios para a fase de queda. Cíntia continua: “Depois do parto, os hormônios da mulher voltam ao normal e ocorre uma mudança na fase dos cabelos. Os fios que foram mantidos na fase anágena passam para a fase telógena”. 

O eflúvio telógeno é um pouco assustador, porém é um processo natural e temporário. Cíntia ainda ressalta: “Se um fio de cabelo cai, existe outro fio pronto para nascer”. Geralmente, a queda de cabelos começa 3 meses após o parto e dura cerca de 3 meses. 

A queda de cabelo no puerpério é comum?

Nem todas as mulheres terão essa queda. Estudos mostram que apenas 20% das mulheres sofrem com o eflúvio telógeno. Mas se esse é o seu caso, não se desespera! Está tudo certo, não tem nada de anormal com seu corpo. A reposição capilar é realmente lenta, porque o organismo está focado na recuperação pós-parto e na amamentação. É preciso dar tempo a ele.

Segundo Ana Carina Junqueira, dermatologista e tricologista, e mãe de Bernardo, é natural que uma pessoa perca em média até 100 fios de cabelo todos os dias, enquanto em puérperas e lactantes essa queda pode chegar a até 300 fios por dia. Mas, sem neura! Isso não significa que todos os fios a mais que estão caindo, devem ser motivo de preocupação. Boa parte deles, na verdade, deveriam ter caído ainda durante a gestação, mas por questões também hormonais não se desprenderam a tempo da raiz, e acabam caindo com mais facilidade no pós-parto.

A tricologista funcional Valine Alencar, mãe de Isadora, explica: “A queda de cabelo excessiva não acontece com todas as mães porque tudo depende da reserva metabólica da mulher. Se eu tenho uma reserva nutricional muito boa, a tendência é ter uma queda de cabelo que eu nem precise me preocupar”.

“É mais comum as mulheres terem queda de cabelo porque a nossa reserva metabólica está muito menor do que antigamente. A nossa alimentação é muito deficiente, o nosso tempo de descanso é muito deficiente. A gente não tem uma reserva metabólica suficiente para quando o bebê nascer a gente não vir a ter queda de cabelo. Para se recuperar, o corpo vai tirar nutrientes e hormônios também do couro cabeludo para priorizar aquela região para ser recuperada. É uma queda de cabelo temporária, só enquanto o corpo precisa se recuperar. Depois que ele recupera, a tendência é o cabelo voltar a crescer normalmente”, completa Valine. 

A amamentação influencia na queda de cabelo?

A resposta para essa pergunta é sim! O corpo vai direcionar todos os esforços para aquilo que é mais importante: A alimentação do seu filho. Ana Carina  explica: “A verdade é que a produção de hormônio começa a regular por volta de 3 meses após o parto, demorando ainda mais para aquelas mulheres que fazem o aleitamento materno exclusivo, já que a prolactina, hormônio responsável pela produção de leite materno, acaba desregulando a níveis dos demais hormônios, o que pode resultar na queda de cabelo, fraqueza nas unhas, alterações na pele e nas mucosas”.

O cabelo pode cair muito no período de amamentação
O cabelo pode cair muito no período de amamentação (Foto: Getty Images)

Valine também comentou: “Muitas mães relatam que quando estão amamentando elas sentem mais a queda de cabelo. Existem mães que prolongam o período de amamentação, fazem mais de 6 meses, e por isso podem ter uma queda de cabelo por um período mais extenso”. Ela ainda aconselha: ” Precisa dar um reforço na alimentação para poder suprir essa necessidade de reserva metabólica”.

De acordo com a Ana Carina, outro fator responsável pela queda dos cabelos é a ansiedade e o estresse comum nesse período. Como a reposição capilar é lenta, pois o organismo está focado na recuperação pós-parto e na amamentação, os fios podem sofrer uma diminuição considerável na espessura, ficando cada vez mais finos. “O ciclo capilar tem uma forte influência da produção de hormônios mas, questões relacionadas a recuperação do parto, ao estresse da nova rotina, a privação de sono e a uma alimentação irregular da mulher, também podem ser intensificadoras da queda capilar, conta a dermatologista e tricologista.

Cuidados com a saúde antes e durante o puerpério

A tricologista funcional, Valine Alencar, separou algumas dicas para aquelas mulheres que estão pretendendo se tornar mães, e também para aquelas que já são. Ela diz que mesmo antes de o bebê nascer você já precisa cuidar de si, e depois que nasce os cuidados precisam ser redobrados. Manter uma boa reserva nutricional e metabólica é fundamental para evitar a queda de cabelo excessiva no puerpério. Confira:

  • Invista em uma alimentação rica e saudável: Tenha uma alimentação equilibrada e variada, inclua mais frutas, legumes, verduras e fontes de proteína no cardápio. Quanto mais colorida sua alimentação, melhor! Diminua o consumo de industrializados, de preferência nem coma. Beba sucos naturais que, além de hidratar, possibilitam a ingestão de uma variedade grande de nutrientes.
Uma alimentação saudável faz toda a diferença
Uma alimentação saudável faz toda a diferença (Foto: Getty Images)
  • Pratique atividades físicas: Praticar exercícios moderados durante a gravidez com certeza vai te manter mais saudável! Também é importante passar um tempo no sol, já que a falta de vitamina D pode aumentar a queda dos fios. Apenas tendo cuidado com os horários (antes das 10h ou depois das 16h, para que os raios ultravioletas não agridam a pele).
  • Atenção com a pele e com os cabelos: Procure usar sempre cosméticos, maquiagens e produtos de higiene orgânicos, assim você contribui para a diminuição da carga tóxica e aumento da reserva metabólica. Fique atenta também para os cuidados com o cabelo. Além da cautela com procedimentos químicos, que só devem ser feitos se aprovados pelo médico, é bom evitar o uso frequente de secador e chapinha.
  • O descanso é necessário: Por incrível que pareça, o descanso do nosso corpo também influencia no nosso cabelo. Para manter a boa reserva de nutrientes, é necessário regular o sono, assim o corpo fica saudável e descansado. Com essas dicas, a queda de cabelo no período pós-parto não será assustadora.

Mesmo seguindo as dicas, é importante ficar atenta à quantidade de fios perdidos ao longo do dia e procurar um especialista quando a queda for intensa. Cada caso é diferente, e se a queda de cabelo for excessiva e prolongada, o ideal é buscar um especialista.


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