Publicado em 19/11/2019, às 11h31 por Yulia Serra, Editora de conteúdo especializado | Filha de Suzimar e Leopoldo
Errar é humano. Você com certeza já ouviu essa frase, mas será que já parou para notar de fato o que ela quer dizer? Errar faz parte, em todas as áreas da vida. Ninguém está imune. Você não precisa se cobrar a ponto de não cometer mais nenhum, mas sim mudar a postura frente a eles. O mundo perfeito, muito disseminado nas últimas décadas através das redes sociais, faz com que você acredite que ele é possível de ser atingido, quando não é. Por se sentir sozinho nessas falhas, a tendência é esconder e isso apenas piora o resultado. Ao invés de compartilhar e encontrar soluções, você apenas carrega culpa.
Isso fica ainda mais evidente após a maternidade, principalmente pela idealização do momento e cobrança para que pais ajam como super-heróis. Falar é mais fácil do que fazer, mas é preciso haver uma mudança de mentalidade, começando pelos adultos. Você precisa tratar o erro como algo normal. Isso não significa aceitá-lo sem qualquer repulsa, mas entender que faz parte da vida e é uma oportunidade de aprendizado. Quando passar a tratar dessa maneira, o seu filho repetirá os seus passos.
Para comprovar que essa mudança não é banal, o pesquisador e professor de Harvard, Shawn Achor, desenvolveu um estudo sobre os efeitos dos erros no aprendizado e rendimento das pessoas. O resultado mostrou que falhar 15% das vezes pode aumentar a confiança e capacidade de aprendizado mais do que a prevenção de erros. É se permitindo aceitar o erro que você pode entender o motivo dele acontecer e se prevenir nas próximas situações.
Perfeccionismo não existe
“Quantos gênios e prêmios Nobel erraram antes de acertar? Precisamos aceitar, sem resistências, que cometer erros faz parte da natureza humana. Aprender a enxergá-los de maneira positiva é o primeiro passo para errar cada vez menos”, explica o diretor-geral do Colégio Positivo, Celso Hartmann. Para ele, essa chance de aprender não pode ser desperdiçada, pois faz com que as crianças se fortaleçam e estejam prontos para os demais desafios da vida.
Dessa forma, eles terão mais coragem para arriscar e menos desistências quando surgirem obstáculos. Seu filho irá enxergar o fracasso como um motor para a determinação. “Isso não nos dá a justificativa de falhar de propósito, deixando tarefas inacabadas ou fazendo as coisas sem a motivação e o empenho necessários. O ideal é nos dedicarmos 100% àquilo que estamos realizando, mas aceitarmos uma falha, caso ela apareça em nosso caminho”, completa Hartmann.
Ou seja, por mais incrível que pareça, é possível aprender muito mais com o erro do que com o acerto. Mas sem exagero. Um estudo recém divulgado pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, mostrou que o ponto ideal é errar 15% das vezes, que seria apenas o suficiente para nos manter motivados, mas sem nos deixar abater. Isso significa que é preciso buscar dar a resposta certa em 85% das vezes. O levantamento mostrou que não é benéfico apenas experienciar exemplos fáceis e nem difíceis demais, porque não irá preparar o seu filho para o futuro. No primeiro caso, ele não será preparado para lidar com os problemas e no segundo não terá motivação para resolvê-los.
Transformando erro em aprendizados
“Quando erramos, ficamos alerta, tentamos descobrir onde foi que erramos e o que é necessário para acertar na próxima vez. O erro só é um problema quando não é percebido. Caso contrário, torna-se aprendizado“, conclui Hartmann. Sem essa percepção, existem dois riscos: o de continuar repetindo os mesmos erros sem aproveitá-los para evoluir; ou o de parar de tentar por medo de errar. Assim, você interrompe o caminho, sem qualquer chance de melhora.
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