Publicado em 06/02/2020, às 12h50 - Atualizado em 16/01/2023, às 08h47 por Yulia Serra, Editora de conteúdo especializado | Filha de Suzimar e Leopoldo
Nasceu! Nada descreve a alegria e todas as dúvidas e questões que passam pela cabeça do casal nesse momento. Ter filho é uma responsabilidade, já que você é o principal exemplo desse bebê e será para o resto da vida. Mas ser pai no século XXI trouxe uma outra questão muito importante para ser discutida e trabalhada com os mais novos: machismo. Ele acontece a todo o momento, desde a gravidez na hora de escolher o brinquedo de cozinha para a menina e de luta para o menino até o pós-parto na divisão de tarefas com o bebê.
Todas as pessoas, de uma forma ou de outra, foram criadas em uma cultura machista, principalmente os homens.
Beto Bigatti, publicitário e nosso blogueiro parceiro, pai de Gianluca e Stefano, foi criado, basicamente, pela mãe e por isso, desde novo, tinha uma visão menos sexista do que os colegas: “Durante a vida toda eu não conseguia concordar muito com o discurso machista que ouvia dos amigos e pais de amigos. Quando casei, isso já era uma realidade em casa. Nunca existiu tarefas de homens e mulheres, mas questões práticas da vida que precisavam ser resolvidas”.
Esse pensamento se intensificou ao se tornar pai de menino e já no pré-natal, começou a romper barreiras, sendo participante e não apenas espectador. “Eu sempre fui um pai muito atuante e várias vezes isso foi visto como algo especial, mas não é mais do que meu papel”, desabafa. Beto entende como uma luta diária, em que também precisa se policiar para dar o exemplo e essa tática de mostrar em atitudes e não apenas palavras tem mostrado bons resultados. “Me lembro a primeira vez que Gianluca chorou na frente do avô e teve como resposta: ‘Menino não chora’. Meu filho me olhou espantado, porque eu nunca tinha dito aquilo. Então peguei no colo e disse: ‘Pode chorar, não tem problema, depois a gente explica para o avô’”.
Não basta dizer, é preciso praticar
Reações assim fazem toda a diferença, segundo a doutora em psicologia e nossa embaixadora Vanessa Abdo, que aplica a mesma técnica com os filhos, Laura e Rafael. Para ela, a nossa identidade está sempre em construção e desconstrução, mas é na primeira infância que se formam os valores mais arraigados: “Quanto mais cedo você trata meninos e meninas da mesma forma, melhor é o resultado para fortalecer essa ideia de dentro para fora”. Isso não significa que é impossível começar mais tarde, mas o processo fica mais complicado.
Acima de tudo, o principal é manter os valores claros dentro de casa, porque são eles que servirão de referência para as crianças, mesmo que escutem opiniões diferentes em outros lugares. Mas a especialista alerta: “É preciso tomar cuidado para não tornar o masculino vilão e o feminino mocinha. Os dois perdem com o machismo”. Para não cometer esse erro, reforça que é importante entender que homens e mulheres não são iguais e não é preciso neutralizar as diferenças, mas trabalhar por equidade e para garantir direitos equivalentes: “Não é necessário idiotizar os meninos para empoderar as meninas”.
Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante e autor dos livros O Papai É Pop 1 e 2 também contou sobre a experiência: “Meu mundo mudou muito depois de se tornar pai, especialmente porque tenho duas meninas. Você entra em um mundo de sensibilidade e magia, mas também de muitas violências diárias”. Ele assume que se sente envergonhado por ter tomado essa consciência apenas após a paternidade e disse que, por ser homem, cresceu cego sobre os próprios privilégios.
Na tentativa de criá-las sem machismo, ele busca se colocar no lugar das filhas, criando empatia. “A gente se esforça para que elas consigam explorar todo o seu potencial, independentemente do gênero”, explica e assim, como Beto, sente na prática que elas entenderam, não aceitando desrespeitos em qualquer área. Por fim, Beto Bigatti conclui: “O machismo nos oprime o tempo inteiro e faz com que o homem tenha um peso muito forte, que deixa a vida menos interessante. Conseguir desconstruir isso para nossos filhos, dá liberdade para que sejam muito mais felizes do que nós fomos e, assim, construir uma sociedade melhor”.
BBB 2020
Nestes últimos dias, a atitude de alguns participantes do Big Brother Brasil chamou a atenção de todo mundo e trouxe uma discussão gigantesca nas redes sociais sobre machismo. O que mais chocou o público foi perceber que o que acontece ali também acontece do lado de fora e é muito mais comum do que pensamos. Encoberto de piada (que não tem graça nenhuma, diga-se de passagem), eles fazem vários comentários pejorativos para as demais mulheres da casa, indo desde reclamações em relação à “qualidade”/beleza das meninas até chamá-las de “feministinhas“.
Por essa razão, esses participantes estão sendo bastante criticados pelo público (incluindo mulheres e homens) e gerando revolta em vários deles. Não foi apenas do lado de fora que tem surgido um movimento de empoderamento das mulheres. Dentro do programa, as convidadas e inscritas também se uniram para se defender e ir contra os que apoiam esses ideais. O exemplo do Big Brother é bastante significativo pela dimensão do reality show, mas é apenas mais um caso para lembrar que ainda há um longo caminho para ter uma sociedade livre de machismo.
Família
Após polêmicas, Kate Middleton é substituída por outra mulher em evento real
Criança
Mãe do filho de Cristiano Araújo desabafa sobre dificuldade em arcar com as despesas da criança
Bebês
“Ela não vai te perdoar”: mãe coloca nome de vegetal na filha e recebe críticas nas redes sociais
Família
Mãe recebe bilhete bem diferente de vizinha após choro do filho
Família
Filha de Roberto Justus estreia como modelo aos 3 anos: "Minha estrela"
Criança
Mãe se assusta com aparição misteriosa em foto antiga da filha
Família
Téo Teló e Gabi Luthai escolhem nome curto e com forte significado para o primeiro filho
Família
Irmão da princesa Diana fala sobre 'sumiço' de Kate Middleton: 'Me preocupo com a verdade'