Publicado em 01/09/2018, às 11h45 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h29 por Jennifer Detlinger, Editora de digital | Filha de Lucila e Paulo
Existem diversas formas de ser pai. O exercício da paternidade está longe de ser apenas uma função. Por trás do título, existem pessoas que dão essência e vida ao nome, cada uma do seu jeito. Tem pai que gera, que cria, que cuida, que acolhe e ajuda. Rafael Noris, de 28 anos, cumpre tudo isso ao lado de Miguel Angelo, seu filho de 8 anos. Ele viveu aflições comuns de pais de primeira viagem, desde não saber como limpar o bumbum do bebê até o medo de acidentes. Hoje, as preocupações ainda existem, mas a cumplicidade entre os dois faz tudo ficar mais fácil.
Chegamos á casa da família Noris em uma manhã de sexta-feira, às 9h, e fomos recebidos com um sorriso tímido de Miguel, que revela muito bem sua personalidade – uma criança amorosa e educada da melhor forma. Não precisou de muito tempo por lá para percebermos que a relação da dupla vai além de pai e filho. Apesar das nítidas semelhanças físicas, como a pele e os olhos claros, e os cabelos compridos e lisos, Miguel e Rafael também se espelham um no outro e compartilham as mesmas paixões: livros, videogames e gibis.
Rafael conta que se tornou pai “no susto”. Ele estava no último ano da faculdade no curso de Publicidade e namorava há apenas um ano e meio com a mãe de Miguel. “Uma gravidez não planejada, mas que depois foi muito bem-vinda”, afirma Rafael. Depois do nascimento do filho, moraram juntos por seis meses em Campinas, interior de São Paulo, longe das famílias. Foi nesta época que o casal se separou e decidiu que Miguel ficaria com Rafael, já que sua família tinha uma estrutura melhor a oferecer, enquanto a mãe do menino foi viver em outro estado.
Dos seis meses a um ano e meio de idade, Miguel morou com os avós, José Carlos e Filomena, em Pedreira, no interior de São Paulo, e Rafael visitava o filho todos os fins de semana. Depois de um tempo, ele conseguiu juntar dinheiro para comprar uma moto e passou a morar em Pedreira também, mantendo o emprego em Campinas.
No início de 2016, Rafael se mudou sozinho com o Miguel para cidade, quando o menino tinha cinco anos e meio. “Durante cinco anos meus pais me ajudaram na tarefa de cuidar do meu filho, mas decidi criar ele do meu jeito, ter minha própria casa e fazer tudo da maneira que acredito ser melhor”, explica.
Nesse meio tempo, eles adotaram um gato da rua, que atende pelo nome de Chuck – uma brincadeira com o sobrenome Noris. “Já estou há 5 anos em um relacionamento, mas eu, Miguel e Chuck moramos em uma casa e a Bruna, minha namorada, mora em outra com a Chanel e o Billy, dois coelhos lindos”, conta o pai.
Um lar para chamar de nosso
Até conseguirem morar de vez em Campinas, foram muitas idas e vindas entre cidades, escolas e creches. Hoje, Miguel estuda em período integral e vai a uma instituição social com atividades culturais para crianças pela tarde.
É dessa forma que Rafael consegue conciliar a vida paterna com o emprego em uma agência de publicidade, onde trabalha como redator. “A gente passou por muita coisa nesse meio tempo. Eu mudei de emprego, o Miguel trocou de escola e ainda temos uma vida bem corrida, mas sempre damos um jeito para fazer as coisas que gostamos”.
Rafael conta que levava tudo nas costas e ficava sobrecarregado com as mil funções de um pai que cuida da casa e do filho sozinho. Foi nesse momento que eles decidiram montar um quadro de tarefas e dividir as responsabilidades, como um verdadeiro time – há desde regar as plantas do vaso até guardar roupas e calçados. “Agora, temos tempo para fazer uma leitura à noite ou jogar bola à tarde. Além disso, o Miguel ganhou responsabilidades importantes e ele adora se sentir útil”.
Rafael também tinha um sentimento de culpa, que normalmente é associado às mães. “Como pai solo, posso dizer que consegui superar isso e hoje tenho a vida que queria ter. Eu ainda me cobro muito, mas é uma cobrança mais
minha do que da sociedade em si”.
A casa da família Noris é pequena só no tamanho, porque esbanja amor e cultura, revelados em detalhes como a estante cheia de livros do universo geek, recados e desenhos na geladeira, e as pelúcias no quarto de Miguel.
Cara de um, coração de outro
Além dos mesmos gostos e da semelhança física, eles compartilham até o signo de Gêmeos: Rafael nasceu dia 21 de
maio e Miguel, no dia 23. Segundo Rafael, seu filho é como uma lembrança dele mesmo durante a infância. “Ele chegou e me mostrou como é ser pai de uma criança igual a que eu fui: superativa, que gosta de fazer as coisas do seu jeito, curiosa e, ao mesmo tempo, muito amorosa”.
No começo, a relação dos dois era quase simbiótica. “A gente vivia grudado, tinha quarto juntos e até cama compartilhada”, conta Rafael. Mas quando o menino tinha cerca de cinco anos, eles começaram a criar as individualidades de cada um. Com a chegada de Miguel, Rafael pôde entender exatamente como seu próprio pai se sentir e aprendeu a ser mais tolerante: “A gente pensava muito diferente, mas tinha o mesmo jeito de encarar as coisas. Foram muitos momentos de aprendizado e de valorizar o que ele ofereceu enquanto pai e, às vezes, eu não percebia”.
José Carlos faleceu no ano passado, mas permanece até hoje como a referência de paternidade para Rafael. “É muito estranho ser pai quando a gente não tem mais essa figura por perto. Eu sempre contei com o apoio dele, desde quando eu morava em Pedreira, até a época que ajudou a cuidar do Miguel. Ele era meu porto seguro na questão financeira também e hoje, infelizmente, não tenho mais isso. Então, eu navego sozinho nessa aventura”, recorda.
Rafael é um pai em desenvolvimento. “Passei por diversos tipos de paternidade desde que meu filho nasceu e continuo passando. Fui pai com uma mãe ao lado, pai com o suporte dos avós e, agora, pai solo”. Para ele, ser pai é reconhecer que existe outro indivíduo com seus próprios desejos e aprender a respeitá-los. “Eu aprendo demais enquanto ensino, e o Miguel me ensina enquanto aprende. Temos uma relação bonita e com muito diálogo”.
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