Família

Mãe em formação: aprenda a filtrar informações e palpites sobre maternidade

Como aprender a filtrar informações sobre maternidade - Getty Images
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Publicado em 18/07/2020, às 05h09 - Atualizado em 28/07/2020, às 16h33 por Redação Pais&Filhos


Imagine a cena: o bebê acabou de nascer e começa a ter as primeiras cólicas, e nada parece resolver. Mãe deprimeira viagem, ela tentou de tudo: do exercício da “bicicletinha” com as pernas do nenê; colocar a criança contra o peito do pai sem camisa; pôs ela de barriga pra baixo; usou pano quente; deu chá; buscou orientação em livros e sites; conversou com amigos… E a sensação de culpa e de não acertar só aumentando. Essa história te parece familiar, não é? Seja pra fazer qualquer coisa relacionada ao nosso filho, as opiniões são muitas, divergentes entre si, e a mãe fica perdida mesmo. Muita calma nessa hora: é só ter bom senso pra lidar com elas.

Como aprender a filtrar informações sobre maternidade (Foto: Getty Images)

Um pulo na história

Primeiro vamos voltar no tempo pra pensar em algumas coisas: há alguns séculos, as famílias eram grandes e com
muito filhos. Havia muita convivência com crianças nesse ambiente familiar e os parentes costumavam compartilhar experiências – até porque o mais comum era todo mundo morar na mesma casa. Na hora de criar os filhos, os costumes e tradições estavam ali, e bastava perguntar pra avó, ou a avó da avó, o primo, o primo do primo… Hoje, o tamanho das famílias é menor. No Brasil, por exemplo, passamos de cerca de 6 filhos por mulher dos anos 1960 para uma média atual de menos de 2 filhos por mulher (dados do IBGE). No meio do caminho, também, muitas mudanças de comportamentos fizeram com que as pessoas revissem conceitos e começassem a questionar se o que a mãe, a avó e a tataravó fizeram realmente é o certo, e se esse é o modelo a ser seguido.

Famílias pequenas e cada um na sua casa, uma rotina de trabalho corrida e ainda a internet invadindo a vida de todo mundo, inclusive da grávida e da mãe… Aí já viu: com a falta de ter com quem dividir as informações, os blogs, as redes sociais e os grupos de mães na web nunca foram tão bombados. Essa é a chamada, Sociedade da Informação: todo mundo conectado e as informações correndo muito rápido pelos meios de comunicação. É aí que entra a história de muitas mães: o maior acesso a diferentes fontes de informação que a mulher tem hoje pode ajudar a lidar com seus dilemas maternos. Só que…se apoiar em qual delas?

Muito ajuda quem pouco atrapalha

As pessoas tentam ajudar, mas dá um nó danado: a vizinha que insiste com seu método infalível de desfraldar, a colega de trabalho que acha absurdo você pensar em abandonar o trabalho, e por aí vai… Na internetnão é diferente. Segundo a psicóloga Karyne Mariano Lira Correia, madrasta de Isabela, quando falta qualidade ao conteúdo, o que se vê mais confunde que ajuda. Na web, há facilidade de acesso, sim, mas a dificuldade de triar a informação suspeita das boas é grande também. “Da mesma forma que a mãe pode se beneficiar de informações úteis, também pode ter preocupação desnecessária ou tomar decisões equivocadas por seguir orientações não confiáveis”, pondera ela. Outro problema são as autorias: qualquer um fala qualquer coisa. De acordo com Andrea Wolff enbuttel, a mãe precisa ficar de olho. “A internet é um espaço aberto onde todos podem se manifestar, independentemente de seu conhecimento ou formação”, diz. Como fazer, então? “A mãe deve pedir indicações aos pediatras, professores e aos demais profissionais nos quais confia”, orienta.

Espelho, espelho meu

É comum a mãe se espelhar em pessoas na mesma situação, seja compartilhando experiências com elas ou apenas lendo seus relatos ou publicações em blogs. “É fato que nós aprendemos não apenas por instrução, mas também pelo exemplo de outras pessoas”, explica Karyne. Para Marcelo Cunha Bueno, pai de Enrique, educador e escritor, conversar com amigos que também são pais é recomendado e superimportante. “Quando os pais conversam com pessoas no mesmo momento de vida, cria-se uma rede de entendimento das dificuldades, e isso faz bem”, diz ele. O que não pode é achar que a mesma dica vale pra todo mundo, afinal cada um tem seu jeito. O parto da amiga ou a rotina da sua irmã nem sempre é o que funciona na sua vida. “Somos diferentes, e portanto precisamos considerar essas diferenças”, ressalta Karyne. Portanto, é preciso autoconhecimento.

A mãe que eu quero ser

Existem bons exemplos que a gente gostaria de seguir, que, de repente, não servem para sua vida. E a mãe que os outros querem que a gente seja, então? Quanta autocobrança essas mulheres ideais, essas mães-modelo causam em você! Mas acredite: você tem em você todas as condições de ser a melhor mãe que pode. É preciso respeitar que cada pessoa tem seu jeito peculiar, e essa é a graça. “É muito importante que as mães aprendam a respeitar seus próprios limites e a considerar que elas só podem fazer o que são humanamente capazes”, diz a psicóloga.

Seja para pais de primeira viagem ou não, Marcelo orienta:busque, sim, vários pontos de vista, mas não ache que todos eles são verdade absoluta, “Não existe um certo e errado”, aponta. Sabendo disso e feita uma escolha, a palavra-chave é coerência. Todos os dias quando se deitar pra dormir, faça-se a seguinte pergunta: o que eu estou fazendo como mãe corresponde à forma como eu vejo o mundo e o futuro dos meus filhos? “Mas ser coerente não é acertar sempre. É se arriscar ao erro. E se a mãe se entende com esse risco, não tem culpa, consequentemente não tem condenação. E aí educar fica mais leve”, finaliza ele.

Por fim, aposte no bom e velho instinto materno. Acredite naquele sentimento que você tem no fundo do seu coração. Use as informações confiáveis a seu favor, mas acredite no poder de escolha que você, até sem saber ainda, tem ai dentro de si mesma. É ele que, no fundo, sempre consegue fazer de você uma mãe única: aquela que é da maneira como você acha que tem que ser.


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