Família

Marcos Piangers e Ana Cardoso nos ensinam sobre a coisa mais valiosa: o tempo em família

Ana e Marcos são pais de Anita e Aurora - Reprodução
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Publicado em 08/03/2019, às 17h01 - Atualizado em 16/07/2019, às 10h34 por Isabella Zacharias, Filha de Aldenisa e Carlos


Ana Cardoso é mãe de Anita e Aurora, jornalista, socióloga e autora dos livros A Mamãe É Rock, Natal, Férias e Outras Histórias e Quando Falta Ar. Ama suas filhas mais que tudo, mas não esquece jamais de si. Dessa vez, ela veio falar sobre a administração do tempo com nossas famílias.

AULA DE ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
É sabido que alguns animais têm inteligência emocional superior à nossa. Você certamente já observou que os pássaros voam para longe antes da tempestade, que as abelhas fogem dos venenos e que os gatos evitam ao máximo quem não gosta deles.

Há alguns Natais, em Eldorado do Sul, a pastora alemã Raia deu à luz 10 cãezinhos. Não sei quantas tetas tem uma cadela, mas 10 filhos é muita coisa para um mamífero. A bichinha não tinha sossego. Estava magra, esgotada.

Uma semana depois do parto, pela manhã, a dona encontrou Raia com apenas 5 filhotes. Onde estariam os outros? Adriana acordou o marido Rui e saíram a procurar o restante da prole pelo sítio. Depois de muito andarem, acharam um buraco, não muito profundo, a 500 metros da casa, com os outros cachorrinhos dentro.

Estavam vivos e chorando. Os humanos pegaram os cães e os levaram de volta para a casinha da cadela. Raia não demonstrou estar contente, mas os aceitou. No meio da tarde, Adriana foi conferir se estava tudo em ordem e PLUFT! Cinco cachorrinhos haviam sumido novamente. Desta vez, já sabiam o caminho. Trouxeram de volta os filhotes. Raia não deu a mínima. Que raios estava acontecendo ali? Será que a cadela não queria os seus filhos?

No meio da noite, Adriana acordou assustada. Levantou e suas suspeitas se confirmaram: apenas metade deles estava na casinha, com a mãe. Adriana, no meio da madrugada, deu-se por vencida e não foi buscar os demais.

Adriana nem dormiu direito. No dia seguinte, encontrou, na casinha, apenas os filhotes “escolhidos”, que dormiam e grunhiam, tão pequenos que nem sabiam latir. Temendo que a cadela houvesse fugido – era só que o faltava nessa esdrúxula novela canina – Adriana correu para o buraco.

Lá estavam Raia e seus outros 5 filhos. Então a humana, que é uma psicóloga renomada, entendeu a lógica da cadela. Do alto de sua sabedoria canina, Raia havia separado os filhos em dois grupos para dar conta melhor da família. Quantas vezes, nós humanos, queremos abraçar o mundo de uma só vez e falhamos?

Que tal compartimentarmos nossos deveres e nos concentrarmos no que conseguimos fazer, respeitarmos nossos limites em vez de querer criar 10 filhos ao mesmo tempo, o tempo todo?

“Quantas vezes, nós humanos, queremos abraçar o mundo de uma só vez e falhamos?”, diz Ana Cardoso (Foto: Reprodução)

Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, é jornalista, palestrante e autor dos livros O Papai É Pop 1 e 2. Comprometido com a paternidade presente e amorosa, tem inspirado milhares de pessoas com seus vídeos, textos e palestras. Combinando com a Ana, ele também veio falar sobre o tempo, você já ouviu falar em “tempo de qualidade”? Não? Vem com a gente!

MAIS TEMPO
Você já deve ter ouvido essa história de “tempo de qualidade”. É um termo que pais ocupados inventaram para dizer que, apesar de não terem tempo para os próprios filhos, o pouco tempo que têm é o que chamam de “tempo de qualidade”.

Você sabe: o pai que está sempre em alguma reunião importante, a mãe que está sempre no celular, o casal que está sempre viajando e deixa os filhos com a babá. Eles não têm tempo para as bobagens da criação de filhos. Mas o pouco tempo que têm é um “tempo de qualidade”.

Tempo de qualidade é essa mentira que a gente conta pra gente mesmo pra justificar nossos únicos 15 minutos por semana ao lado dos nossos filhos. O que dá pra fazer em 15 minutos? Nada muito formidável.

Mas se conseguirmos trocar meia dúzia de palavras, se tivermos um ensinamento profundo que tiramos de um texto que lemos na internet, se conseguirmos passar alguns segundos sem brigar, reclamar ou gritar com nossos filhos, isso é o que podemos chamar de “tempo de qualidade”.

Passamos a semana correndo, atendendo telefone, lendo e-mail, fazendo reunião, terceirizando a educação dos nossos filhos, levando-os para o contraturno, a natação, o futebol, a casa da vó, a colônia de férias, e quando estamos com eles, naqueles pequenos minutinhos, fingimos que estamos realmente lá, prestando atenção genuína.

Mas como temos pouco tempo junto, aquele tempo não é realmente o que se pode chamar de “qualidade”. Porque não existe qualidade em uma relação que não tem intimidade. E intimidade se conquista com o tempo de quantidade. Não tem outro nome, é horas mesmo. Dias. De preferência muitos dias calmos e sem muita coisa pra fazer. Sábados e domingos, mas também terça-feira à noite e segundas-feiras bem cedo, café da manhã juntos, confidências sem julgamentos.

Pra ter tempo de qualidade a gente precisa, antes, ter tempo de quantidade. Longas horas dedicadas ao prazer de simplesmente estar junto. Qual foi a última vez que você não tinha nada pra fazer? Qual foi a última vez que passeou de bicicleta? Que fez uma pintura pra dar de presente pra alguém? Que deitou na grama? Qual foi a última vez que você leu pro seu filho?

Qual foi a última vez que inventaram uma brincadeira nova? Qual foi a última vez que você teve tempo de qualidade?

MORAL: “Tempo é uma abstração e cada um sabe o quanto pode e deve dedicar a cada filho. Mas, tem que ser bastante, não me venha com este papo de ‘qualidade’”.

“Qual foi a última vez que você teve tempo de qualidade?”, diz Marcos Piangers (Foto: Reprodução)

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