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Primeira suspeita de hepatite infantil “misteriosa” no Brasil é investigada em Santa Catarina

Primeira suspeita de hepatite infantil “misteriosa” no Brasil é investigada em Santa Catarina - Istock
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Publicado em 10/05/2022, às 06h33 por Redação Pais&Filhos


A primeira suspeita da hepatite infantil “misteriosa” do Brasil foi confirmada pela Vigilância de Saúde na manhã da última sexta-feira, dia 6 de maio. Uma criança de 7 anos de idade deu entrada no Hospital Pequeno Anjo na última quarta-feira, dia 4 de maio, em Itajaí, Santa Catarina

O menino apresentava um quadro de hepatite aguda, inflamação do fígado, caracterizado por icterícia que é pele e olhos amarelados, náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Foi constatado por meio de exames laboratoriais o aumento das transaminases (enzimas hepáticas). O paciente recebeu atendimento e depois, alta hospitalar por apresentar bom estado geral e melhora.

"Hepatite misteriosa": menino de 8 anos é o primeiro contaminado pela doença na América Latina
Primeira suspeita de hepatite infantil “misteriosa” no Brasil é investigada em Santa Catarina (Foto: Istock)

O caso foi notificado ao Ministério da Saúde. A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES-SC) informou que continuará investigando a possibilidade de hepatite juntamente com o município de Itajaí e o Hospital Pequeno Anjo, com apoio do LACEN (Laboratório Central de Santa Catarina) para a realização dos exames laboratoriais necessários.

O que é hepatite?

Hepatite é o nome dado a uma inflamação que acomete o fígado e causa lesões no tecido do órgão. Essa infecção afeta, principalmente, o funcionamento dele e pode ser classificada de duas formas: aguda (quadro em que o processo inflamatório apresenta sintomas com duração inferior a seis meses) e crônica (quando os sintomas perduram por seis meses ou mais). Ela pode ser desencadeada por vírus, bactérias ou parasitas. Existem cinco tipos de hepatite causadas por vários vírus, denominadas A, B, C, D e E:

  • A e E: a transmissão do vírus acontece por meio do contato com água ou alimentos contaminados pelas fezes de outro portador da hepatite. Quando falamos de Hepatite E, o ponto de partida do contágio pode ser o consumo de carne de porco e veado mal cozidas ou mariscos
  • B, C e D: aqui, só é possível se infectar com o vírus desses três tipos de hepatite entrando em contato com o sangue de uma pessoa infectada. Nos casos de B e D, a transmissão também acontece após o contato de fluidos corporais (como no sexo sem proteção ou compartilhamento de agulhas)

Além dos tipos de hepatite causados por vírus, existem outros dois que possuem causas diferentes e não possuem a infecção viral como causadora da doença. São elas:

  • Hepatite alcoólica: surge após o consumo excessivo de alcool
  • Tóxica: desencadeada por alguns tipos de veneno, produtos químicos, medicamentos ou suplementos
  • Autoimune: pode estar associada à genética, ainda que não existam causas comprovadas cientificamente

Sintomas de hepatite

Os sintomas de hepatite variam de acordo com o que causou a doença. Em quadros agudos, os sinais do problema podem aparecer entre 2 semanas a 6 meses após a infecção. Em casos crônicos, é possível que o paciente não apresente nenhum tipo de sintoma até muitos anos depois que essa infecção acontecer. Propriamente falando, os sinais comuns de hepatite no corpo são:

  • Febre
  • Fadiga
  • Perda de apetite
  • Náuseas e/ou vômitos
  • Dor abdominal
  • Urina escura
  • Movimentos intestinais cor de barro
  • Dor nas articulações
  • Icterícia, amarelecimento da pele e dos olhos

Qual hepatite é mais comum em crianças?

Entre as infecções virais, a hepatite A é a mais comum em crianças. No geral, os sintomas desse quadro costumam a ser limitados e tendem a ser leves e moderados. Entre eles, podemos citar dor abdominal, náuseas, diarreia, icterícia (quando a pele e as mucosas ficam amareladas), sendo que todos duram dias ou poucas semanas. Também é possível que crianças sejam acometidas pelos vírus da hepatite B, C e E, e pelo adenovírus que também causa inflamação hepática.

Entre as infecções virais, a hepatite A é a mais comum em crianças. No geral, os sintomas desse quadro costumam a ser limitados e tendem a ser leves e moderados (Foto: reprodução / Getty Images)

Quais são os riscos da hepatite?

Os riscos gerados pela doença são diferentes e variam para cada tipo de hepatite. Para pessoas que têm o costume de beber durante muito tempo, o maior risco é contrair uma hepatite alcóolica, assim como quadros virais têm maior chances de transmissão em relações sexuais desprotegidas. A doença em sua forma crônica pode levar à câncer de fígado e cirrose, e também existem chances de hepatite fulminante e perda da função hepática, o que leva à necessidade de transplante.

Como diagnosticar hepatite?

O diagnóstico de hepatite precisa ser feito de maneira clínica com um especialista. Após descritos os sintomas e verificação de histórico o médico irá pedir diversos exames laboratoriais para saber se houve, ou não, aumento das enzimas hepáticas. Em casos mais graves, será necessário realizar uma biópsia do fígado. Caso contrário, serão pedidos os exames:

  • AST
  • ALT
  • GGT
  • Fosfotase Alcalina
  • Bilirrubinas
  • Albumina
  • Tempo de Protrombina
  • Sorologia para identificação de algum vírus
  • Exames de imagem

Tratamento para hepatite

O tratamento vai depender do tipo de hepatite, se é aguda ou crônica e da causa dela. Em casos de hepatite aguda (infecções por vírus A ou E), o principal tratamento é repouso e hidratação intensa, já que os quadros tendem a melhorar sozinhos – em situações mais graves, é necessário realizar um tratamento no hospital. Quando falamos de pacientes com sintomas crônicos, existem diferentes tipos de medicamento, além de cirurgias e procedimentos médicos.

É possível evitar a hepatite?

Existem diversas formas de prevenir a hepatite ou diminuir o risco de contágio (tudo sempre dependendo do tipo da doença). No momento, a melhor prevenção contra a Hepatite A e B é tomando vacina. Higienizar muito bem alimentos e tomar cuidado com a água consumida pode prevenir os tipos A e E. Quadros de hepatite alcoólica podem ser prevenidos diminuindo o consumo de álcool.

Consuloria: Dra. Aline Scarabelli, infectologista e consultora médica do Labi Exames; dr. Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pai de Leonardo e Carolina.


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