Publicado em 03/04/2020, às 10h05 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h14 por Yulia Serra, Editora de conteúdo especializado | Filha de Suzimar e Leopoldo
Singapura fica localizada no sul da Ásia, a cerca de 3.800 quilômetros de distância da China, que apresentou o primeiro caso de coronavírus no mundo. Contrariando todas as expectativas pela proximidade, o lugar tem sido visto como referência no combate a pandemia, sendo eleito por um estudo da empresa de consultoria Deep Knowledge Group (DVK) o segundo país que oferece maior segurança para a saúde dos residentes, atrás apenas de Israel. Para chegar nesse resultado, a pesquisa considerou a organização e eficácia do sistema de saúde assim como as decisões governamentais para seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Isso porque Singapura tomou medidas rápidas logo no início da divulgação da doença, um aprendizado do último surto em 2003 da Síndrome Aguda Grave (SARS). Nos últimos dias, foram confirmados mais de mil e cem casos, com cinco mortes. Conversamos com a brasileira, empresária, psicanalista, embaixadora e colunista da Pais&Filhos Rebecca Versolato, mãe de Maria e João, para contar mais detalhes sobre o trabalho das autoridades e sentimento em relação ao coronavírus.
“O que fez Singapura conseguir controlar desde o começo a transmissão foi o fato de levar a sério constantemente e priorizar tomar medidas que incluíam ordens restritivas e transparência”, pontua. Segundo ela, o local passou por duas ondas de contaminação, a primeira quando tudo teve início na China e a segunda com a explosão de casos na Europa. “Quando esse segundo momento aconteceu, o medo aqui já tinha diminuído, pois havia sensação de controle, a colaboração alta da população e o governo fez vários informativos oficiais”, explica.
O número de casos em Singapura tem aumentado, principalmente, na última semana e fez as autoridades tomarem maiores providências. “Existem três níveis de isolamento. Leave of Absence: quando você pode ter sido afetado e acaba ficando em casa até que algo apareça. Isso funcionou no começo. Stay Home Notice: quando você ou alguém da sua família ‘oficialmente’ tem sintomas leves, ou voltou de viagem de qualquer país, ou está em recuperação pós hospitalização do Covid-19, e, por 14 dias você não pode sair de casa nem para o mercado. E o Quarantine Order, que é o que temos agora, que você recebe o Ministério da Saúde, acompanhado de polícia na sua casa, para fazer o treinamento e passar as informações todas”, conta.
Três vezes ao dia, representantes do governo fazem ligações em vídeo com as famílias para checar a saúde das crianças. Na primeira visita do Ministério da Saúde, as famílias também recebem kits para monitorar febre e outros sintomas do coronavírus. Rebecca assume que teve receio já que, se um de seus filhos apresentar febre, será testado e em caso de um resultado positivo, levado para o hospital imediatamente, sem garantia de que pais podem acompanhar. “Por mais que entendemos que isso é o ideal para a retenção do vírus, como psicanalista que sou, além de mãe, sei mensurar os efeitos psíquicos desta separação, mesmo que necessária”, completa. Ela também conta que se um cidadão descumpre a regra, pode cumprir seis meses de prisão e pagar uma multa de 10 mil dólares.
“Quando não temos um comprometimento maior do governo com a população, as crenças malucas, os feudos, os grupos segmentados, o egoísmo impera”, desabafa. Por isso, ela afirma que a severidade das ações dá uma garantia de segurança, por perceber que a pandemia está sendo tratada como um assunto sério. “O governo lançou um pacote de ajuda inacreditável. A isenção de impostos sobre os funcionários foi reduzida em até 90% para os empregadores, e os negócios, dependendo do segmento, terão até 50% de subsídio do governo para se manterem abertos (restaurantes, por exemplo). Cada motorista de Uber ou taxista receberá 300 dólares mensais, e as famílias receberão ajudas financeiras para uso em mercados”, acrescenta.
A psicanalista reforça que lá, o tema nunca foi tratado como algo transitório, rápido ou uma “gripe passageira”: “O primeiro ministro disse desde o princípio que seríamos afetados em ondas, e que até o mundo minimizar as ondas, ou até medicamentos ou vacinas serem desenvolvidos e distribuídos poderíamos ter que nos adaptar por um ano a dois de mudanças na nossa rotina”. Segundo a brasileira, toda a verdade é passada de forma clara para a população.
Por fim, desabafa: “Como brasileira, temo pelo despreparo de infraestrutura, pelo desencontro de informações e pelas distorções de grupos de WhatsApp que impactam tanto o pensamento das famílias”. Para ela, além de ficar em casa e lavar muito bem as mãos, todos precisam agir como se fossem portadores do vírus, “porque assim a preocupação deixa de ser se ‘vou pegar’ e passa a ser ‘qual distância tenho que ficar para eventualmente não contaminar alguém mais vulnerável do que eu?’ ou ‘será que preciso ir neste mercado agora mesmo?’”.
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