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“Eu perdi minha identidade como mulher quando tive minha filha”

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Publicado em 23/08/2018, às 16h03 - Atualizado em 24/08/2018, às 07h56 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


A escritora Ani Anderson é mãe de Cassie e publicou um desabafo no site PopSugar, que você com certeza vai ser identificar. Ela conta que perdeu sua identidade como mulher depois da maternidade, mas que isso a ajuda a descobrir ainda mais sobre si mesma. Olha só:

“Eu costumava ser alguém de verdade. Uma grande empreendedora. Uma excelente aluna. Um sucesso. Eu era uma mulher com uma grande carreira: ambiciosa, persistente, focada, trabalhadora… Até o momento em que ela chegou. Quando minha filha, Cassie, nasceu, uma chavinha virou dentro de mim de “pessoa” para “mãe”. Eu jamais esperava que isso acontecesse e se alguém me dissesse que aconteceria, eu não teria acreditado neles. Mas um dia, cerca de um mês depois que minha filha nasceu, lembro-me de dar uma volta no quarteirão com meu marido, com a Cassie em um sling presa ao meu corpo, dizendo para ele: “Eu não posso voltar a trabalhar e deixá-la com uma babá “.

Basicamente, eu estava deixando minha antiga vida para ser uma mãe o tempo inteiro, por 24 horas dos meus dias. Cassie agora era o centro do meu mundo. Parei de trabalhar e cuidei dela por todos os minutos dos meus dias e noites. Eu a carreguei no colo em todos os lugares que fui e ela chorou toda vez que eu a tirava. Eu estava exausta e frustrada, mas determinada a ser a melhor mãe que poderia.

Um dia, recebi um telefonema de um ex-colega de trabalho que me chamou para uma parceria comercial muito interessante. Mas eu não tinha nenhuma motivação. Eu simplesmente não conseguia me imaginar deixando minha filha nem por algumas horas. Era como se eu estivesse arrancando uma parte do meu corpo. Eu nem percebi que estava sob o feitiço da maternidade até me divorciar. De repente, meus filhos, que antes estavam ao meu lado em todos os momentos possíveis, ficavam comigo apenas a metade do tempo. E eu não sabia o que fazer comigo mesma quando eles não estavam por lá.

(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução) Ani com Cassie no começo de seu processo como mãe

Meu ex-marido até tentou ser prestativo, sugerindo gentilmente que eu deveria aprender a me divertir de novo. Mas a diversão já não era uma opção. Eu não tinha ideia de quem eu era mais. Eu estava passando por uma crise de identidade da maternidade. Agora que os dias cinzentos já se foram, eu vejo o presente. Mas pode ser muito difícil encontrar esse raio de esperança enquanto uma situação difícil está acontecendo. Eu tinha sido uma jovem mulher ambiciosa. Quando me tornei mãe, tudo mudou. Virei uma mãe ferozmente amorosa. Em seguida, me transformei na pessoa divorciada e quebrada que eventualmente floresceu com a mulher que sou hoje.

Eu sou todas essas coisas – um ser humano completo, rico e experiente. Acreditei que eu tivesse me perdido quando me tornei mãe, mas eu apenas perdi o conceito de quem eu pensava que era. Mais tarde, encontrei uma pessoa ainda mais interessante, especial, carinhosa, amorosa e resiliente do que a que existia antes. O verdadeiro eu. Aquele que ainda está aqui.

Ter sua identidade esmagada é uma bênção disfarçada. Às vezes, ficamos realmente presas em um status: a estudante nota 10, a inteligente, a gênia da faculdade, a estrela, a mãe perfeita. E nós acabamos pensando que esses rótulos definem quem somos. Mas não. Porque mesmo quando eles se vão (ou são arrancados de nós), nós ainda continuamos vivas.

Ainda estamos aqui depois que as paredes desmoronaram, depois de grandes desilusões, desapontamentos e fracassos. O senso de identidade que você pensava ser “você” não era realmente “você”. E isso é uma coisa boa! Porque se “isso” tivesse sido você mesma, você teria ido embora. Mas como você ainda está aqui, pode ser o que quiser. Então, a questão é: quem você quer ser nesta próxima fase da sua vida?”

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