Gravidez

Colo curto na gravidez: por que causa parto prematuro, sintomas e como tratar o problema no útero

Incompetência istmocervical é uma doença que acontece quando há uma dificuldade do colo uterino de suportar o peso da gravidez - iStock
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Publicado em 10/05/2022, às 07h29 - Atualizado em 18/05/2022, às 16h45 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso


Incompetência istmocervical é uma doença que acontece por causa de uma falha no sistema oclusivo do útero. Em outras palavras, esse problema, também conhecido como colo do útero curto, aparece quando há uma dificuldade do colo uterino de suportar o peso da gravidez, levando a uma ‘dilatação’ sem dor e antes do momento do trabalho de parto. Isso acarreta em perdas gestacionais tardias ou partos prematuros.

A incompetência istmocervical tem uma incidência de 0,5%  em grávidas no geral e 8% em mulheres que já possuem histórico de perdas gestacionais durante o primeiro trimestre de gestação. Além disso, o problema é respausável por 16% a 20% dos abortos espontâneos que acontecem no segundo trimestre.

Apesar de ser difícil indicar a principal causa do problema na paciente, a incompetência istmocervical pode acontecer a partir de dois pontos: algumas mulheres nascem com essa doença, enquanto outras a desenvolvem em algum momento da vida.

  • Incompetência istmocervical congênita: está associada associado a um distúrbio relacionado a anormalidades uterinas.
  • Incompetência istmocervical adquirida: pode ser sequela de algum trauma na região. Cirurgias no colo uterino, como cauterizações e abortos prévios (provocados ou não), são procedimentos que vão alterar a região, aumentando os riscos de a doença aparecer, assim como o uso de fórceps em colos de útero não dilatados o suficiente.
Incompetência istmocervical é uma doença que acontece quando há uma dificuldade do colo uterino de suportar o peso da gravidez
Incompetência istmocervical é uma doença que acontece quando há uma dificuldade do colo uterino de suportar o peso da gravidez (Foto: iStock)

Na maioria das vezes, o diagnóstico da Incompetência Istmocervical é feito pelo histórico clínico da mulher. O especialista leva em consideração se ela já teve partos prematuros ou quase indolores, com o rompimento espontâneo da bolsa. Os ultrassons transvaginais feitos durante o pré-natal ajudam na determinação da doença e na indicação da cerclagem, que deve ser feita até a 15ª semana de gestação.

O tratamento indicado para a incompetência istmocervical é a cerclagem uterina, uma sutura feita entre a 12ª e 16ª semana, ou então até a 25ª semana de gestação. Depois da cirurgia, a grávida chega até a 37ª semana, momento em que se retira o fio e aguarda-se em média 7 dias para que o parto aconteça.

Sintomas de colo do útero curto

O que é cerclagem uterina

Trata-se de um procedimento feito por meio de uma cirurgia, em que se costura o colo uterino para evitar o nascimento antes da hora prevista, indicado para mulheres que possuem insuficiência do colo do útero – uma dilatação que pode começar ainda no primeiro ou no segundo trimestre de gestação.

O procedimento só é indicado para quem tem incompetência istmocervical, e não pode ser realizado como uma maneira de prevenir os partos prematuros, como nos casos das gestações de múltiplos. O procedimento, no entanto, tem riscos, como favorecer uma infecção intrauterina ou a ruptura das membranas amnióticas. Por isso é importante fazer a cerclagem uterina apenas em casos em que realmente é necessário. A maioria dos estudos científicos atuais sugerem que não há vantagens de fazer o procedimento em grávidas com baixo risco de perda gestacional.

Algumas mulheres que são adeptas de uma medicina mais natural optam pelo pessário vaginal, que pode funcionar como uma alternativa à cerclagem. Usados em pacientes com incontinência urinária e há mais de 50 anos no mundo para a prevenção de parto prematuro, os pessários não têm comprovação de eficácia. O procedimento consiste de uma prótese, encaixado no colo uterino.

A cerclagem uterina é um procedimento feito por meio de uma cirurgia, em que se costura o colo uterino para evitar o nascimento antes da hora prevista
A cerclagem uterina é um procedimento feito por meio de uma cirurgia, em que se costura o colo uterino para evitar o nascimento antes da hora prevista (Foto: Getty Images)

O que é aborto espontâneo?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), podemos considerar como aborto toda gestação que é interrompida antes da 22ª semana ou antes de o feto atingir 500g. Dizemos que o aborto é espontâneo quando ele acontece de forma involuntária. Ou seja, a gravidez é interrompida naturalmente, pelo próprio organismo da mulher. A maioria dos abortos espontâneos acontece nos primeiros três meses de gravidez.

Nem sempre dá para descobrir o que causa um aborto espontâneo, principalmente quando ele acontece bem no início da gestação. Estima-se que pelo menos 50% dos casos estejam relacionados a algum tipo de problema genético. Quando algo na formação do bebê não vai bem, o próprio organismo impede que a gestação siga adiante.

Outros casos normalmente têm a ver com alguma questão de saúde dos pais. Tabagismo, obesidade, diabetes, doenças autoimunes, problemas hormonais, alterações no funcionamento do útero ou da tireoide podem ser alguns fatores de risco. A idade avançada (tanto do homem quanto da mulher) também pode ser um empecilho.

Aborto toda gestação que é interrompida antes da 22ª semana ou antes de o feto atingir 500g. Quando ele acontece de forma involuntária, é chamado de espontâneo
Aborto toda gestação que é interrompida antes da 22ª semana ou antes de o feto atingir 500g. Quando ele acontece de forma involuntária, é chamado de espontâneo

O que você precisa saber sobre prematuridade

Segundo a ONG Prematuridade.com, o nascimento prematuro é uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo. Apenas no Brasil, um bebê morre por causa da antecipação do parto, a cada 30 segundos. Por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15 milhões de bebês nascem prematuros, ou seja, um em cada dez.

Infelizmente, a prematuridade ainda é a principal causa de óbito em crianças menores de cinco anos, sendo que aproximadamente 1 milhão delas não resistem anualmente. No percentual, o Brasil está na décima posição de partos prematuros, segundo a UNICEF e o Ministérios da Saúde, e a partir do estudo “Prematuridade e suas possíveis causas”, liderado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com mais 12 universidades do país, as regiões com as maiores taxas são a Sul e Sudeste.

A prematuridade tem causas multifatoriais, como idade materna, gestação múltipla, ou a predisposição ou o diagnóstico de uma patologia que favoreça a prematuridade, como pressão alta, diabetes, bolsa rota ou outras intercorrências clínicas ou obstétricas.

A prematuridade ainda é a principal causa de óbito em crianças menores de cinco anos,
A prematuridade ainda é a principal causa de óbito em crianças menores de cinco anos (Foto: Getty Images)

Antes das 37 semanas de idade gestacional, os bebês são considerados prematuros. Existem graus de prematuridade, sendo eles:

  • Prematuro tardio: bebês que nascem entre 34 semanas e 0 dias e 36 semanas e 6 dias
  • Prematuro moderado: bebês que nascem entre 32 semanas e 0 dias e 33 semanas e 6 dias
  • Muito prematuro: bebês que nascem entre 28 semanas e 0 dias e 31 semanas e 6 dias
  • Prematuro extremo: bebês que nascem com menos de 28 semanas e 0 dias

Também é possível classificar o grau de prematuridade de acordo com o peso do recém-nascido:

  • Recém-nascido de baixo-peso: menores de 2500g
  • Muito baixo-peso: abaixo de 1500g
  • Extremo baixo-peso: inferior a 1000g ao nascer

Como forma de prevenir, é superimportante transmitir a informação na rede de atenção básica à saúde, falar sobre a necessidade de consultas regulares de pré-natal e orientações médicas, identificar gestações de alto risco (hipertensas e diabéticas, por exemplo) e ainda o encaminhamento precoce das gestantes para os centros de referência especializados no atendimento do prematuro quando necessário.

Consultoria: Eduardo Cordioli, filho de Gerson e Elizabete, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein. Humberto Tindó, pai de Morena, Breno e Bruna, ginecologista e obstetra do Hospital Quinta.  D’Or. João Bortoletti, pai de Tatiana e Carolina, coordenador de Medicina Fetal do Hospital Santa Catarina. Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina, enfermeira obstetra, consultora de amamentação e colunista da Pais&Filhos


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