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Covid no Brasil: 514 crianças com menos de 5 anos perderam a vida para a doença

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Publicado em 15/12/2020, às 12h37 - Atualizado às 12h39 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


O novo coronavírus se alastrou rapidamente ao redor do mundo. De acordo com o último Boletim Epidemiológico feito pelo Ministério da Saúde, até o dia 5 de dezembro, mais de 66 milhões de pessoas já tinham se contaminado com a doença ao redor do mundo. No Brasil, o terceiro país do mundo com mais números de casos, esse valor chegou em  6,5 milhões. Em relação às mortes, foram mais de 1,5 milhões em todo o mundo e, no Brasil, mais de 176 mil. A boa notícia é que o número de pessoas que se recuperaram também é alto: 64,2% no mundo.

Veja os dados completos (Foto: Getty Images)

No entanto, boa parte dos números não são nem um pouco felizes. Apesar de darmos certo enfoque aos idosos e pessoas do grupo de risco, diversas crianças também se contaminaram com a doença. Os números apontam que até 5 de dezembro, mais de 6,8 mil crianças de até 5 anos foram infectadas; destas, 3.159 eram bebês de até 1 ano. Em relação aos óbitos, no mesmo período, 514 crianças de até 5 anos morreram de covid no Brasil. Somente bebês de até 1 ano foram 344.

Ao longo dos meses, foi descoberto o aumento dos casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, condição que pode estar relacionada à Covid-19. Só no Brasil, foram 511 casos e 35 mortes. Ainda de acordo com o documento um total 1.132 bebês com até um ano morreram com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o início da pandemia, sendo 710 casos não especificados e 31 em investigação. As demais mortes foram por influenza, outros vírus respiratórios e agentes etiológicos.

Veja a tabela disponibilizada pelo Ministério da Saúde (Foto: reprodução)

Gestantes

Dos 974.032 casos hospitalizados de Síndromes Respiratórias até o dia 5 de dezembro, 1% foram gestantes. Destes, 46,6%, o equivalente a 4.496 casos foram confirmados a infecção pela Covid-19. Ao todo 340 grávidas vieram a óbito, deste número, 68,5% foram confirmados para covid-19. Do restante, 28,2% faleceram por uma Síndrome Respiratória Aguda Grave não especificada , 1,8% estão com investigação em andamento, 0,9% dos óbitos foram por influenza, e 0,6% por outros agentes etiológicos.

Últimas a receberem a vacina

As crianças provavelmente serão as últimas a terem acesso à vacina contra a covid-19, quando esta estiver pronta. Isso acontecerá porque as crianças só entraram recentemente em boa parte dos testes clínicos para a vacina. Dos quatro testes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas um engloba pessoas a partir de 16 anos. Por isso, especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que poderá levar meses para que crianças e adolescentes sejam vacinados.

A erradicação da doença é uma necessidade (Foto: reprodução / Getty Images)

Como apontado pelo jornal IstoÉ, no Brasil, entre os testes clínicos autorizados, o que engloba participantes mais jovens é o produzido pela Pfizer com a BioNTech, que vai avaliar o produto em adolescentes a partir dos 16 anos e adultos. Já a vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca incluiu idosos e crianças de 5 a 12 anos nos testes de fase 2 apenas no Reino Unido. Aqui, a farmacêutica informou que “a prioridade atual é reunir evidências sobre o potencial da vacina para proteger as populações mais vulneráveis a resultados graves”.

“A inscrição de crianças começará assim que dados suficientes forem reunidos em adultos, indicando que a AZD1222 tem potencial para ser segura e protetora em crianças”, disse a empresa. O Instituto Butantan, que está fazendo testes da vacina Chinesa, SinoVac, já falou que seguirá o mesmo caminho. O centro de pesquisa brasileiro vai aguardar os resultados de estudos clínicos em 552 voluntários saudáveis com idade entre 3 e 17 anos na China, que devem começar este mês. Apenas depois desse resultado, os cientistas definirão se e como as crianças serão incluídas nos estudos brasileiros.

Já a vacina da Johnson&Johnson, que também está sendo testada no Brasil e entrou na 3° fase dos testes clínicos na última quarta-feira, 23 de setembro, irá aplicar a dose em cerca de 60 mil adultos com idades acima de 18 anos. A empresa ainda não falou nada sobre a aplicação dos testes em crianças.

“Em geral, essas fases de pesquisa focam nos grupos mais vulneráveis para determinada doença, mas, para chegar ao grupo, a pesquisa precisa de dados epidemiológicos que vão guiar para faixas etárias. Para covid, epidemiologicamente, são os idosos e profissionais da saúde, mas, na primeira fase, que tem abordagem inicial para avaliar a segurança e eficácia, os voluntários são adultos, jovens e saudáveis”, explicou Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em entrevista ao Estadão.

Os estudos, no entanto, serão feito futuramente nas crianças. “É importante ter braços de pesquisa que apliquem nas crianças. Esta é uma doença nova. Com o retorno às aulas e a mobilidade, podemos ver o que não vimos com as crianças fora da escola”, afirma o pesquisador.

Ainda segundo o que foi apresentado pelo Estado de S. Paulo, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que os grupos prioritários para vacinação contra a covid-19 estão sendo estudados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A Anvisa informou que ainda não recebeu pedido de autorização para estudos clínicos em crianças.

Taxa de transmissão menor

Um estudo islandês feito recentemente aponta que as crianças não tem grande papel na transmissão do novo coronavírus. Para fazer a pesquisa, pesquisadores do Diretório Nacional de Saúde e Genética deCODE, uma empresa de genôma humano em Reykjavik monitoraram 40 mil adultos e crianças no país.

A taxa de transmissão é menor (Foto: Getty Images)

De acordo com informações do National Geographic, que teve acesso exclusivo aos resultados da pesquisa, as pessoas doram colocadas em quarentena após serem potencialmente expostos ao vírus, usando rastreamento de contato e sequenciamento genético para rastrear ligações entre vários grupos de surtos.

Com a análise, os pesquisadores descobriram que crianças com menos de 15 anos tinham cerca de metade das probabilidades de serem infectadas pelos adultos. Além de se infectarem menos, eles também notaram que as crianças tem a metade das probabilidades dos adultos de transmitirem o vírus a outras pessoas.

Quase todas as transmissões de coronavírus para crianças vieram de adultos. “Eles podem e são infectados e transmitem para outras pessoas, mas o fazem com menos frequência do que os adultos”, explicou Kári Stefánsson, presidente-executivo da deCODE, conforme apontado pelo National Geographic.

Essa pesquisa faz parte de uma recente onda de estudos em grande escala que apoiam a conclusão de que adultos infectados representam um perigo maior para as crianças do que crianças infectadas para os adultos. Os estudos podem contribuir para as definições do retorno ou não das aulas presenciais em diferentes países do mundo.


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