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Expectativa x realidade: como foi a volta às aulas das crianças nas escolas de São Paulo

As atividades nas escolas voltaram de maneira extracurricular e não obrigatória - iStock
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Publicado em 08/10/2020, às 11h48 - Atualizado às 12h22 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco


Com a volta às aulas para atividades extracurriculares em São Paulo, diversos pais e filhos ficaram ansiosos sobre o retorno ainda na pandemia. Com as mais diversas incertezas sobre o momento, surgem os medos e questionamentos sobre como viver esse “novo normal”, que é aqui e agora.

As atividades nas escolas voltaram de maneira extracurricular e não obrigatória (Foto: iStock)

A partir da reabertura e recebimento desses alunos, Roberta e Taís Bento, mãe e filha, criadoras do SOS Educação e colunistas da Pais&Filhos, falam sobre a importância da volta de interação entre as crianças para o processo de adaptação da nova vivência. “É essencial a escola abrir e retornar, mesmo que seja com atividades de acolhimento, mais leves. Isso é muito importante para as crianças voltarem a ter devagarinho aquele contato com a escola, a partir dessa adaptação gradual”.

Quando a notícia sobre o retorno passou a ser realidade, Paola, mãe de Manu, de oito anos, e Otávio, de cinco, pensou muito antes de tomar uma decisão: “Estava bem insegura no começo, porque a Manu é do grupo de risco. Mas conversando com outra mãe para saber sobre os protocolos de segurança, tive certeza de que a escola estava pronta para recebê-la”.

No caso de Otávio, as aulas não estão previstas para voltar ainda este ano e Paola desabafa sobre como tem sido a situação dentro de casa: “Me sinto triste por ele e preocupada. Ele adora ir pra escola, mas está com certa dificuldade em se acostumar com o EAD. Não consegue se concentrar muito nos vídeos de atividades que as professoras postam. Não tem o interesse que tem na escola”. Depois da interação remota, que acontece uma vez por semana com os colegas de classe, a mãe contou ainda que ele se mostra bastante impaciente e chora quando desligam. “No dia que a Manu retornou para a escola, ele chorava porque ela tinha voltado e ele não”, explica.

Após mais de seis meses em casa, diversas crianças começaram a expressar sentimentos de infelicidade por não estar junto dos colegas e não poder sair de casa para as atividades cotidianas. Foi o caso de Maria Clara, filha de Ana Carolina, que tentava verbalizar a partir da raiva e situações de choro. Após o primeiro dia na escola, a família contou que ela se sentiu muito mais feliz e confiante por voltar a ter esse contato, mesmo com o distanciamento social.

Os pais e a escola devem reforçar sempre as medidas de proteção dentro da sala de aula (Foto: Getty Images)

Para João Paulo, pai de Maria Eduarda, o retorno da filha também foi recebido com festa pela família. “Para nós, assim como as demais atividades, o retorno às aulas era imprescindível. Não tivemos nenhum medo pois temos confiança na instituição de ensino na qual ela estuda. Isso também é importante: a confiança dos pais na escola”, comenta. Andressa Beatriz, mãe de Laura, de um ano e dez meses, reforçou também sobre a importância da família e da a escola trabalharem juntas para esse novo normal: “Como mãe, me sinto extremamente segura, porque a escola tomou todas as medidas sanitárias”.

Com unanimidade, as crianças responderam que o que mais gostaram no primeiro dia foi, com certeza, o reencontro cheio de saudade. “Ela ficou muito feliz pelo espaço de brincar com os colegas”, lembrou Andressa. “Manu saiu radiante da escola. Tinha brilho nos olhos, já entrou no carro perguntando quais dias eu havia agendado. Estava empolgada por ter encontrado os amigos e alguns professores”, contou Paola. “Ela adorou rever os colegas. O preparo de conviver com o vírus, que sempre fizemos, fez com que fosse só mais um dia de aula vivendo um novo momento. Ela contou sobre os protocolos sim, mas contou mais sobre a professora, a matéria, os colegas… Que é o que realmente importa!”, completou João.

O retorno (na prática!)

Para saber como foi o retorno das atividades extracurriculares em uma das instituições, conversamos com Ariene Gleide Fischer Patornilio, diretora da escola de educação infantil Saber Crescer. “Neste momento, surgem muitas dúvidas, mas nós entendemos que se não começarmos de uma vez, não teremos ideia do que é. Tomamos todas as medidas sanitárias que deveriam ser feitas como, álcool gel, tapete higienizante, protocolos para entrar na escola, crianças com máscara e professores também com o face shield, além das demarcações no chão. Estamos trabalhando de acordo com o decreto estadual, com 35% da capacidade”.

Professores e funcionários precisam fazer o uso de máscara e face shield (Foto: Saber Crescer)

Como informação é tudo, a diretora explicou ainda que não deixou de reforçar para cada uma das crianças sobre as medidas de proteção: “Apesar delas estarem ansiosas para voltar, quando chegaram na escola, sabiam que não podiam se abraçar, apertar as mãos e etc”.

Vivendo algo completamente diferente, Ariene comenta sobre como foi viver esse processo na prática: “Sempre dá um pouco de medo por aquilo que vamos encontrar. Tudo é novo. Nós precisamos nos adaptar a isso. Com um mundo novo, a escola também vai passar por isso, mas estamos tranquilos, pois os professores receberam suporte da escola e estão bem orientados”.

A escola espalhou por diversos locais as orientações feitas para as crianças (Foto: Saber Crescer)

Funcionando a partir de agendamentos, como definido pelos protocolos, a escola está aberta por seis horas, no período da tarde. Contudo, a recomendação é de que os pais escolham as datas em que os filhos irão à escola com, ao menos, três dias de antecedência.

O respeito precisa acontecer aqui e agora

Aos pais que optaram por manter o ensino remoto em casa, Roberta e Taís reforçam a importância de orientar às crianças o motivo da decisão. “Se eles acharem que não é hora dos filhos voltarem para o presencial, nós reforçamos que é importante eles estarem cumprindo a quarentena dentro de casa, não saindo para aglomerações, shoppings ou praias, senão há uma mensagem muito negativa para o filho de desvalorização da escola e da educação formal”.

Como alternativa de lidar com a situação, a dica é ser transparente: “Para os pais que optarem mesmo assim que os filhos permaneçam em casa, é importante orientar para as crianças que é mais seguro, pois ela pode pegar o coronavírus e transmitir para alguém. Mas falar ainda que irão continuar vendo os seus amigos online, a professora e tendo as aulas, garantindo que vai dar tudo certo”.

Com a troca de experiências entre pais, o que deve prevalecer é o respeito mútuo com os que optaram pelo retorno presencial e os que decidiram manter o ensino remoto. “É importante que a família tenha essa conversa com os filhos dentro de casa e não aterrorizem outras mães que optaram pelos filhos irem às escolas”, concluem.


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