Publicado em 23/10/2018, às 13h20 por Redação Pais&Filhos
O hospital Santa Cruz, em Curitiba, foi palco de um nascimento inusitado. A mãe, Roberta Minas, estava grávida de gêmeas com 24 semanas. Porém, no dia 7 de junho, ela começou a sentir contrações e foi correndo para o pronto-socorro.
Chegando lá, a primeira menina nasceu de parto normal, mas logo depois as contrações pararam e os médicos acharam melhor que a segunda menina ficasse o máximo tempo o possível no útero da mãe. Dois dias depois, a segunda menina nasceu de cesárea. As duas foram encaminhadas para a UTI Neonatal e ficaram internadas. 4 meses depois, Camila e Gabriela foram dispensadas para irem para casa com seus pais.
A diferença de tempo entre um parto e outro só foi possível porque as meninas eram dicoriônicas. “Ou seja, bebês geradas de dois óvulos, que se desenvolvem em bolsas e placentas diferentes”, explica o obstetra do Hospital Santa Cruz e da Paraná Clínicas, Dr. Diego Esteves dos Santos, médico responsável pelo caso.
Segundo ele, o pré-natal foi tranquilo, mesmo que a gestação fosse de alto risco, tanto por ser gemelar, quanto pelo histórico de cirurgia do colo do útero de Roberta. Porém, o que desencadeou o parto prematuro foi uma infecção na garganta.
Gabriela nasceu no dia 7 de junho, de parto normal, com 29 centímetros e pesando 600g e sua irmã permaneceu no útero da mãe até que a infecção fosse controlada. Dois dias depois, Roberta voltou a sentir contrações e começou a ter hemorragia. Por conta disso, optaram por uma cesárea. Camila nasceu no dia 9 de junho, com 30,5 cm e 650 gramas. “Neste curto período foi possível administrar medicações para melhora do quadro pulmonar, proteção do sistema nervoso e antibióticos. Então, o segundo bebê teve mais chance de responder melhor durante a evolução na UTI Neonatal”, explica o Dr. Diego.
Segundo o coordenador da UTI Neonatal do Hospital Santa Cruz e pediatra da Paraná Clínicas, Dr. Ênio Torricillas, o tempo a mais de Camila no útero da mãe mostra o quanto é importante cada dia da gestação. “Pela diferença de tamanho entre as duas bebês – 1,5 cm – já podemos perceber o quanto esses dois dias a mais favoreceram o amadurecimento da segunda irmã, que teve menos complicações de saúde”, explica.
Roberta diz que o acompanhamento do hospital também ajudou os pais a enfrentar as novidades depois do nascimento prematuro. “O apoio da equipe do Hospital fez toda a diferença para encararmos o dia a dia e as expectativas”, finaliza Roberta.
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